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Mostrando postagens de 2010

Sozinha, de novo...

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Essa semana começou uma obra na frente da minha casa para a construção de uma creche. A fundação revirou a terra vermelha do chão. Hoje ä noite, reparei que tinham umas corujas ali por perto. Provavelmente, elas moravam em alguma toca que foi destruída com o início das obras. A coruja buraqueira, típica do Cerrado, faz o ninho na terra, num buraco. Enquanto eu observava aquelas corujas voando meio sem direção, pensei em mim. Estou como a coruja buraqueira, sem ninho. Tenho a minha casinha aqui em Brasília, mas meu ninho foi abalado por uma escavadeira bem mais feroz: a da vida. Minha companheira e colega de casa, a Stelinha, está se preparando para bater em retirada de Brasília. Essa notícia mexeu demais comigo. Fiquei meio perdida. Sei que não dou mais conta de ficar sozinha em Brasília. Aliás, desde que voltei, não fiquei sozinha. Primeiro, morei na casa da Juju, que me acolheu super bem. Depois, quando vim pra minha casa, a Stelinha também veio. Foi a primeira vez, depois de muito t

Revoluindo

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Depois de refletir alguns dias, resolvi escrever e atualizar o blog, finalmente... No último feriado, fui a Porto Alegre, mais uma vez, rever a família e, claro, votar no segundo turno. Os amigos continuam no meu coração, mas tive que fazer uma opção. Diferente de várias outras idas a Porto Alegre, quando eu encontrava tempo para ver pessoas queridas, desta vez, me entreguei completamente ao aconchego familiar. Talvez por saber que minhas amigas estão super bem, talvez porque muitas delas nem estão mais em Porto Alegre, quem sabe por que? A Van está super bem casada e com um emprego bacana. A Adri acabou de ganhar um bebe lindo. A Aletea é uma conhecida delegada da PF, mãe de um menino fofo! A Bibi vive na Europa, super bem! A Paola acabou de ganhar o segundo filho, uma graça! A Miche mora em Floripa há um bom tempo e também está ótima, pelo menos eu que vejo no Facebook. Nada substitui o contato pessoal, o abraço, o beijo, o sorriso, a presença e as risadas que compartilhamos. Mas a i

O Chile mais chileno do que nunca

O mundo inteiro acompanhou ligado na televisão o resgate dos 33 mineiros que sobreviveram durante 2 meses embaixo da terra. Foi um evento midiático, emocionante, inesquecível... Confesso que no início, fiquei tensa, com medo de que algo pudesse sair errado. Não consegui me emocionar quando saiu o primeiro mineiro, nem no segundo que fez a maior festa. Pensei comigo: vai ver eu não tenho essa relação de afeto com o Chile como eu imaginei. Justo eu, que sou uma manteiga derretida, choro por tudo, fiquei ali, firme e forte, acompanhando a chegada de cada homem ä superfície como se eles estivessem voltando das compras no supermercado... Mas eis que hoje de manha, quando finalmente o mundo ficou sabendo que a operação estava encerrada, que todos conseguiram escapar com vida, desabei a chorar. Foi o choro contido, do alívio, pelo fim da tensão, do medo e da angústia. Lembrei de quando fiz uma cirurgia há uns anos atrás. Agüentei firme todo o processo até o fim, sem chorar em nenhum momento.

Entre nuvens

De dentro do avião, sobrevoando a velha Porto Alegre, vejo a cidade se perder por entre as nuvens. Enquanto avançamos céu adentro, o porto fica para trás. Os prédios, que mais parecem peças de lego lá de cima, se dissipam entre as nuvens brancas. Daqui do alto, tudo parece tão pequeno e tão igual como em qualquer outro lugar. Percebo que sair de Porto Alegre é tão emocionante quanto deixar qualquer outro lugar para trás. A diferença de cada experiência de viagem são as pessoas queridas que deixamos, não o lugar em si. Cada cidade tem um local especial que alimenta lembranças de algo bom, sofrido, vivido, sentido, que deixou marcas. A preguiça que tomou conta de mim, horas antes de pegar o avião, é prova de que a agradável companhia da família, me faria deixar qualquer lugar para trás. Foi essa mesma querida família que me trouxe de volta ao Brasil. O amor das pessoas que amo, a certeza do carinho, do aconchego, me atraíram de volta para o ninho. Me apaixonei por todas as cidades por on

Quem vai ficar com Black?

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Esta semana vou a Porto Alegre.Votar, trazer uma mala de roupas e o Black. Será? Minha família quer ficar com o Black. O Brother nunca mais voltou. Ganhou o mundo e nunca mais ficamos sabendo dele. Agora, passados alguns meses de adaptação, minha idéia era trazer o Black para a casa nova em Brasília. O apartamento está equipado. Tem telinhas em todas as janelas. O lugar é arejado, tem espaço e varadinha. Mas a minha família quer saber: você vai levar o Black? Em princípio, para mim, estava tudo certo. Bate uma dúvida porque ele é lindo! O Black é um gato maravilhoso. Calmo, dócil, tranqüilo e que gosta de conversar. Sim, ele responde quando a gente se dirige diretamente para ele. Sentimental demais. Fica de mal quando a gente some. Esconde-se debaixo da cama ressentido. Ainda estou pensando. Meus sobrinhos se apegaram ao bichinho. Minha mãe já concordou que se o Black for mesmo embora, um novo gato vai compor a família. Eu adoro o Black e para mim foi duro demais deixar meus gatos para

Meu banheiro tem janela

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Nem acredito que meu banheiro tem janela! Tirando os breves meses em que morei como hóspede na casa de amigos, nunca tive uma janela no meu banheiro em Brasília. Genial! Eu adoro o apartamento onde eu moro. Não é só por conta da janela no banheiro. Tem varandinha também. Passei bastante trabalho para conseguir alugar esse apartamento, mas fiz questão de morar num lugar onde me senti bem desde a primeira vez que entrei. Ganhei vários presentes dos meus amigos para equipar a casa. Muitas doações também. Acho isso genial também! Pode ser que eu não esteja muito criativa, mas certamente estou muito feliz com a minha casa nova. Adoro quando chega a sexta-feira e isso quer dizer que vou poder curtir a minha casa. Durante a semana, sou praticamente hóspede no meu próprio lar. Entro e saio, tomo banho, lancho... tudo rápido. É no fim de semana que tenho tempo de esticar as pernas, ver televisão, me esparramar na cama, cozinhar com calma... Eu curto a minha casa de verdade e acho que isso é gen

Pérolas II

"Ele sabe que tem inimigos no mundo todo agora?", da minha colega Maureen, depois de uma briga que tive com o meu chileno.

