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Mostrando postagens de 2012

Em busca do visto

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Viver em outro país é sempre uma experiência intensa. Se a gente tem um pouco de sensibilidade, leva pela menos boas histórias para contar. Eu já tinha morado no Chile, em 2010, quando vim como estudante. Naquela ocasião, encaminhei o visto no Brasil e foi muito rápido o trâmite. Dessa vez, solicitei o visto aqui mesmo. Assim como aconteceu na primeira vez, precisei ir ao departamento responsável pela emissão do visto. Por se tratar de um servico público com muita demanda, a fila era inevitável. Uma amiga brasileira já tinha me recomendado levar um livro para ler durante a espera. Levei um jornal e terminei de ler bem antes das três horas que fiquei aguardando o meu número ser chamado. Nesse meio tempo, como gosto de conversar, não consegui evitar e puxei conversa com algumas das mulheres que sentaram ao meu lado nessa longa espera. Uma delas, peruana, me contou que trabalhava numa casa de família, portas adentro, como dizem aqui. Ou seja, ela trabalha e mora na casa. É a

Nós e eles

Se você é um dos meus amigos homens que, de vez em quando, por alguma razão, costuma ler o meu blog, sinto muito, mas esse post conversa diretamente com as mulheres. Por indicação de uma amiga e fiel leitora do blog, comecei a ler, em espanhol, o livro "Homens são de Marte e Mulheres são de Venus". Minha amiga me deu essa valiosa dica depois que relatei alguns problemas da convivência a dois. Pequenas coisas que estavam me incomodando muito, além do necessário. Lendo apenas algumas páginas, fica claro que não vale a pena a gente tentar discutir e medir forças por cada pequeno detalhe do nosso cotidiano. Fosse assim, ninguém conseguiria ficar casado. Para mim, muito mais importante do que evitar discussões desnecessárias é preservar a paz e o respeito na vida a dois. Homens e mulheres são realmente muito diferentes. Pensamos diferente, agimos diferente. Cada um tem o seu modus operandi. Essas diferenças são saudáveis, mas acho que na piração da convivência di

E passa o tempo...

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Faz tempo que eu não escrevo no blog. De vez em quando, apronto dessas. Fico um longo período sem escrever o que é um grande erro. Mesmo porque, se o mundo for realmente acabar como preveem as profecias mayas, pode ser que não me sobre ainda muito tempo para escrever. A data prevista para o fim do mundo é o dia limite para pagamento da última parcela do 13º. salário.  Para muitos brasileiros, deve ser mesmo o fim do mundo... É engraçado que, apesar de não estar trabalhando e de ter bastante tempo livre, falta tempo para atualizar o blog. A vida no Chile anda corrida, literalmente. Domingo, aproveitei para dar uma boa corrida na avenida Santa Isabel que é fechada de nove da manha até duas da tarde. Da mesma forma que acontece em Brasília, no eixão, que é fechado para que as pessoas possam transitar tranquilamente sem a presença de carros, a Santa Isabel também fica livre para pedestres. Nos pontos de entroncamento com semáforo, funcionários da prefeitura segura

Índios

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Considero-me uma pessoa de sorte, muita sorte. Poucas pessoas tiveram a oportunidade de viver algumas das experiências profissionais que tive. Uma delas foi uma viagem ao Xingu, em 2010, para visitar a tribo dos Kuikuro. Não foi uma simples viagem. Nosso guia foi ninguém menos do que o diretor do Museu Nacional do Índio, que tinha alguns quilômetros rodados visitando tribos em todo o Brasil. Até hoje tenho aqui em casa, agora em Santiago, no Chile, uma peça de artesanato que ganhei de presente do chefe da tribo. Antigamente, eram os índios que ganhavam presentes dos brancos. Foi assim que vários exploradores gringos conseguiram pisar em terras indígenas brasileiras. Negociando a confiança em troca de um facão, um colar, uma bússola... Estou terminando de ler um livro que relata bem essa tensa relação entre brancos e índios. Fiquei curiosa para conhecer a história do Coronel Fawcett, o cara que teria inspirado o personagem Indiana Jones. O tal explorador inglês desaparece

