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Mostrando postagens de setembro, 2013

De modelo a toda terra...

“Números, números, números, o que é, o que são, o que dizem sobre você”, já dizia uma música da banda gaúcha Papas da Língua. Aqui, no Chile, o pessoal adora números. No início do mês, o país lembrou dos 40 anos do 11 (de setembro). Essa semana foi a vez de celebrar o 18 (de setembro, também), mas ninguém precisa dizer o mês. Basta dizer o número que todo mundo já sabe do que se trata. A comemoracão do 18 (de setembro) lembrou demais da Semana Farroupilha celebrada no Rio Grande do Sul. No sul do Brasil, celebramos o 20 de setembro, “precursor da liberdade”. A gauchada canta, danca, bebe e come muita carne. Aqui no Chile, é a mesma coisa. O pessoal danca muita cueca. O ritmo é parecido com a música tradicional gaúcha. A roupa idem. Provei das bebidas típicas. Comi bastante carne! E fui num dos eventos típicos das festas pátrias chilenas. Deu saudade. De casa, de Porto Alegre, da querência amada. Sempre dizem que a gente leva a casa dentro da gente. É es

Setembro

Há 40 anos do golpe militar no Chile, este é o meu primeiro onze de setembro em Santiago. Eu não tinha ideia de como essa data ainda é sinônimo de dor e tristeza no Chile, pelo menos na capital, Santiago. Os conselhos começaram sem muito alarde e davam conta de que os protestos aconteciam de madrugada. De repente, alguém disse que cortam a luz. Perguntei por quê? Porque as pessoas provocam cortes de luz. “É bom comprar velas”, me disseram. Depois, me disseram que é bom ir cedo para casa. De novo, eu perguntei, mas por quê? Porque as ruas do centro são tomadas por barricadas. Tem fogo e confronto direto dos manifestantes com os carabineros. Tem caminhão de água e gás lacrimogênio da polícia. Tem confusão para todo lado! Tenho conversado com algumas pessoas e o sentimento geral é de que as pessoas estão cansadas disso. Por conta dos transtornos causados pelos protestos, os chilenos preferem deixar o passado para trás. Eles querem virar a página e seguir em frente. É justo

Conduzindo Miss Bela

Uma das coisas mais bacanas do meu trabalho atual é ser chamada de “profe” e “Miss”. Exatamente, Miss, como eles se referem aqui no Chile às professoras de inglês. É verdade que, às vezes, eu demoro a atender quando me chamam de “profe”. É tudo muito novo... e muito bom. É muito bom ser profe e ser bem tratada, com carinho, respeito e atenção. Coisas básicas, mas que viraram artigo de luxo nos tempos de hoje. São gestos, valores, atitudes simples, que fazem falta no mundo laboral e, mais ainda, no meio educacional. Ser professor é uma tarefa bem árdua. Muito além dos rituais de preparar e apresentar aulas está a difícil missão de educar, ou seja, passar o conhecimento a outra pessoa. A gente pode acumular muita bagagem, ter muita cultura e leitura, mas de nada adianta tudo isso, se guardamos com a gente o que aprendemos na vida. Ser professora de Português em outro país é uma alegria diária, uma conexão permanente com as minhas raízes. Quantas pessoas têm a