Pelo mundo...

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Dia desses conversei com o Mariano, chileno, um dos tantos amigos que fiz quando morei no Chile. Perguntei como estava a casa, já que o Mariano recebe gente do mundo todo. Ele aluga quartos da casa onde vive. A casa é ótima, grande, tem uma academia de dança e, quando eu estava lá, várias pessoas da casa faziam aulas de jazz. O Mariano é o professor. Além disso, é uma pessoa super agradável, um cara divertido e que consegue juntar pessoas interessantes. Eu adorava os “asados” na casa dele. Ficávamos no terraço, comendo churipan e bebendo cerveja, pisco sour, tocando violão... Foram noites muito divertidas. Quando chegou o frio, os “asados” ficaram mais escassos porque era preciso muita coragem. Além disso, como a maioria do moradores eram estudantes em intercambio, a galera começou a ter ensaios e provas, o que prejudicou ainda mais os encontros. Também gostava de assistir as aulas de dança do Mariano. Sempre tinha aquecimento na primeira parte e coreografia ao som de Lady Gaga no fin

Sete anos

Ontem, completaram-se sete anos da morte do meu pai. Eu simplesmente esqueci desse fato. Fui lembrar apenas no fim do dia quando minha mãe mandou uma mensagem para o meu celular perguntando como tinha sido meu domingo. Pensei comigo: foi ótimo! Nem lembrei do aniversário da morte do meu pai. Aliás, quando lembro dele, são sempre bons recuerdos. A dor da perda diminuiu e a alegria por novas conquistas tomou conta dos meus sentimentos. Coloquei a dor para dormir. Esse sensação de que está tudo bem, apesar de não ter mais o meu pai por perto, me fez pensar na nossa capacidade de re-significar os sentimentos. Eu não amo menos o meu pai do que amava quando ele morreu. Eu apenas consigo dar mais espaço na minha vida para a alegria. Essa alegria inclui guardar as boas lembranças que tenho dele. Lembrar somente das datas boas. É claro que esse sentimento tem a ver com a alegria que estou sentindo pelas últimas mudanças na minha vida. Casa nova, trabalho novo, cidade nova, amigos novos e antigo

Recaptulando

Fevereiro de 2003 Edifício Bayard Lucas SQSW 100 Bloco B Maio de 2003 Edifício Cartier EQRSW 2/3 AE 2 2005 Edifício Four Seasons QRSW 2 Bloco B5 2007 Condomínio Santa Bárbara Lago Sul 2008 Edifício Beta Studio CCSW 5 lote 3 Bloco C Marco 2010 Edifício Parque O’Higgins San Ignácio 874 Agosto 2010 Edifício Silco QRSW 2 Bloco 1

Pertencimento

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Essa semana, no meio da correria do trabalho, recebi um email super legal da Vicky, sogra da minha querida amiga Michelle, brasileira, radicada em Santiago do Chile. Mês passado, Michelle e Sebastián casaram na igreja no Brasil, em Fernando de Noronha, e a família toda do Sebastián viajou para o Brasil para acompanhar a cerimônia. A maioria dos familiares vieram ao Brasil pela primeira vez. E foram justo a Fernando de Noronha, um lugar maravilhoso. Não sei explicar se foi porque eles conheceram o Brasil num destino de sonho, ou se foi porque o nosso país realmente é lindo e especial, mas o fato é que a Vicky estava encantada com tudo o que viu por aqui. Nas palavras dela, os homens, as mulheres e as crianças são estupendos. Para mim foi ótimo ter lido esse email. Comparto com a opinião da Vicky. Adoro o Brasil e acho que sair do nosso país te faz perceber o quanto nós realmente somos especiais. Não somos perfeitos, mesmo porque não existe isso em lugar nenhum. Todos os lugares tem cois

Pérolas

“Ainda bem que você voltou menina! Estava tão preocupado com você lá no Haiti!”, reação do meu cabeleireiro quando nos reencontramos em Brasília.

Um bom livro, por favor!

Passei os últimos dois anos sem televisão na minha casa. No início, foi uma questão de economia. Não queria gastar porque sabia que teria que vender a TV em seguida. Depois, foi uma questão de opção mesmo. Confesso que com internet, não sinto a menor falta da televisão. Sempre deixo claro que adoro televisão. Acho um meio de comunicação interessantíssimo e tão bom quanto o rádio quando o interesse é comunicar algo. Desde que cheguei no Brasil, tenho visto muita televisão. Agora, então, que voltei a trabalhar com assessoria de imprensa, mais ainda. Adoro ver os telejornais: de manha, de tarde e de noite. Gosto mesmo. Mas dia desses, assistindo ao Bom Dia Brasil, lembrei por que deixei de ver televisão e também percebi porque não sinto falta nenhuma. Uma reportagem mostrou um menino sendo resgatado pelos bombeiros das ferragens de um carro depois de sofrer um acidente na estrada. A família do garoto morreu. Ele tinha dois anos e estava com o corpo coberto de sangue. Chorei ao ver as imag

Voltando de novo

Para quem ainda não sabe, voltei para Brasília. Depois de deixar para trás essa cidade, sobrevoar os Andes e morar um tempo em terras geladas, voltei. Senti saudade do clima seco e quente de Brasília, do transito tranqüilo, de respirar ar puro, de acordar a tempo para ver o dia amanhecendo. Depois de uma semana de trabalho, já me acostumei novamente com Brasília. Estou na casa da Juju, amiga querida que me acolheu nesse recomeço. Como sempre, conto com cada um dos meus amigos. Eles sempre estão torcendo pelo me sucesso. Mas não é só isso: basta um email, um telefonema, uma mensagem, que eles logo me fazem lembrar da generosidade do ser humano. Eu tinha quase esquecido como as pessoas são gentis no Brasil. Não quis ficar em Santiago justamente porque tinha medo de embrutecer. Voltar, depois que terminei meu curso, foi a melhor decisão que podia ter tomado. Estou muito feliz e sei que esse ano estou aprendendo muito com a vida.

