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Mostrando postagens de 2015

O antes e o depois

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Faz muito tempo que eu não escrevo no blog. Uma eternidade. E eu tenho um milhão de ideias a cada segundo. Me falta é tempo! Hoje, eu também não tenho tempo, mas há coisas que são inadiáveis e intransferíveis. Ent ão , hoje, eu PRECISO escrever esse post. Mesmo que eu não tenha tempo para mais nada! Preciso escrever esse post! Porque ele é urgente. Ele fala de amor, de família, de perdão... isso é urgente! Eu tenho uma amiga no facebook que perdeu a irmã há muitos anos de câncer. Eu não lembro se era de mama porque faz muito tempo. Eu fui ao velório e acompanhei a triste despedida da família. Os filhos chorando a morte da mãe e tanta gente presente para dizer adeus. Durante o luto, uma das frases que escutei dessa minha amiga ficou pra sempre guardada na minha memória. Ela disse: Bela, uma família é antes e depois de um câncer. Infelizmente, eu só fui compreender o sentido daquelas palavras anos depois quando meu pai foi diagnosticado com um linfoma. E, rea

Três anos e tudo treme

Esse mês completo três anos de Chile. Nesse período a terra tremeu bastante e abalou todas as estruturas da minha vida. Passei pelo meu primeiro terremoto. 8,4 na escala Richter que vai até 10! Não sofri nenhum dano, nem físico, nem emocional. Minha mãe estava comigo aqui em casa. Ela ficou super assustada, apesar de já ter vivido um forte terremoto em 1976, na Guatemala, quando estava grávida de mim. Eu moro no 19º andar. A vista é espetacular, mas para quem tem pânico de terremoto pode ser uma experiência extrema. Sempre procuro manter a calma. Já aprendi que o primeiro a fazer é abrir a porta porque pode trincar e te deixar preso. Dessa vez, não deu nem tempo de abrir a porta. Foi um minuto e meio que parecia uma eternidade! Depois que passa o tremor forte, o edifício ainda balança por um tempo, como se fosse um barco em alto mar. Vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... até parar completamente! Eu sei quando começa e quando termina. Aqui em casa te

Sem licença maternidade

Acabei de publicar um texto numa   revista eletrônica   para a qual estou colaborando atualmente. É um novo trabalho nesse ano tão movimentado. Ser mãe mudou totalmente a minha relação com o trabalho, graças a Deus! Mas tenho muita sorte porque meus trabalhos são perfeitamente conciliáveis com a maternagem. Não trabalho com carteira assinada, ou qualquer vinculo empregatício. Sou da turma do “home office”, aquela galera que trabalha em casa. Isso permite passar bastante tempo com a minha bebê e trabalhar nas horas “vagas”, se é que isso existe... Além de ser colaboradora, trabalho fazendo traduções para alguns clientes. Tive que parar com as aulas de Português para estrangeiros. Eu adoro dar aulas e planejo, sim, em algum momento retomá-las. Mas agora não é possível. Em compensação, escrever em casa, usando a internet e as ferramentas da inovação tecnológica é um grande achado. Considero-me muito privilegiada nesse sentido. Na semana passada, uma amiga que teve

A última despedida

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Essa foto foi tirada em fevereiro de 2003, na véspera da minha mudança para Brasília. Meu pai tinha terminado o tratamento contra o câncer e estávamos todos felizes celebrando. Esse dia foi muito especial. Era verão. Fazia calor. Chamei alguns familiares e amigos e fizemos um galeto de despedida. Meus pais me apoiaram bastante na minha decisão. Eu estava desempregada e numa situação financeira bem difícil. Aceitei ir pra Brasília porque queria encarar novos desafios. O salário não era nada tentador, mas era um começo. Foi uma despedida animada, divertida, com muita alegria. Nada de tristeza e de lágrimas. Uma despedida cheia de alegria. Que bom se a gente pudesse ter todas as despedidas assim. Imaginem se os velórios fossem uma festa? E se o enterro tivesse banda de música? E se a música fosse a mais animada e não triste e melancólica? Pois depois de 12 anos, quero lembrar desse 22 de agosto tão triste, frio e melancólico como um dia que marcou profundament

Se chorei ou se sorri...