Desbravando esse mundo tão pequeno

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Sempre achei um barato as cidades irmãs que têm o mesmo nome. Em Goiás, no Centro Oeste do Brasil, temos Valparaíso, que também pode ser visitada no Chile. A cidade é a sede do Congresso Nacional, além de abrigar o principal porto do Chile.  É comum caminhar pelas ruas de Valpo e ver os marinheiros com a farda branca no meio do povo. Já estive em Valparaíso três vezes e nunca fiz um tour tradicional de turista. Sempre vou com amigos chilenos e vejo de tudo um pouco. Nessa última visita, parei para comer uma chorillana no J.M. Cruz, um pequeno restaurante e museu com diversas quinquilharias em exposição. O tal prato serve bem duas pessoas que podem matar a fome com uma generosa porção de batatas fritas com carne e cebola. Chegamos cedo e conseguimos uma boa mesa de onde podíamos ver pelas câmeras de vídeo, instaladas na entrada, a fila que aumentava com o passar das horas. Que sorte a nossa! Ninguém almoça cedo no Chile, mas nesse dia, como saímos cedo de San

Viajando na Cordilheira

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Da janela lateral, vejo a cordilheira. Os dias têm sido generosos com sol e alguma nuvem de poluição, mas nada que atrapalhe o espetáculo. Quando cai a noite, então, a vista de cima do 19º. andar para Santiago iluminada é simplesmente linda! Não sei se é o momento, a situação ou a pessoa, mas está tudo diferente, tudo lindo, maravilhoso.  Estou curtindo bastante e de uma maneira bem especial essa nova vida no Chile. Quase não acredito no que estou vivendo. Ainda sinto bastante frio, apesar do solzinho gostoso diário. Também começou a batalha por uma nova oportunidade de trabalho. Tudo leva tempo e tem o seu devido momento. Muita paciência nessa hora. Parece que foi ontem que cheguei a Porto Alegre e estava manando currículos. Agora, são emails e comunicações com as pessoas que conheço e com quem tive a oportunidade de trabalhar para buscar um lugar ao sol novamente. Esse sol tão disputado que garante não apenas o dinheiro para pagar as contas, mas também o

Cruzando a linha de chegada

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Certa vez um colunista da revista Época escreveu que as mulheres apaixonadas são como um carro desgovernado. Claro que muitas de nós concordamos com isso e achamos até bonitinho um homem que fala assim sobre nós, mulheres. Mas até mesmo um carro desgovernado pode ficar sem combustível para terminar a viagem. Quando esse carro desgovernado fica parado no meio do caminho, de vez em quando, aparece um socorro. E o tal carro é conduzido com segurança ao seu destino final. Talvez seja por essa falta de sorte (ou excesso) que muitos carros desgovernados, ou melhor, que muitas mulheres apaixonadas acabam vivendo um grande amor. Sou mulher e realmente pareço um carro desgovernado quando estou apaixonada. Vivo intensamente as minhas paixões. Por vezes, esse carro termina batendo num poste, bem no meio do caminho e saio toda arrebentada da história. Nem sempre é assim. A vida é generosa com todos, inclusive, com as pessoas apaixonadas. Esse carro desgovernado que vos escreve já rodou uns

Dias de luta, dias sem glória

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Estou de volta a Porto Alegre depois de dois meses intensos de muito trabalho. Infelizmente, meu candidato não foi eleito prefeito. Não consegui ficar triste ou deprimida porque sei que toda nossa equipe fez um belo trabalho. Além disso, lutamos contra uma máquina que compra votos com dinheiro público. Minha tranquilidade absoluta veio no dia seguinte ao das eleições quando fui visitar meu candidato. De tênis, calca jeans e camiseta, ele tomava um chimarrão no seu comércio. Perguntei a ele como estava e ele respondeu muito sereno: estou tranquilo, não comprei nenhum voto. Fiquei muito impressionada com as velhas práticas da política feia que observei nessa campanha eleitoral. Quando voltei de Brasília, queria trabalhar na campanha, sentir novamente a efervescência política, as bandeiras tremulando na rua, as pessoas gritando e cantando com entusiasmo. Ignorei o lado feio da política. De quem se aproveita da miséria para ganhar votos em troca de cesta básica, de uma cerveja, d