Amanhecendo em Brasília

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Lo que echo de menos

Depois de ficar sem caminhar com salto alto por alguns meses, meus pés estao sofrendo um pouquinho. Pouquinho. Nao uso salto muito alto, além disso, comprei um sapato de salto com amortecedor que ajuda a diminuir a pressao. Também já nao sabia mais o que era vestir uma roupa social: terninho, camisa, blusinha... Maquiagem eu sempe uso, nao improta a ocasiao, porque nao exagero. Sou bem básica mesmo. O suiciente para combinar com um look despojado, ou o social de BSB. O cabelo aqui é tudo de bom! O clima seco é uma chapinha natural! Maravilha! De noite, posso dormir sem ter que usar um monte de cobertas porque o friozinho da madrugada é a máxima de Porto Alegre, ou de Santiago no inverno. Gosto muito de BSB. nao gosto uando as pessoas falam mal da cidade, assim como também nao gosto que falem mal de Porto Alegre. Hoje, uma amiga postou no facebook um vídeo promocional sobre Porto Alegre. Super lindo! Deu saudade! Quando estiver com minha casinha montada por aqui, tomando o chimarrao na

What I like about you

Coisas que eu amo em Brasília: o clima, o céu, os amigos, as ruas planas, a luz natural, o dia amanhecendo cedinho, a noite acendendo as luzes. Coisas que me fazem sofrer em Brasília: ficar sem carro, ficar sem carro, ficar sem carro e ficar sem carro.

Back to BSB

Definitivamente, meu ciclo aqui em Brasília ainda não acabou. Voltei para BSB e amanha começo a trabalhar novamente. Foram quatro meses de descanso no Chile, apenas estudando. Durante um mês, desde que cheguei no Brasil, procurei emprego. Estive em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Acabei retornando ao cerrado. Tenho uma nova chance em BSB para recomeçar a minha vida. Vou voltar para a Esplanada, depois de um bom tempo longe da política. Quero aproveitar bastante essa nova fase. Em Porto Alegre, tive a oportunidade de rever a família e alguns amigos. Cheguei revigorada com o alto astral e a energia positiva das pessoas que eu amo. Agora, prometo retomar o blog e publicar mais textos aqui. O último mês foi conturbado mesmo. Não é fácil procurar emprego!!! O grande barato é que em casa da uma dessas viagens colecionei histórias, causos e conheci pessoas interessantes. O material está guardado e em breve estará pronto para ser publicado.

Na Brasília

Cheguei em Brasília na segunda-feira de noite. A Juju foi me buscar no aeroporto e me recebeu na casa dela. É impressionante a mudanca no tratamento das pessoas quando a gente chega no Brasil. Todo mundo trata a gente bem! As pessoas sao muito mais gentis. Muitos amigos perguntaram se eu tinha lugar para ficar, quem iria me buscar no aeroporto e coisas desse tipo. Para completar, fui na minha querida manicure e ela levou minha roupa suja para lavar em casa. Como se nao bastasse, me deu de presente um chip de Brasília para que eu nao tenha que gastar com celular!!! Eu ia voltar amanha para Porto Alegre, mas com tanto amor e carinho aqui, resolvi ficar mais uns dias.

Rio de Janeiro

Qualquer poesia, verso ou prosa que eu publique a respeito do Rio, vai ser chover no molhado. Todo mundo já sabe o que precisa saber sobre o Rio. Eu nao sabia de muita coisa quando fui nessa última vez. Nao sabia, por exemplo, que choveria a semana inteira... Cheguei no Brasil sedenta por uma praia e só consegui tomar um banho de mar no Rio, na minha chegada, quando a frente fria ainda nao tinha chega na cidade. Apesar da chuva, foi possível fazer bons programas no Rio. Diferente de Sao Paulo, onde fiquei hospedada no Hotel Formule 1, no Rio, fiquei na casa de um amigo. O querido Xande abriu as portas do seu ape e me recebeu de bracos abertos, como o Cristo. Passei muito bem esses dias em que estive lá. Fui com o Xande no Maracana ver o jogo Flamengo e Botafogo. Apesar da nossa torcida, o Fogao nao conseguiu vencer... Também fui no CCBB, durante minha estada no Rio, ver uns curtas do Festival Anima Mundi, muito legal! Fui no Jardim Botanico, tomei mate, comi biscoito Globo, nos dias em

On the road again

Minha primeira parada foi em Sao Paulo. Dormi super mal porque comecou a chover de madrugada em Porto Alegre. Chuva forte. Fiquei com medo de nao conseguir embarcar. Deu tudo certo, apesar dos atrasos. Cheguei em Sao Paulo com um calorao!!! Nem almocei para conseguir cumprir com meus compromissos de trabalho, ou melhor, possíveis trabalhos. Foi um dia bem cansativo. A única coisa boa é que eu sabia que no dia seguinte iria para o Rio da Janeiro, a Cidade Maravilhosa. Em Soa Paulo, fiz bons contatos, mas nao tive nenhuma proposta concreta de trabalho. Segui minah jornada no Rio de Janeiro, com a esperanca no coracao e o currículo embaixo do braco.

Porto Alegre

Chegar em Porto Alegre é voltar para a casa da mae. Nunca morei sozinha na minha cidade e meu porto seguro é a casa da mamita. Passei apenas uma semana em Porto Alegre e foi suficente para me apaixonar de novo pela minha cidade. Nao estava frio, apesar do inverno. Cheguei numa semana em que as máximas atingiram 25 graus!!! Depois de passar muito frio no Chile tudo o que eu queria era um pouco de calor. Foi ótimo! Minha mae mora numa das áreas mais bonitas de Porto Alegre, a Zona Sul. Tem muita vegetacao, fica próximo do Lago Guaíba e perto do Morro do Osso. Além das paisagens bonitas, Porto Alegre tem a minha família querida. Meus sobrinhos todos esperando. Conheci a Cecília, linda! Agora, tenho cinco sobrinhos!!! Minha nossa! O William está com 12 anos... Aff Maria! Nem consegui rever meus amigos de Porto Alegre porque o tempo foi curto. Na semana seguinte, eu comecei minha jornada em busca de trabalho no Brasil.

Voltando para o Brasil

Faz muito tempo que eu nao escrevo no blog. Tem duas semanas que cheguei no Brasil e nem publiquei nada a respeito da minha volta. Nao foi nada fácil ir embora do Chile. Literalmente... Nao tive grandes despedidas, como em Brasília. Almocei com meus amigos no meu restaurante favorito. Passei a última noite com meu amor, curtindo os últimos momentos antes de voltar para o Brasil e de nos separarmos para valer. Acho que já me acostumei as nossas despedidas porque dessa vez nao chorei. Saí do Chile me sentino muito feliz e amada, tanquila e em paz, apesar de tudo. Passei o dia inteiro no aeroporto de Santiago porque o voo atrasou. Tive que dormir uma noite no Chile. Apesar de ter ficado num hotel super bacana, dormi super mal. Cansada e triste. Louca para chegar no Brasil. Meu ciclo em Santiago já estava completo.