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 Escolhi a foto desse post de propósito. Foi tirada na semana passada no batizado da Gabi. Inicialmente, tinha pensado em batizá-la nas férias de verão no Brasil. Ela já estaria maiorzinha e o batismo poderia ser na igrejinha perto da casa da minha mãe ministrado pelo padre José. Mas aí eu recebi a visita da minha imã que seria a madrinha junto com o meu cunhado. Também veio uma das minhas sobrinhas que estava de férias. Consegui o contato do padre brasileiro que trabalha na Paróquia do Imigrante aqui e falei com ele. Como o padre é super simpático e foi muito receptivo organizei tudo. Marquei o cursinho com os padrinhos, agendei a igreja com o padre. Encomendei uns salgadinhos e docinhos do Brasil que vendem aqui. Convidei amigos e poucos familiares para o batizado. Fizemos numa sala da paróquia porque era dia de semana e foi algo bem simples. Apesar disso, a Gabi chorou. E chorou muito! De fome, de medo, de estresse, de cansaço. Sem contar que ela está numa fase de muda

Sendo sincera...

Uma amiga me pediu para escrever sobre ser mãe. Pensei bastante no que eu poderia escrever. Não que eu não tenha nada a dizer. Absolutamente. A questão é que a maternidade é um processo tão singular, particular, único e especial. E não existe certo ou errado. O que existe é você tentando dar conta de aprender algo que nunca te ensinaram. Algo para o qual nunca te prepararam. Uma experiência que cada mulher vive a sua maneira. Pode ser que eu esteja escrevendo uma série de clichês e frases feitas, mas é exatamente o que eu penso. Porque cada mãe vê a maternidade de uma maneira. É lindo? Sim. É cansativo? Sim. É gostoso? Sim. É estressante? Sim. E há tantas outras perguntas com múltiplas respostas. Parto normal, cesárea ou natural? Amamentação no peito ou na mamadeira? Mae solteira ou não? Tenho lido muita coisa a respeito da maternidade. Uma das coisas que eu mais faço enquanto estou amamentando é ler. Ler, ler, ler. E encontrei de tudo. Textos bons, outros nem tanto. Proc

Emails mentais

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Esses tempos, numa troca de e-mails com uma amiga, comentei com ela sobre a falta de tempo. Confessei que havia começado a escrever milhares de-mails que nunca tinham sido enviados. Eram e-mails mentais. Uma série de ideias que ficaram na minha cabeça, mas que nunca tive tempo para sentar e escrever. Aliás, tempo para escrever é o que me falta nesses tempos de maternidade. O blog, coitado, ficou abandonado, assim como o meu gato, Fritz. É uma fase, vai passar. Mas imagino que meus dois leitores estão muito tristes comigo. Leo e Myla são aqueles amigos que sempre comentam e respondem aos meus posts. Sinal de que tenho uma audiência de dar inveja a muito blogueiro por aí... Aproveitei que a Gabi está dormindo e o almoço de amanh ã já está pronto para escrever rapidinho esse post. Infelizmente, não posso mais fazer jus ao nome deste blog, Bela por aí. Ultimamente, o por aí se resume ao metro quadrado do meu apartamento. De vez em quando, saio para dar umas vol

O pai da minha filha

No próximo domingo vou comemorar o meu primeiro dia das mães com a minha filha. O paizão não vai estar presente porque trabalha. Pena. Ele merecia e muito celebrar esse dia com a gente. Tenho muito orgulho do pai da minha filha. Carinhoso, amoroso, atencioso... De madrugada, nós formamos uma ótima dupla. Ele troca fraldas, eu dou de mamar. Ele acalma a Gabi como ninguém e também consegue faze-la dormir nos seus braços. Claro que como bom fotógrafo ele tira varias fotos e grava vídeos enquanto faz tudo isso. Ele cuida da Gabi e de mim. Faz as compras no mercado e na feira, cozinha pra mim, lava a louça, passa o aspirador, coloca a roupa pra lavar e estende depois pra secar! E como se não bastasse também cuida do Fritz, nosso gato que ficou em segundo plano com a chegada da Gabi Minha gineco em Brasília sempre me dizia: Antes de pensar em ter filho, escolha um bom pai pro seu filho. Eu escolhi muito bem! Sei que ele me ajuda muito e ama demais a nossa filha.