Mundinho pequeno

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Morar numa cidade pequena é como colocar uma lente de aumento na alma do ser humano. Tudo aumenta, amplia, cresce, assombra e intimida. A gente percebe mais claramente a simplicidade das coisas, da vida e das pessoas. Vive intensamente momentos que passam batido na cidade grande. Aqui, plantei a minha primeira árvore. Ontem à noite, vi um céu estrelado, como há muito tempo não via. Mas não é só de romantismo e coisas boas que vivem as cidades pequenas. Domingo a cidade morre, literalmente. Nada fica aberto, nem os restaurantes. Cansei de contar a quantidade de vezes em que perguntaram: tu não é daqui né? Não é muito diferente do que ouvir em Brasília: você e gaúcha? Ou do que escutar em Santiago: Colombiana? Venezuelana? Ah, brasileña. Já me acostumei a ser uma estrangeira dentro do meu próprio país. Já fui estrangeira vivendo em outro país. Não consigo ter esse sentimento de pertencimento a nenhum lugar porque me sinto filha do vento e com direito sobre todo o espaço terre

People are strange

Esse trabalho na campanha vai deixar muitas lembranças e várias histórias para contar. Algumas divertidas, outras deprimentes e muitas delas bizarras. Entre as mais esquisitas está o evento de ontem. Parada, na frente do hotel, esperando minha carona para mais uma noite de trabalho, um carro estacionado em frente abre a janela. O sujeito lá de dentro me cumprimenta e eu respondo educadamente, pensando que ele vai pedir alguma informação ou coisa do tipo. Não é nada disso. Na maior cara de pau ele me pergunta: quer fazer programa? Eu, pasma, pergunto: o que? E ele repete. Por alguns segundos não consigo assimilar o que está acontecendo. E novamente estarrecida pergunto: o que? Quando ele se dá conta de que cometeu um tremendo erro, fecha a janela e arranca o carro. Demorou um tempo para entender o que tinha acontecido. São situações como essa que fazem a gente se sentir muito mal num lugar estranho. A única coisa que supera são os comentários dos nativos com relação a quem vem

in the middle of nowhere

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Uma das coisas mais legais na minha trajetória profissional são os lugares e as pessoas bacanas que conheço. Tive a grata surpresa de conhecer um estúdio de gravação super bem equipado em plena estrada, num condomínio residencial. O dono do estúdio fez aquilo que muita gente gostaria de fazer e quase ninguém tem coragem. Foi morar num lugar tranquilo, bonito, com vista para as lagoas do Litoral Norte. No meio de lugar nenhum, encontra inspiração para compor. Num misto de encantamento e curiosidade, pergunto incrédula: dá para se manter trabalhando isolado aqui? Ele responde que tem altos e baixos, mas que é possível. Numa pausa para comer algo, em mais um dia de trabalho corrido, a conversa é sobre as coisas chatas do trabalho. E o sujeito sabiamente vem com essa: todo trabalho tem as chateações. Trabalho é assim mesmo! Chego de manh ã , cedo. Passo antes em algum lugar na beira da estrada para comprar um biscoito e um queijo colonial para acompanhar o café que vamos tomar

Eu acho que vou casar!