Snowbunding

Na última sexta, passei o dia em Valle Nevado. Fui com uma turma de gringos para, supostamente, aprender snowboarding. Fui sabendo que levaria muitos tombos e a idéia era apenas me divertir um pouco e passar um dia diferente. Na minha turma só tinham gringos e todos falavam inglês. No problem. Tenho convivido bastante com minhas colegas gringas e aproveito para colocar o inglês em dia. Fui com duas colegas, uma australiana, Rowena, e outra norta-americana, Maggie. O organizador da viagem era um texano, Andrew. Além dessa turma, tinha mais gente dos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Arábia e Finlândia. Na volta, escutei vários idiomas enquanto essa galera conversava pelo celular. O dia foi maravilhoso apesar de eu ter ficado mais tempo sentada no chão com a bunda na neve gelada do que em cima da prancha de snow. Foi muito divertido! Tive uma aula super rápido com um instrutor francês. Depois de explicações básicas, ele me desejou boa sorte e lá fui eu. Com a prancha debaixo do braço, s

Cecília

Enquanto estive no Chile, nem escrevi sobre as coisas boas que aconteceram no Brasil. Nem tudo foi tristeza, como o sumiço do Brother. Nasceu Cecília, minha quarta sobrinha. Deus, minhas irmãs não param de fazer filhos! Considero o nascimento da Cecília uma das coisas mais bacanas que aconteceu na minha família nos últimos tempos. Minha irmã tem 38 anos e engravidou com método natural, ou seja, sem nenhuma interferência, além da divina. A gravidez foi tranqüila, mas chegou na reta final e a pressão alta antecipou o parto em algumas semanas. Cecília chegou ao mundo minúscula!!! Loira, linda e pequeninha. Tem olhos azuis como o pai, mas lembra demais a Ana, quando era um bebezinho. Nas primeiras semanas, todo mundo ajudou aos marinheiros de primeira viagem. Minha mãe quase não pode ajudar porque quebrou o pulso e uma as minhas irmãs estava com conjuntivite. Ainda bem que a família é grande! Esse espírito de solidariedade é apenas uma das conseqüências que o nascimento de uma criança desp

Comida chilena

Se a velha máxima de “você é o que você come” for verdadeira, está explicada a razão pela qual as mulheres chilenas são tão gordinhas, em sua maioria. A comida no Chile é gostosa, mas o cardápio não é muito saudável. Mistura de batata com arroz e por aí vai. Apesar disso, é possível comer pratos típicos e gostoso por aqui. Para começar, os tradicionais completo e o churrasco italiano. O completo é um cachorro quente a moda chilena. Sem molho, com muita cebola, tomate e maionese. Existe o completo na versão italiano também. Italiano quer dizer tomate, maionese e palta, que a gente conhece como abacate no Brasil. Se você ainda esta tentando entender o italiano preste atenção nos ingredientes e observe as cores da bandeira da Itália. Eu adoro o churrasco italiano! É meu sanduíche favorito por aqui. É um xisburguer, feito com carne, maionese, tomate e, claro, palta! Nessa temporada, experimentei outro pratos tradicionais. A casuela de vacuno e de pollo. É uma sopa parecida com a que fazemo

Violeta Parra

Estou na minha última semana do curso de Espanhol. Época de fazer provas, entregar e apresentar trabalhos. Um deles consistia em preparar uma apresentação sobre um personagem chileno. Eu escolhi Violeta Parra. Para quem não a conhece, certamente, já deve ter escutado alguma canção de sua autoria na voz de Mercedes Sosa, ou de algum cantor brasileiro. Violeta era música e compôs canções famosas como “Volver a los 17” e “Gracias a la vida”. Se você nunca escutou esse nome, não se preocupe. Eu também nunca tinha ouvida falar em Violeta Parra antes de viver em Santiago. Foi no Centro Cultural La Moneda, que tem uma sala dedicada ao trabalho desta importante artista chilena, que conheci parte do seu legado. Além de música, Violeta era artista plástica. Produziu obras em papel mache, pintura a óleo e bordados. Tudo isso está no acervo que fica em exposição permanente no La Moneda. Quando fui pesquisar mais sobre a vida desta chilena, fiquei encantada. Violeta foi a primeira artista latino-am

Uma Copa fora do Brasil

Pensei que apenas nós, brasileiros, e o “hermanos” argentinos fóssemos tão fanáticos por Copa do Mundo. Ledo engano... Os chilenos são completamente fanáticos por esportes, em geral. Eu diria mais: são sedentos por festa. Gosto de um bom carrete, como eles dizem por aqui. Tudo é motivo para encher a cara e o copo! No dia da estréia do Chile na copa, depois da vitória contra quem mesmo? Ah, sim, contra Honduras! O país inteiro saiu com bandeiras e fazendo festa. Parecia que tinha terminado e não apenas começado a Copa do Mundo. Eles ficaram histéricos porque, ao que parece, fazia 48 anos que o Chile não ganhava uma partida fora de casa em um mundial. Resta saber se o próximo jogo, contra a Suíça, vai ser tão celebrado como esse. Ao que parece, a festa acontece de qualquer maneira em dia de jogo do Chile na Copa. E pensar que eu me sentia mal em pensar que o Brasil inteiro parava em dia de jogo da Copa... Assim como os chilenos celebram suas conquistas, os narradores da televisão chilena

Eu to voltando

Depois de passar 3 meses, 17 semanas e exatamente 119 dias vivendo no Chile estou voltando para o Brasil. Decidi voltar porque as coisas aqui não fluíram como eu gostaria. Não encontrei trabalho, nem consegui resolver minha situação amorosa. Quando tomei a decisão de vir ao Chile, sabia que podiam acontecer de um jeito, ou de outro. Por isso, vim para fazer o curso de espanhol, em primeiro lugar. Sabia que durante esse período poderia tentar organizar a minha vida por aqui. O curso também me garantiu um visto para ficar até um ano no Chile. Consegui fazer as coisas mais difíceis fora do Brasil, sem emprego, ou alguma garantia, como alugar um apartamento, por exemplo. Infelizmente (ou felizmente), há muitas outras coisas sobre as quais a gente não tem controle. Considero esse um dos melhores aspectos da vida porque o elemento surpresa sempre te leva a outros caminhos. Estou feliz. Super orgulhosa da minha caminhada aqui. Talvez esteja voltando antes do que eu havia previsto, mas quem sa