Amanhã a mãe vai embora

Ela ficou quase um mês aqui comigo. Chegou dia 21 de março. Acompanhou os últimos dias da minha gravidez. Ficou do meu lado no dia em que entrei em trabalho de parto. Sofreu junto. Me abraçou forte na maternidade quando foi me visitar. Quanta cumplicidade e amor num só abraço... Minha mãe me ensinou tanta coisa em tão pouco tempo. Quando eu achava que ela já tinha me ensinado tudo, ela me mostrou um universo totalmente desconhecido. Era assim que eu lembrava da minha mãe: do jeito que ela tratou a minha filha. Com amor, carinho, paciência e dedicação. Amei cada segundo que passamos juntas. Agora, dá aquele medo de seguir sozinha. Como quando nos separamos as primeiras vezes em nossas vidas... Agradeço eternamente às minhas irmãs que abriram mao da companhia da mamita para ela estar aqui comigo. Que pessoa generosa, amorosa, doce e amiga. Mãe te amo! Obrigada por tudo! Agora, vou lembrar de ti sempre para tentar ser uma mãe tão especial para a minha filh

Meu parto

Na madrugada de segunda para terça nasceu a nossa Gabi. De parto normal. Pesando 3,3kg e medindo 50cm. Tudo começou às 5h da manhã de segunda-feira, quando senti as contrações. Fui monitorando. 15 minutos de intervalo. Depois, 10. E então 5. Liguei pra matrona depois de duas horas. E ela insistiu: toma um banho de banheira. Espera 20 minutos. Se não melhorar, vem pra clínica. Cheguei com nada de dilatação e me mandaram de volta pra casa. Passei o dia inteiro assim: com dores. Tentei de tudo para aliviar: yoga, banho de banheira, caminhar. Nada. No final do dia, voltamos à clínica. Na emergência a enfermeira que me examinou disse que eu ficaria internada. Me deram uma anestesia e as dores eram suportáveis. A matrona me ajudou enquanto monitorava a dilatação. Chamaram o meu médico e eu sentia um misto de medo e alegria. Gabi nasceu com 39 semanas. Às 12h55 do dia 31 de março. O parto foi rápido. Entrei na sala de cirurgia às 12h30. Difícil mesmo é a previa. E o pós operatór

O parto

Essa semana tive um novo controle com o meu médico. Ele me perguntou: você sabe como é o parto? Na maior inocência respondi que não. Ele me disse bem-humorado: eu também não. Na quinta-feira, completei 38 semanas de gravidez. Fiquei curiosa e senti vontade de ver um parto, saber mais sobre o que me espera. A gente é acostumada a uma porção de mitos e ninguém nunca te explica como funcionam as coisas sem usar eufemismos. Por outro lado, há pessoas que sempre gostam de recordar experiências como essa destacando apenas o lado negativo, como as dores de parto. Lembrei de uma entrevista que vi com a modelo Gisele Bündchen onde ela relatava a experiência do primeiro filho. Ela escolheu o parto natural, em casa, na banheira. E disse que a cada contração amenizava a dor pensando que o filho estava chegando mais perto. A minha única expectativa com relação às contrações é que elas são realmente doloridas. Nunca me esqueci da minha primeira menstruação. Sentia muita