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A vida moderna é cheia de inovações. Amizades começam pela internet. Relacionamentos se mantêm graças a tecnologia. A internet me ajudou a aproximar-me da família do meu pai na Guatemala. No Natal passado, nos conectamos todos pelo skype e substituímos o tradicional telefone pela webcam. Consigo manter amizades em todo o Brasil e no mundo graças as redes sociais. Conheci muitos namorados e filhos de amigas minhas somente pelas fotos que elas postam. Não é novidade nenhuma que compartilho no blog vários momentos importantes da minha vida. Nem podia ser diferente agora... Depois de manter um relacionamento a distância durante quatro anos, de passar por muitas viagens de ida e volta ao Chile, finamente (ufa!), vamos juntar os trapinhos! No início, confesso, fiquei meio incrédula e insegura. Nunca ninguém, na minha curta e intensa vida, havia feito uma proposta como essa. Vamos dividir uma vida juntos. Vamos começar uma nova etapa. Vamos? Vamos! Demorei a compreender que a prop

No meio do caminho tinha um argentino

Hoje de manhã, no café do hotel onde eu moro, tinham dois casais de argentinos conversando. A gente sabe que os hermanos são bem barulhentos e simpáticos. Logo que eu entrei no salão do café cumprimentei as meninas do hotel, como faço todos os dias. Mas os velhinhos tão simpáticos prontamente responderam. Pareciam ávidos por conversar. Não pude dar muita atenção, apesar de adorar uma charla ... Tinha que sair logo para trabalhar e não podia me atrasar. Fiquei com pena porque percebi que eles realmente tinham ganas de hablar . Um dos velhinhos até provocou comentando coisas absurdas. Primeiro, quando se deu conta de que era domingo, indagou: será que tem missa no Brasil? E igreja? Porque aqui tem tantas religiões... Claro que temos igrejas e missa no domingo. Afinal, o Brasil é o país com o maior número de católicos em toda a América Latina. As igrejas evangélicas cresceram e muito, mas ainda predomina o catolicismo. Quase convidei o pobre velho para visitar a praça e a ig

"Saudade inespecífica"

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Dia desses uma amiga escreveu numa rede social um post dizendo que sentia “saudade inespecífica”. Achei genial! Uma pessoa comentou que deveria ser alguém muito querido por perto e recomendou rezar. Seja lá qual for a sua crença, todo mundo sente essa saudade de vez em quando. Nesses últimos dias tive essa sensação e não demorei a ter saudade específica também. Primeiro do meu pai. Talvez porque agosto é o mês do dia dos pais e, infelizmente, do aniversário de morte dele também. Sem querer, volta e meio me pego lembrando do viejo nessa época do ano. Os dias nublados, o frio do inverno, tudo remete a essa saudade. Foi também por esses dias que lembrei do Black, meu gatinho lindo, companheiro que tive que sacrificar. O Black era tão carinhoso, tão amoroso e amigo. Para mim, foi uma decisão tão difícil me despedir dele. Duas perdas. Sofridas. Sentidas. Choradas. Vividas intensamente. Sem chance de dizer adeus ao meu pai que morreu de câncer. Com o desprendimento necessári

On the road again

Parece que a vida me leva sempre adiante... Voltei para Porto Alegre para ficar perto da família. Não tinha nenhum emprego certo, mas alguma perspectiva e um grande desejo de me aquietar um pouco por aqui. O problema é que sou muito ativa e não consigo ficar muito tempo parada. Acabei arrumando um trabalho temporário numa cidade do litoral norte gaúcho. A 96 quilômetros de Porto Alegre, viajo na freeway curtindo um sonzinho. Vou e volto tranquila, sem pressa, porque tenho tempo. Tudo é novo para mim. Pegar a estrada sozinha, morar em hotel, viver numa cidade pequena... E tudo isso é a minha cara, minha essência, eu. Adoro novidades na minha vida! Tenho uma capacidade de adaptação que me ajuda a viver bem em qualquer lugar. Quando estou inquieta, reclamona e impaciente, pode ter certeza de que é a vida me chamando de novo. O trabalho aqui vai ser rápido, Temporário. Passageiro. Breve. Ideal nesse momento da minha vida. Assim como as estradas onde viajo, minha vida segue em