Gastronomia internacional para aliviar a dor

Sou super partidária da solidariedade feminina. Nós mulheres sempre nos amamos umas as outras quando estamos sofrendo de amor. É da nossa natureza, não tem jeito. No Chile, apesar das diferentes nacionalidades das minhas novas amigas, não podia ser diferente. Depois de uma grande decepção amorosa, minhas amigas tem sido perfeitas. Esse fim de semana foi preenchido com muito carinho, risos e comida variada. Domingo foi um dia de degustar a gastronomia internacional. A Maureen preparou um desayuno americano. Comemos torradas com calda de caramelo. Depois, a noite, a Fabiola preparou tacos mexicanos e comemos enquanto assistíamos televisão juntas numa noite de frio em Santiago. Para completar, a Andréa preparou um café venezuelano para mim, que adoro cafés! Foi muito bom passar esse tempo com as minhas amigas e provar diferentes sabores. Costumo dizer para elas que vim para o Chile pela pessoa errada, mas aqui encontrei as pessoas certas. Tenho amigos no mundo todo e quem sabe agora comec

Mulheres das neves

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Mamita veio me visitar e passou nove dias comigo. Foi muito especial! Passeamos, curtimos, exploramos Santiago e alguns cantinhos do Chile. Esses dias me proporcionaram a companhia da minha mãe, conversas em português, rever lugares que já conhecia, apresentar o que gosto e conhecer novos atrativos. Entre as novidades, fui com mamita para a cordilheira pela primeira vez. É um passeio muito legal! O visual é lindo e a neve gostosa!!! Aproveitei para mostrar lugares que não estão nos guias de turismo, mas que são meus favoritos, como o Café Literário, em Providencia. Não escapamos dos programas tradicionais como a visita aos Cerros San Cristobal e Santa Lucia, a Plaza de Armas, o Palácio La Moneda e a Catedral São Francisco. Entre os museus, fomos ao Chileno de Arte Pré-Colombina, a Casa La Chascona (Museu Neruda) e o Centro Cultural La moneda. Muitos museus estão em manutenção desde o terremoto. Não foi possível visitar todos, além disso, tínhamos pouco tempo e muit

Quando você volta?

Queridos leitores do blog, tenho uma confissão a fazer: escrevo menos no blog, mas não é por falta de assunto. Simplesmente adotei um diário pessoal em papel. Desde o ano passado, registro alguns pensamentos e reflexões que compartilho apenas comigo. Os meus escritos pessoais ajudam a valorizar ainda mais essa experiência solitária no Chile.Todo mundo tem me perguntado quando eu volto? Essa á uma das minhas reflexões no diário. Ali registro pros e contras de cada possibilidade. Tenho pensado muito no meu futuro, em especial agora, que entramos no mês de junho. Esse é meu deadline para decidir o que vai rolar. Por enquanto, nenhum trabalho. Se não pintar nada até o fim do mês, eu volto para o Brasil no fim de julho. Sou uma pessoa muito intensa em tudo o que faço. Deixei Porto Alegre para trás sem pensar muito. Fui embora de Brasília quando cansei apesar de tudo o que conquistei. Vim para o Chile motivada pelo amor e com alguns sonhos de prosperar. Mas como a intensidade fala mais alto,

Four long years

Onde você estava na última copa do mundo? Lembra onde assistiu aos jogos naquele ano de 2006? Quais eram os seus planos para a Copa da África do Sul? Lembro que eu morava em Brasília. Saia do trabalho correndo para assistir aos jogos da seleção em casa, ou na casa de algum amigo. Tinha cerveja sempre! Eu morava com o Sandro. A gente se reunia com o Aldem, a Priscila, a Marina, enfim, com nossos amigos que também curtiam futebol. Numa dessas partidas, eu e Marina combinamos que começaríamos a guardar dinheiro para viajar a África do Sul em 2010. A promessa ficou somente na saudade. Eu nem falo mais com a Marina e não sei nada da vida dela. Eu e Sandro estamos separados e hoje estou aqui no Chile, onde vou acompanhar a Copa ao lado do meu amor. A Priscila está em Madri, estudando, e também deve acompanhar a copa lá na Europa, longe do namorado, o Fabiano, que mora em Brasília. O Aldem, com certeza, vai acompanhar e torcer junto com a sua esposa, a Tici, em Brasília ou Salvador, terra nat

Cumpleaños

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Passei meu primeiro aniversário fora do Brasil de uma maneira bem diferente. O dia amanheceu ensolarado. Delícia! Aproveitei para voltar a correr, coisa que não fazia há tempos. Por conta do frio, tenho sentido muita preguiça. Além disso, não tinha roupa apropriada para correr no frio. Vesti meu agasalho, calcei o tênis e fui correr no Parque O´Higgins, que fica bem pertinho da minha casa. Depois da corrida, tomei uma ducha e fui para a casa da Michele, minha amiga brasileira, importada diretamente de Fernando de Noronha. Almoçamos comida chinesa porque estávamos com preguiça de cozinhar. Adoro ir na casa da Michele e ver as tele séries (novelas) que ela curte. Também aproveito para usar a internet na casa dela, ainda mais agora que estou sem rede em casa... A Michelle me deu de presente uma garrafa de vinho Casillero del Diablo reserva. Um amor! Também preparou um prato de brigadeiro com cobertura de granulado colorido. Cantamos parabéns e eu apaguei a velinha depois de fazer um pedid

Xampu sin sal, al fin!

É muito complicado para uma mulher brasileira vaidosa viver no Chile. Coisas básicas, como ir ao salão de beleza, são um verdadeiro pesadelo por aqui. Cortar o cabelo, nem pensar. Se você deixar, eles certamente vão fazer o desbastadinho básico e as pontas repicadas, estilo emo. É uma tragédia! Você vai ao salão de beleza para ficar mais bela e sai de lá transformada na própria feia. Manicure? Super caro, aqui é coisa de velha chique e rica ir ao salão de beleza. Detalhe: no Chile, não tem esmalte anti-alérgico para as frescas, como eu. Pedicure? Só tem podóloga porque as pedicures, pode esquecer. Como elas não tiram a cutícula aqui, pintam daquele jeito e fica horrível. Melhor fazer em casa. Sério! Não bastasse esse cenário desolador, para piorar a situação, aqui é muito difícil encontrar xampu sem sal, ideal para cabelos alisados como o meu. O que fazer? Eu já tinha desistido de encontrar até que hoje, por pura acaso, encontrei xampu da marca OX sem sal!!! Uhuuuuuuuuuuuu! Mandei uma

Chove sobre Santiago

Ontem, choveu o dia todo em Santiago. Eu já tinha ouvido falar das chuvas aqui, mas sou do tipo ver para crer. Qualquer cidade grande sofre com os alagamentos. É um problema estrutural que causa muito transtorno. Em Brasília, fiquei dois anos sem carro e senti bastante os efeitos da chuva. Depois, me acostumei fácil a comodidade e nem lembrava mais. Agora, sou pedestre de novo e tenho que, literalmente, colocar o pé na lama e na água. Eca!!! Sem contar que Santiago tem muita poluição. As primeiras chuvas são extremamente ácidas. E fazem mal, lógico, para o cabelo e para a pele. Fora isso, é chuva com frio. Muito frio. Mas como sempre, depois da chuva, vem um dia lindo de sol. E com o céu limpo pela chuva e pelo vento, é possível ver a cordilheira com neve. Lindo! Rapidinho você esquece dos contra-tempos que enfrenta num dia de chuva e começa a curtir esses dias porque sabe que depois vem o espetáculo.

