(In) Tolerância

Essa semana morreu, no Chile, um jovem homossexual de 24 anos que foi agredido e torturado por um grupo de neonazistas.

Daniel Zamudio ficou internado 25 dias no hospital. A morte desse menino e o seu assassinato com requintes de crueldade me fez pensar na nossa intolerância.

A humanidade continua evoluindo, conquistando vários avanços aqui e ali, mas as grandes mudanças de comportamento levam muito tempo.

















A sociedade ainda tem dificuldade de aceitar o diferente. Quem viu o filme V de Vingança, deve lembrar que o filme mostra como o diferente vira sinônimo de ameaça.

Numa sociedade globalizada, ou mundializada (como preferem os franceses) o fim das fronteiras comerciais reforçou identidades locais. Cada um quer se encontrar nesse mundo.

Muitas vezes, a gente não se encaixa nas caixinhas que se apresentam à nossa frente. E assim vamos criando o nosso mundo, procurando grupos que nos aceitem.

É muito sofrido viver assim. Minha manicure sempre conta a história da filha dela que é homossexual assumida.

Com dezoito anos procurou a mãe para contar sobre a sua orientação sexual e perguntou: o que a senhora vai fazer? E ela amorosamente respondeu: vou te amar por mim e pelo mundo.

Um pai e uma mãe que respeitam a individualidade do seu filho, sabem que o mundo lá fora nem sempre é tão acolhedor quanto a família da gente.

Os pais do Daniel Zamudio certamente devem estar sofrendo muito porque apesar desse mundo cão em que vivemos tiveram a coragem de deixar o filho experimentar a aventura de viver.

Espero que episódios como esse provoquem debates, reflexões e a punição dos culpados. Mais do que isso, espero que resulte em mudança. E que a gente não precise esperar tanto tempo para isso.

Comentários

  1. Compartilho aqui um comentário do meu Tio Nelson que achei bem pertinenete. Chamo atenção apra o questionamento final que ele coloca:

    A ignorância é a mais nojenta expressão do nosso ego. Nossos crimes, pecados, desajustes e transgressões são manifestações perversas do nosso egoísmo. Continuamos ainda inferiores espiritualmente. Em relação a isto devemos nos lembrar o seguinte: Deus estabeleceu o sexo para que pudéssemos realizar a perpetuação da espécie. Relaxados e desinteressados, muitas vezes como somos, o Criador estabeleceu o prazer e todas as suas consequências (ação?reação) como uma espécie de obrigação para que acontecesse, obrigatoriamente a reprodução. Ainda Deus associou o sexo ao amor (a paixão- para que nunca faltasse representantes na espécie humana) sob qualquer forma de desculpa. Agora, não há no mundo espiritual (para lá onde todos iremos) o gênero nem o sexo porque os espíritos não se reproduzem. Sexo e amor envolvem os maiores pecados que cometemos pelo abuso da confiança e o uso da força para alcançar-se o prazer. No velho Testamento (que deveria ser queimado em virtude da exploração, da chantagem que se faz com as pessoas, em razão da má interpretação do seu conteúdo) condena-se muitas coisas e a questão do homossexualismo é uma delas. Tem esta parte da Bíblia uma finalidade específica para aquela época do grotesco, da ignorância que são manifestações egoístas e doentes, que exigiam até a truculência, a força, a coerção. Cristo trouxe o perdão, a compreensão, a paz e o principal de tudo, que reveste tudo: O AMOR.
    Cristo salientou que a evolução do espirito será feita pelo amor que inclui, que compreende todas as virtudes. Para Ele somos todos iguais perante a Lei e não há discriminações. O Homofobismo deve ser um medo que o homofóbico possui de vir a ser homossexual ou ceder a isto ocasionalmente. É uma mente doente, egoísta e profundamente PERVERTIDA. São comportamentos de quem extrapola a função do sexo/gênero. PARA QUE TUDO ISTO, SE UM DIA NÃO TEREMOS , NÃO PRECISAREMOS MAIS DO SEXO OU DE SEXO?

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  2. Bela, há também o horripilante caso de Gilberto Salce Júnior, "transexual assassinada brutalmente por 13 jovens de idades entre 13 e 16 anos. Gisberta não tinha lar, morava em um porão na cidade do Porto em Portugal onde se prostituia, já estava delibitada pelo virus HIV e foi mantida em cárcere, torturada e morta pelos menores que jogaram seu corpo em um poço de agua." Diante da barbárie, o poeta português Pedro Abrunhosa compôs uma música linda em sua homenagem.
    Quem interpreta aqui no Brasil é a Maria Bethânia, e canta a música com tanta força e beleza, que dá vontade de chorar.
    Não nos consola diante da bestialidade desses atos covardes, mas vale a escuta atenta. Mando o link.
    Beijão
    Myla
    http://www.youtube.com/watch?v=C3gitWW7l5c

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  3. Myla, que horror! Fico chocada e perplexa com esses relatos. Como é quem um ser humano consegue fazer isso com outro? Nós somos de longe a raça mais inferior de todo o reino animal...

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