Mudanças climáticas

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Uma das minhas únicas leitoras do blog costuma dizer que para sentir-se mais próxima dos seus queridos que estão longe sempre dá uma olhada na previsão do tempo local. Ela acredita que essa é uma boa maneira de conectar-se com quem está distante. Saber se tem sol ou chuva, se o dia vai ser quente ou frio, se as tempestades vão destruir tudo o que há pela frente ou se o mar vai avançar sobre o nosso litoral, parece ser mesmo uma boa estratégia para aproximar-se. O Tim Maia tem uma canção, super romântica, em que um dos versos diz exatamente isso: “e na pele quero sentir o mesmo sol que te bronzeia”. Afinal, o sol é o mesmo em qualquer lugar: no Brasil, na Itália ou na Austrália. O astro rei nem sempre brilha com a mesma intensidade, dependendo da nossa localização geográfica. Já a rainha da noite sempre dá show. Basta observar as redes sociais durante a fase da lua cheia. As pessoas postaram fotos e comentários sobre a lua. Pois eu tenho visto meus amigos de Brasília emocionados c

Um livro para ler

Eu tinha escrito que o livro A Era da Loucura renderia algum outro post aqui no blog. Infelizmente, durante a leitura foi impossível escrever qualquer coisa a respeito. A leitura se deu durante o período de mudança de Brasília para Porto Alegre. Foi uma fase intensa, de muitos compromissos e pouca atenção ä leitura. Apesar de todos esses ingredientes, tomei o cuidado de fazer apontamentos e marcar algumas páginas do livro com trechos que realmente mereciam uma reflexão posterior. Agora, divido com vocês essas impressões. Quero deixar claro que são opiniões minhas, a partir das próprias experiências de vida, que acabam determinando o tipo de leitura que temos não apenas dos livros, mas da vida em si. Começo pelo fim do livro, que trata do absurdo do envelhecimento. Depois do que li, acredito que sou uma velha num corpo jovem. Antes que alguém pense “Credo” ou “É isso mesmo, Belinha” gostaria de dizer que fico muito feliz com essa constatação. Que bom que já aprendi algumas cois

O efeito do frio no Fritz

O inverno é a estação da preguiça. Atire a primeira pedra quem não tem vontade de ficar embaixo das cobertas escondido num dia cinza e frio. Eu tenho. O sol é minha principal fonte de energia. Sem ele, fico triste como o dia nublado. Com frio, pior ainda. O Fritz não é diferente. Gato candango, acostumado ao clima seco de Brasília, anda mais preguiçoso que o bicho preguiça. Não desgruda de mim! Precisa de calor humano e, por isso, dorme sobre as minhas pernas onde quer que eu esteja. À noite, faço contorcionismo na cama. Ele deita bem no meio e deixa o que sobra para a dona (no caso eu). Se agora ele está bem espaçoso, em nada esse comportamento lembra o dos dias que antecederam a nossa mudança. Fritz estava assustado. Aquele entra e sai de gente em nossa casa, levando aos poucos nossas coisas, foi bem estressante. Além disso, muita gente gateira queria despedir-se dele. Onde encontrá-lo? Dentro do armário, assustado, acuado. Fiquei super mal quando alguém me disse que el

É isso mesmo!

Hoje li um texto de um jornalista se defendendo de outro jornalista que escreveu um artigo detonando com o tal. Sinceramente, não perco mais meu tempo dando explicações para essas pessoas. Quem realmente me conhece, não dá crédito a essas mentiras. Claro que no caso de um jornalista que escreve para uma importante revista a credibilidade pode ser abalada, não apenas a do profissional, mas do veículo também. Particularmente, não gastaria um centavo numa ação por calúnia e difamação. Porque as pessoas que realmente me conhecem não dão credibilidade para fuxicos. Vivi muita coisa nessa minha passagem por Brasília e aprendi que as pessoas têm o direito de não gostar de mim. Compreendi que as pessoas vão falar mal de você não importa o quanto você seja legal ou sincero. Também aprendi a me preocupar com o que e com quem realmente importa. A vida passa tão rápido que não dá tempo para ficar no rami-rami. Acho triste as pessoas que alimentam fofocas, lamentações, frustrações, ou q