Esperando Brother

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Amanha, tenho prova de gramática, mas confesso que está difícil concentrar-me hoje. Minha cabeça tem apenas um pensamento: Brother. Meu gato desapareceu esse fim de semana. Descobri ontem depois que mandei um email para minha família para lembrar da vacina que Brother e Black devem tomar esse mês. O Brother saiu para um passeio e até agora não voltou. Estão todos preocupados na casa da minha mãe. Fizeram uns cartazes e colaram na vizinhança, deixaram avisos nas caixas de correio e ofereceram recompensa. Uma pessoa ligou e disse que o Brother aparecia na garagem da casa dela de vez em quando para dormir, mas até agora não voltou lá. Quando li o email da minha irmã, chorei desesperada. Porque me senti super responsável pelo sumiço do Brother. Deixei ele e o Black para trás e vim para o Chile sem nem olhar para trás. E eles são super importantes para mim. São meus companheiros, meus parceiros, sempre me deram carinho e me ajudaram a lembrar da minha humanidade nos momentos de maior solidã

Grandes feitos, grandes hechos

Hoje fui ao Centro Cultural La Moneda, visitar a exposição dos Guerreiros de Terracota. Essa história sempre me chamou a atenção. Um grande feito, de um importante imperador que decidiu construir um exército de argila para protegê-lo depois da morte. Enquanto caminhava e admirava as pecas da exposição pensei em como esse tipo de grandes feitos me interessam. Todos os grandes imperadores exercem um grande fascínio. Ainda que a gente saiba que muitos deles cometeram atrocidades. Na realidade, esses grande gestos sempre ficam registrados nos livros de história. É sobre estes eventos que pesquisamos e nos interessamos. Queremos ver exposições, ler livros, ver filmes, enfim, buscamos tudo quilo que possa explicar um pouco melhor esses grandes hechos. Se eu tivesse que escrever a historia da minha vida, certamente, não teria grandes feitos. Tudo o que fiz até o momento é perfeitamente aceitável para os padrões da nossa época. Mas certamente tudo o que vivi até agora foi vivido muito intensam

Small little world

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Esse mundinho é pequeno demais, meu Deus!!! Quando morei em Brasília, encontrei uma série de conexões entre amigos e conhecidos. Até aí, tudo bem porque o Brasil é o meus país, embora Brasília não fosse minha cidade natal. Era fácil encontrar amigos dos amigos dos amigos... Em Santiago, consegui comprovar a velha máxima de que vivemos em um mundo muito pequeno, muito!!! Aqui, conheci a Michelle, braisleira como eu, casada com o Sebastián, jornalista chileno que acompanhei em algumas viagens ao Brasil. Estive em Noronha e lá conheci a Rosangela, melhor amiga da Michelle. Nunca imaginei conhecer a Michelle e agora vou sempre na casa dela, comer comidinha do Brasil e ouvir dicas sobre Santiago. Na minha turma de Espanhol, seria mais hilário ainda tentar encontrar conexões porque somos todos de lugares muito diferentes, mas a cada dia ocorrem novas coincidências. Hoje, por exemplo, comentei com todos que estou usando o sinal da internet de um vizinho, ou seja, estou na ilegalidade. Quando

Tranqüila

Quando cheguei ao Chile, estava decidida a ficar pelo menos um ano, tempo de validade do meu visto de estudante. Passado um mês, sem conseguir trabalho, fiquei desanimada e pensei então em voltar em julho, logo depois que terminar o curso. Agora, dois meses depois, não tenho a menor idéia de quanto tempo vou ficar aqui. Tudo depende do que vai acontecer. Embora eu ainda não tenha visto as cenas do próximo capítulo, estou bem tranqüila. Resolvi deixar rolar, desencanar. Acredito que assim as coisas vão fluir como deve ser. Acho que a maturidade traz essa tranqüilidade e manda para bem longe a ansiedade. Afinal de contas, trabalhei tanto tempo como uma doida para poder fazer essa viagem. Acredito que é mais do que justo, é saudável, fundamental, indispensável, que eu dedique meu tempo livre ao descanso. Tenho lido muito, passeado com meus novos amigos, namorado bastante e curtido a vida, sem pressa. Coisa boa não ter que acordar cedo todo dia! Que maravilha poder escolher os horários mai

Porotos negros

Brasileiro + fora de casa = saudade do arroz com feijão. Arroz com porotos negros. O prato de comida mais comum, mais simples, mais banal, é uma raridade fora do território nacional. Não tem nada melhor do que encontrar outro brasileiro fora do Brasil e receber um convite para comer porotos negros! Desde que cheguei em Santiago, já fui convidada duas vezes para comer feijão preto na casa das minhas amigas brasileiras. Na primeira vez, fui na casa da Michelle. Ela cozinha super bem porque a mãe dela tem uma restaurante em Noronha. Hoje, fui na casa da Fabiola e comi novamente arroz com feijão. Fomos quase todos os brasileiros da turma, mais duas norueguesas, uma japonês e uma americana. Todo mundo adorou arroz com feijão! Aliás, devo dizer que a presença em massa de tantos brasileiros na turma tem sido motivo de alegria para os gringos. Não somente por causa da nossa gastronomia “exquisita” (chilenismo que quer dizer delícia), mas também porque estamos sempre inventando algo para celebr

Gata callejera

Quando era criança, uma das minhas canções favoritas do musical “Os saltimbancos” tinha o seguinte refrão: nós gatos já nascemos pobres, porém, já nascemos livres. Deve ser por isso que tenho tanto encanto pelos gatos. O jeito leve com que eles levam a vida, desprendidos de seus donos, seus lares... Estão sempre elegantemente parados em frente ao prato de comida, mesmo quando estão famintos. Aqui, no Chile, os cachorros de rua são muito comuns. Há milhares por onde quer que a gente ande. Mesmo assim, no edifício onde eu moro, aparecem alguns gatos de rua. Eu já tenho a minha gata callejera. Ela aparece quando quer. Faz festa quando me vê. Para mim, não importa que ela me reconheça pelo fato de ser eu quem lhe alimenta. Fico feliz pela festa que ela faz cada vez que me vê chegando. É uma gata branca, com manchas coloridas. Está sempre com o focinho sujo de graxa. Charmosa, dengosa, manhosa... Livre! Eu me sinto meio gata callejera também. Sem destino certo, sem dono, com fome de viver.