Minha pequena caixa de Pandora

Faltando poucos dias para o meu parto, lembrei que faltou escrever aqui sobre um dos momentos bem importantes que vivi nesses últimos tempos: o fim da minha terapia. Acho importante escrever já que depois, com a chegada da Gabi, não terei tempo para nada mais além de mimar a minha cria. Por essa razão, eu e meu terapeuta decidimos concluir a nossa terapia. Foi uma das minhas melhores experiências aqui no Chile. O Jaime me ajudou muito a aceitar várias mudanças na minha vida que eu relutava bastante em aceitar. Legal também foram as técnicas que ele utilizou. Já tinha feito terapia Gestalt no Brasil, mas aqui no Chile, fizemos vários exercícios diferentes. Muitos deles com o objetivo de me colocar no lugar das outras pessoas. Na última sessão, mais um exercício. Dessa vez, com os olhos fechados, Jaime me guiava por um passeio que começava num bosque e seguia rumo a um povoado abandonado. Nesse lugar, eu entrava numa sala de cinema abandonada. Ali, assistia ao filme da minha terapi

Um mês

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Ontem, começou oficialmente a minha contagem regressiva mais importante dos últimos tempos. Daqui a um mês, ou antes, ou depois, nasce a minha primeira filha, Gabriela. Está quase tudo pronto, porque nesse caso acredito que nada nunca está realmente pronto. Sempre tem algo fora do previsto. Normal. Estou bem tranquila. Todo mundo que me pergunta respondo isso com a maior naturalidade. Sabem por quê? Tenho lido muito, visto vários vídeos, praticado muita yoga, enfim, me preparado física e psicologicamente para este momento. Mas eu sei que na hora H, tudo vai ser novo, diferente, imprevisto. Então, como diz o Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar”. Estou muito feliz com essa novidade na minha vida, com essa possibilidade do imprevisto, do incontrolável. De vez em quando é bom mesmo perder-se. Faz parte dos nossos ciclos de crescimento. Vou deixar de ser apenas filha, para virar mãe. Ufa! É algo realmente grande e surpreendentemente importante. Por falar em leitura,

Um metrô para chamar de seu

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O sonho de consumo da grávida moderna e urbana é um metrô todinho seu. Ou um ônibus inteiro à disposição. Sim, mulher grávida fica de pé no transporte coletivo, várias vezes. Imagino que não seja diferente com as pessoas da terceira idade, ou “melhor idade” como alguns gostam de chamar. O fato é que a gentileza é um objeto de desejo a cada dia mais em extinção nos nossos tempos modernos. As pessoas andam super conectadas aos seus celulares e tablets, totalmente alienadas com os fones de ouvido e não olham para o lado. Quando estão confortavelmente sentadas no coletivo lotado, obviamente, não olham para cima. Alguns fingem que estão dormindo. Aqui em Santiago, não tenho carro e sou totalmente dependente do transporte público. Leia-se ônibus e metrô. O serviço não é ruim, mas como em toda cidade grande está colapsado. O sistema não dá mais conta da quantidade de usuários. Nos horários de pique, é uma aventura muito desagradável andar de metrô em Santiago. Tenho uma certa f

A casa dos encontros

O ano recém começou e já estou fechando ciclos. Dessa vez, é com a terapia. Adoro o processo terapêutico. Curto bastante esse encontro comigo mesma. Mas tem momentos em que a gente precisa parar como agora. Estou com sete meses de gravidez. A Gabriela se mexe e cresce a cada dia na minha barriga. Ela vai ter toda a minha atenção e seria impossível e frustrante conciliar coisas tão distintas num momento bem especial. Mas eu não estou triste, pelo contrário. A terapia me fez muito bem aqui no Chile. Meu terapeuta foi um presente de Deus nessa longa jornada chilena. E hoje, durante a minha sessão, uma vez mais tive um momento tão emocionante... Estávamos conversando a respeito da minha viagem a Porto Alegre no mês passado. Me lembrei de um dos momentos mais especiais que acabou passando despercebido nos meus relatos para os amigos. No meu último domingo, eu, a mãe e uma das manas estávamos prontas para sair de casa e, de repente, chega um grande amigo do meu pai para nos visit