Sem maniqueísmos

Está rolando a Rio +20, evento voltado para o debate sobre desenvolvimento sustentável. Apesar da proposta, ali, não há muito espaço para a divergência de ideias. Quando se trata de alguns temas, como a preservação ambiental, o discurso é o do senso comum. Afinal, ninguém é contra a preservação do meio ambiente. Cada um fica de um lado: quem defende o meio ambiente e... o resto do mundo. É com esse mesmo espírito que algumas pessoas tentam defender Brasília. O discurso fica tão chato, quanto o da gauchada bairrista, que divide tudo: gremista e colorado, chimango e maragato, direita e esquerda. Que preguiça... Na realidade, o que Brasília tem de melhor é justamente a diversidade. Quando as pessoas começam com um discurso muito puritano, me cansa. A cidade é ótima como tantas outras. Todas as cidades têm coisas boas e ruins. Têm atrativos e problemas. Normal! Gostaria de deixar claro que não estou apenas indo embora de Brasília, mas voltando para Porto Alegre, minha cidade nat

Packing

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Estou preparando outra mudança. Novamente, desmontando a casa, vendendo coisas, doando outras. Não é tarefa fácil, mas já estou acostumada. A cada mudança, uma nova descoberta e um jeito mais tranquilo de fazer acontecer. Ontem, despachei três caixas para Porto Alegre. Com a venda dos móveis e eletros, devem sobrar roupas e objetos que cabem em algumas poucas malas. Fora isso, o que mais estou levando? Levo experiência e conhecimento que não cabem em caixas, nem em malas. Coisas que vivi, pessoas que conheci, lugares que visitei. Vai tudo junto comigo. Mesmo aquilo que ficou para trás, no passado, está aqui. Vou embora porque quero ir, não por uma imposição do destino. Volto para Porto Alegre porque quero estar perto da família. Passei quase dez anos longe de casa. Agora, é hora de voltar, me dar essa chance, encarar as dificuldades e vantagens do caminho que escolhi. Brasília é ótima. Tem um clima bom, ótimas oportunidades de trabalho e amigos queridos. Porto Alegre tamb

Previsão do tempo: é hora de viajar!

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Depois de me refrescar nas águas geladas das cachoeiras da Chapada e de um rápido pit stop em Porto Alegre para recarregar as energias com a família, parti rumo à Bahia. Retomei o ritmo das press trips, depois de alguns anos afastada desse trabalho, que sempre me deu muitas alegrias, apesar da correria e do estresse envolvido. Passei quase dez dias acompanhando um grupo com jornalistas da Argentina, Chile, Espanha e Peru. Junto com o nosso grupo, também tinham jornalistas da Alemanha, França e Itália. Já estive em Salvador três vezes e a primeira foi em 2004, como turista. Fiquei num hotel em Ondina e achei a cidade super preparada para receber turistas. Lembro que na recepção do hotel nos entregaram um papelzinho contendo a informação sobre o transporte para visitar o Centro Histórico. Achei ótimo e prático! O problema é que o turismo e a cidade cresceram num ritmo assustador. Salvador tem vários problemas, em especial com o tr â nsito, e me lembrou demais São Paulo . Certa

Tirei um peso dos meus ombros

Descobri o documentário sobre a trajetória do piloto AyrtonSenna no youtube. Já vi duas vezes. Para mim, é uma história encantadora. O que esse cara fez pela fórmula 1, pelo esporte no Brasil e no mundo foi incrível. Ele deu visibilidade ao esporte, conseguiu popularizar uma modalidade esportiva. O Senna era extremamente competitivo, não apenas com os outros pilotos, mas com ele mesmo. Viveu superando seus próprios limites e aprendeu muito com suas derrotas e conquistas. Algumas coisas realmente me sensibilizaram no documentário. Não sabia que ele era um cara religioso e muito espiritualizado. Foi motivo de piada por conta disso, inclusive. Outro aspecto que me chamou muito a atenção foi que, em vários momentos difíceis, depois de superar algum desafio, Senna dizia que sentia como se tivesse tirada um peso de cima dos ombros. É exatamente assim que me sinto nos últimos dias. Vinha de uma situação muito desgastante, de intenso estresse na minha vida profissional.