English-ilenos

Assim como s argentinos juram que são os italianos da América do Sul, os chilenos se crêem os verdadeiros ingleses do hemisfério sul. Eles usam muitas palavras em inglês e fazem questão de pronunciar da maneira correta. Nada de adaptar ao espanhol, como nós adoramos fazer em português. Os chilenos adoram chá. Não jantam, tomam o once. E sempre tem chá. São bem conversadores, reservados e sérios como a gente imagina os ingleses. Também bebem para caramba a exemplo dos filhos da rainha. A cerveja aqui tem o teor alcoólico maior do que no Brasil. Demorei para descobrir isso. Depois de algumas latinhas de cerveja e de ver tudo girando, foi que percebi! A formalidade também pode ser um resquício de quem admira a vida na monarquia. Tive a oportunidade de almoçar por duas vezes numa casa de família chilena em pleno domingo. A mesa era algo inacreditável! Tudo lindo, impecável, parecia editorial de revista de decoração. Pratos, copos, talheres, guardanapos, tudo em harmonia. Muito bom gosto! O

Amor, compraste pan?

Passei meses namorando a distancia. Por internet, msn, telefone. Quando o acesso era bloqueado, gmail. Trocávamos fotos, músicas e vídeos para alimentar esse amor com medo de que a distancia fizesse o sentimento desaparecer. Quando tive a oportunidade, não pensei duas vezes em vir para o Chile para poder ficar perto do meu amor. Tem certas coisas que para a maioria das pessoas é super banal, mas para quem passou oito meses sem ver seu amor, são essenciais. Na primeira semana, fomos a um bar tomar uma cerveja e quase não podíamos acreditar!!! Depois de tanto tempo, estávamos juntos outra vez. Dia desses, o amor ligou e perguntou: amor, compraste pan? Outro dia, estávamos tomando café da manha quando tocou uma canção do Jota Quest, Palavras de um futuro bom, a primeira música que ele me mandou. Amor se alimenta de amor, mesmo na distancia. A saudade é um ingrediente gostoso, mas que pode ser triste se as coisas não mudam. Continuo sem saber o rumo dessa história, mas por enquanto, estou

Piorei

Aquilo que parecia impossível, aconteceu. Piorei. Minha comunicação com o mundo externo já era fraca sem televisão durante os últimos anos em Brasília. No Chile, radicalizei. Não tenho televisão. Não tenho internet. Não tenho rádio. Quer dizer, mais ou menos. Acesso todos os dias a internet de lugares públicos e tenho rádio no meu celular. Assisto televisão na casa dos amigos, inclusive, já pude ver a novela da Globo aqui na casa de uma brasileira. Estou assistindo a um monte de filmes em DVD que comprei, ou que alguém me empresta. Ontem, vi um filme chileno, Mirageman. É tosco! Uma imitação barata de Kill Bill, mas boa para fazer rir. Me lembrou um pouco do Spectraman! Hoje, fui num lugar super bacana para acessar a internet, o Café Literário, em Providencia, na Plaza Itália. Fica no metro Baquedano. Basta chegar com seu noteboke, sentar e acessar ä rede wi-fi sem pagar um peso! Salve, salve! Além disso, o lugar tem um visual lindo, para o Parque, espaço para um café e uma biblioteca.

Gosto de meninos e meninas

Calma! Nao é uma grande revelacao do tipo saí do armário agora que estou morando fora do Brasil. Mas é verdade: gosto de meninos e meninas. Nao curto muito papo de mulherzinha. De vez em quando, até rola falar da cor do esmalte, de compras e outros babados. Sinto falta das minhas amigas: mulherzinhas inteligentes. Sempre que a gente falava desses assuntos tinha um toque de humor, de classe. Aqui, em Santiago, tenho conhecido pessoas super interessantes, de todo o mundo e estou aprendendo um pouco com cada uma delas. Pero hecho de menos mis amigos y amigas, meninos e meninas. Passei os últimos sete anos longe da família e me acostumei aos meus amigos. Agora, tem sido um novo aprendizado, fazer novos amigos - o que nao é muito difícil para mim - e conviver longe da família e... dos amigos. Em Brasília, fiz ótimas amizades e fortaleci algumas outras que ficaram no sul. Sinto saudades de todos, meninos e meninas. Da cerveja gelada, de falar de futebol, música, ou qualquer bobagem. Dos domi

Um mês em Santiago

O tempo passa e voa ainda mais rápido aqui em Santiago. Hoje, tem um mês que cheguei aqui. Posso dizer que estou me sentindo super bem hoje, melhor do que ontem. Já consigo me localizar pela cidade numa boa. Tenho amigos e me sinto em casa. Morro de saudades dos meus gatos, da minha família e dos meus amigos, nao nessa ordem, necessariamente. Ontem, finalmente, fiz a minha matrícula no curso de espanhol. As aulas estao super divertidas. Nos próximos dias recebo meu primeiro pagamento pelas traducoes que tenho feito. Também pago meu segundo aluguel daqui a alguns dias. Continuo procurando trabalho porque as traducoes ainda sao poucas... Acabei nao ficando na casa enorme, cheia de gatos e pessoas divertidas em Providencia. Em compensacao, nao saio de lá. Fiquei super amiga do Mariano, o dono da casa. Também conheci aqui a Michelle, uma nativa de Noronha, que é casada com um chileno e simpatizamos muito uma com a outra. Além disso, tenho os meus colegas do curso que sao muito queridos. Ju

Uma identidade chilena

Hoje fui buscar a minha cédula de identidade chilena. É apenas um documento, com meus dados pessoais. A verdadeira identidade chilena ainda está em processo. O Chile é um país culturalmente diferente do Brasil. Não é por acaso que aqui se vêem tantos alemães, norte-americanos ou japoneses em intercambio. Os gringos elogiam a segurança e a organização do país. De fato, eles se parecem muito pouco com os hermanos latino americanos. É um povo reservado, culto, educado, conservador. Ao mesmo tempo os chilenos são alegres e nisso se parecem muito com os brasileiros. Esse documento que ganhei hoje em ajuda em uma série de procedimentos práticos e burocráticos. Ajuda, também, a assimilar a mudança de país. Ter um documento que comprove: você está aqui, realmente! Isso mexe com os sentimentos. E na prática, o que muda? Desde que cheguei no Chile, mudei uma série de hábitos para me adaptar a nova realidade. Para economizar com os cuidados pessoais, abandonei o salão de beleza. Afinal, agora não

Vamos bailar?