Na Chapada dos Vedeiros

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Já estive na Chapada dos Veadeiros em cinco ocasiões e a mais recente foi na semana passada. Cheguei a São Jorge no dia 23 de abril, data do padroeiro local. A festa foi bonita. Procissão colorida à noite com direito a fogos de artifício. Também foi uma boa oportunidade para pedir proteção a mais um santo. Nunca é demais né? No dia seguinte, visita a borracharia em Alto Paraíso para consertar o pneu furado na estrada que está em péssimas condições. Feito isso, visita a Fazenda São Bento e às cachoeiras Almécegas I e II. Apesar do tempo nublado, o lugar é inspirador. Não gosto de água fria, pior ainda se não tem sol, Por isso, nesse dia, não consegui encarar a água gelada. No final da noite, para compensar, consegui tomar um gostoso banho na piscina de águas termais da Fazenda Morro Vermelho. Super recomendo! Não tem nada melhor do que tomar um banho numa piscina de águas termais à noite, admirando o céu estrelado, tomando um bom vinho em boa companhia. No dia seguinte, o sol não deu a

(In) Tolerância

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Essa semana morreu, no Chile, um jovem homossexual de 24 anos que foi agredido e torturado por um grupo de neonazistas. Daniel Zamudio ficou internado 25 dias no hospital. A morte desse menino e o seu assassinato com requintes de crueldade me fez pensar na nossa intolerância. A humanidade continua evoluindo, conquistando vários avanços aqui e ali, mas as grandes mudanças de comportamento levam muito tempo. A sociedade ainda tem dificuldade de aceitar o diferente. Quem viu o filme V de Vingança, deve lembrar que o filme mostra como o diferente vira sinônimo de ameaça. Numa sociedade globalizada, ou mundializada (como preferem os franceses) o fim das fronteiras comerciais reforçou identidades locais. Cada um quer se encontrar nesse mundo. Muitas vezes, a gente não se encaixa nas caixinhas que se apresentam à nossa frente. E assim vamos criando o nosso mundo, procurando grupos que nos aceitem. É muito sofrido viver assim. Minha manicure sempre conta a história da filha dela que é homossex

Seja feliz, please!

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Em 1996, comemorei meu aniversario de 20 anos com alguns novos amigos da faculdade. Era meu primeiro semestre do curso de Jornalismo. Daquela turma, conserso uma amizade, que considero bem especial, o Eric. Mantemos contato ate hoje e, sempre que possível, nos reencontramos. Digo isso porque vivemos em cidades distintas: eu Brasília, ele Rio. Alguém poderia dizer: nossa, ele está muito melhor! Será? Pode ser, por vários motivos, mas não necessariamente por estar no Rio. Essa semana uma reportagem na televisão mostrou uma pesquisa da Anvisa que revelou que o Rio de Janeiro é o estado onde as pessoas mais fazem uso de ansioliticos – remédios para controlar a ansiedade. Em seguida aparecem Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Tirando os pampas, todos os lugares no topo do ranking estão localizados no litoral e as capitais têm praia. Como explicar esse resultado então? Por que em cidades com praia, cercada de belezas naturais, as pessoas teriam mais motivos para consumir ans

La gente

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Ando meio de va gar nos meus escritos. Falta matéria-prima, ou seja, contato com as pessoas. Quando a gente escreve, a fonte de inspiração são os causos, os fatos, as histórias e os personagens que cruzam o nosso caminho. No Carnaval, fiquei por aqui no meu cantinho. Quieta. Assisti a uma coleção de DVDs com alguns filmes do Almodóvar. Num dos filmes, não me lembro qual deles agora, um dos diálogos fala sobre isso. Da necessidade de se estar em contato com la gente para ter histórias que contar. Nesse universo em que transito diariamente cruzo com alguns desses personagens, mas tenho pouco contato com essa gente. Por isso é que gosto de viajar. As viagens são uma oportunidade de interagir com as pessoas. Nas salas de embarque, nas horas intermináveis dos voos que nos levam onde queremos estar. Ai, estão os momentos que a vida nos proporciona para encontrar com la gente . Na última viagem que fiz, no início de fevereiro, tive contato com alguns personagens na minha viagem de Brasília,

Como uma onda no mar

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Meu blog está super desatualizado. Shame on you ! Tem acontecido tanta coisa na minha vida que falta tempo para sentar e escrever. Mas as ideias estão aqui, fervilhando na cabeça. Na semana passada, antes do Carnaval, passei por alguns problemas no trabalho. Normal, todo mundo passa por isso. Afinal de contas quem já assistiu ao seriado The Office sabe que no mundo do trabalho o que mais existem são pequenos dramas vividos no ambiente corporativo. Faz parte. É tão real que acabou virando seriado de televisão. Super recomendo para quem quer dar umas risadas e desopilar dos problemas no trabalho. Eu não chamaria de problemas, mas de aborrecimentos. Problemas, de verdade são aqueles nos quais nós realmente sentimos todo o poder da nossa impotência. Enfrentar situações limite que testam a nossa força interior, aí sim você tem um problema. Usar toda a sua sabedoria para superar o inesperado. Quase sempre a gente esquece que tem essa capacidade. Lembramos apenas quando nos deparamos com alg

Um ano novo diferente

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Meu feriado preferido de fim de ano sempre foi o ano novo. Adoro viajar e passar a virada do ano na beira da praia. Morando em Brasília, nem sempre é possível conciliar o desejo com a realidade. Já passei alguns reveillons aqui, inclusive, por conta do trabalho. Sempre me junto com alguns amigos, chamo a minha mamita e fica tudo bem. Esse ano foi diferente. Consegui viajar, mas não fui para a beira o mar saudar 2012. Aliás, já estou com saudades de ir para a praia e jogar umas oferendas para Iemanjá. Se dependesse de mim, a pobrezinha estaria passando fome porque tem tempo que não levo nem uma maçãzinha para ela... Apesar de não ter ido à praia, curti a virada o ano do alto de um cerro , em plena Santiago. Foi a primeira vez que passei uma virada de ano fora do Brasil. A vista era privilegiada, mas a poluição de Santiago não ajudou muito. Para completar, bem na hora dos fogos de artifício, o tempo nublou e as nuvens encobriram ainda mais o céu. É muito legal passar o ano novo fora do

Preguiça de ano novo

Preguiça de atualizar o blog e o facebook. Preguiça das redes sociais e de tudo mais. O twitter, coitado, nem lembro que ele existe. Ando com preguiça das redes sociais porque elas não são tão sociais assim. A gente mantém contato com algumas pessoas que moram ao lado e nunca as vê pessoalmente. Também tem gente com quem a gente nunca fala, não interage e lá estão aquelas pessoas numa lista de "amigos". Um dia você tem 5 mil amigos (eu conheço um amigo que tem esse número de amigos, incluisve, sugeri a ele que se candidatesse a vereador nas próximas eleições!). No outro, 4.999. E quem disse que você consegue encontrar o Wally, no meio de tantos amigos? É uma coisa louca, doida, sem muito sentido. O blog, logicamente, tem tido menos acessos. Em parte porque tenho atualizado pouco e também devido ao fato de que hoje em dia são poucos os blogs. Existem milhares de microblogs. As pessoas vão twitando coisas e as pequenas frases sem sentido são as que fazem a alegria. Estamos cada