Ontem, comecaram as aulas. De manha, fui para o espanhol. Turma lotada de brasileiros, a maioria paulistanos. De noite, gracas ao bom Deus, aula de salsa. Desta vez, somente uma brasileira no grupo. De Brasília! Eu mal entrei na aula e já apareceu um cara vestido de pirata vendendo esmaltes. Bastou dizer "oi" para saber: brasileiro. É impressionante como nós sabemos nos fazer presentes. Todo brasileiro sorri descaradamente. Os brasileiros usam os bracos e as maos para falar, nao apenas a boca. Os brasileiros tem um jeito de andar diferente, que pende para um lado e para o outro. Talvez seja por isso que seja tao difícil passar despercebido. Nao tem jeito... se voce nasceu no Brasil, cedo ou tarde, quando cruzar as fronterias da bandeira verde e amarela, vao te descobrir. Delícia! Eu amo meu país, apesar de viver fugindo dos brasileiros por aqui, Nada contra, apenas acho que vou crescer e aprender mais tendo contato com outras culturas. Já fiz amizade com uma venezuelana super

Volver

Queridos leitores do blog, nao tenho sido muito assídua nas minhas atualizacoes. Sorry! Muitos acontecimentos. Hoje, vou de mala (aquela que tinha sumido e foi encontrada) para a minha nova casinha. Aluguei um ape em Santiago. Aos poucos, vou me adaptando a essa nova cidade e aos hábitos daqui. Um dos maiors desafios é me adpatar ao jeito reservado dos chilenos. Carrego comigo um sorriso enorme no rosto, ainda mais nesses últimos dias. O que deveria ser um convite de boas-vindas é um perigo para uma estrangeiro por aqui. Os homens sao tarados!!! As mulheres, desconfiadas. Se quando cheguei em Brasília a licao número um foi: deixe o jeito gaúcho em casa; em Santiago, a máxima é: recupere o jeitao gaucho de ser. Já ouvi vários conselhos e dicas, com recomendacoes sobre os cuidados com a bolsa, quando pedir uma informacao, bla, bla, bla... Cada ambiente, é uma nova adaptacao. Nao tem como ser diferente. Sem problemas. Me adapto rapidinho ao jeito de ser santiaguino.

A primeira semana

A primeira semana fora do Brasil foi bem intensa. Cheguei no sábado passado em Santiago. Fiquei meio tristinha no fim de semana porque minha bagagem tinha sido extraviada. No domingo a noite, finalmente entregaram a minha mala. Pouco antes de me entregarem pensei bem e cheguei a conclusao de que perder uma mala nao é nada quando se compara as pessoas que perderam tudo com o terremoto. As emocoes continuaram na segunda de madrugada quando eu finalmente reencontrei meu amor. Que saudade!!! A gente nao se via desde julho! Estou muito feliz!!! Durante a semana, fui na Estúdio de Comunicación para ver a possibilidade de trabalho. O pessoal da agencia me chamou para fazer uns freelas enquanto estiver por aqui. Ótimo! Quanto a moradia, ainda estou procurando. Uma amiga ofereceu o apartamento dela, mas por conta da dificuldade com o deslocamento preferi olhar com mais calma. Esse fim de semana já devo definir meu novo endereco e comunico a todos. Espero por visitas, lógico!!! Nem precisam teme

Os gatos

No dia da minha viagem, nem consegui olhar para trás. Os gatos ficaram na porta espiando e assistindo a minha partida. Ai, que dor no coracao! Amo meus gatos. Só consegui ir embora porque sei que eles ficaram bem, na casa da minha mae. Eles deram um salto que qualidade, literalmente. Digamos que o Brother passou de pequeno produtor rural a um grande latifundiário. O Black nao precisa de muito espaco, gracas a Deus, mas é outro gato. Está todo dengoso e sociável na casa da minha mae. Deixou o jeito mineiro desconfiado em Brasília. O Brother já aprontou algumas: pulou do alto de uma janela!!! Nao satisfeito, resolveu enfrentar a Loira, a cachorrinha que mora na casa da minha mae e da vizinha. A Loira avancou no Black e o Brother saiu em defesa do irmao. Ficou furioso!!! O gato que mora na casa da minha mae faz cara feia para os meus gatos, mas eles nem dao bola. Sao muito maiores que o Leon e eles sabe que se aquele siames resolver brigar, vai se dar muito mal. Embora eu tenha certeza d

Cheguei!!!!!!!!!!!!!!!

Cheguei! No rastro do terremoto, que por sinal nao deixou marcas profudas por aqui, em Providencia. O unico indício forte de que houve terremoto está no aeroporto. Um caos... tudo improvisado, mas funciona bem, por incrível que pareca. A única coisa que nao funciona bem mesmo é a TAM. Eles extraviaram a minha mala em Guarulhos. Quase perdi minha conexao, por sinal. Tive que sair correndo pelo aeroporto. Entrei no aviao feliz da vida. A viagem foi bem tranquila. Quando cheguei no aeroporto, aquele sol!!!!!!!! Na esteira improvida, os funcionários trazem as malas no carrinho e vao tirando uma a uma da pilha enorme. Um, dois, tres, quatro, cinco, seis carrinhos depois e nada! Faz a ocorrencia. Preenche formulário. Passa na imigracao. Tudo OK. Pega um táxi do aeroporto para o apart hotel. Uma motorista super simpática me deioxu aqui. Tudo em ordem no caminho. As autopistas estao OK para circular. Agora, estou na expectativa de encontrar a minha mala. Estava tudo lá, ou quase tudo... Nao se

Um pedido especial

Muita gente te me ligdo e mandado emails nos últimos dias perguntando sobre a minha viagem. Eu ainda nao estou no Chile e devo viajar somente na terca-feira, quando o aeroporto de Santiago normalizar as atividades. Tenho mantido contato com vários amigos em Santiago e a situacao é bem mais tranquila do que temos visto na mídia. Notícia sem sensacionalismo, nao vende. Portanto, o quadro que estao pintando é o pior possível. Infelizmente, as pessoas mais afetadas pelo terremoto vivem nas regioes mais pobres do Chile. Em Santiago, o danos foram bem menores. O centro da cidade, onde estao os prédios históricos, foi muito afetado. De resto, a vida segue. Pouca gente sabe, mas em 1976, quando minha mae estava grávida, a Guatemala viveu um dos piores terremotos de sua história. Meus pais moravam lá e decidiram voltar e viver o Brasil. Nasci escapando de terremotos. Talvez, por isso, esteja tao tranquila agora. Gostaria de pedir que todos fizessem suas oracoes e mandassem a melhor energia posi