Emails mentais

Esses tempos, numa troca de e-mails com uma amiga, comentei com ela sobre a falta de tempo. Confessei que havia começado a escrever milhares de-mails que nunca tinham sido enviados.

Eram e-mails mentais. Uma série de ideias que ficaram na minha cabeça, mas que nunca tive tempo para sentar e escrever.

Aliás, tempo para escrever é o que me falta nesses tempos de maternidade. O blog, coitado, ficou abandonado, assim como o meu gato, Fritz.

É uma fase, vai passar. Mas imagino que meus dois leitores estão muito tristes comigo. Leo e Myla são aqueles amigos que sempre comentam e respondem aos meus posts.

Sinal de que tenho uma audiência de dar inveja a muito blogueiro por aí...

Aproveitei que a Gabi está dormindo e o almoço de amanhã já está pronto para escrever rapidinho esse post.

Infelizmente, não posso mais fazer jus ao nome deste blog, Bela por aí. Ultimamente, o por aí se resume ao metro quadrado do meu apartamento.

De vez em quando, saio para dar umas voltinhas com a Gabi. São passeios curtos porque ela ainda mama no peito e não tem horários fixos.

Nossos passeios acontecem nos dias em que o sol aparece. Às vezes, aproveito para fazer alguma coisa, tipo: ir à farmácia.

Em outras, simplesmente, vamos passear com o carrinho no meio da barulheira do Centro de Santiago.

A maternidade, no meu caso, tem sido um processo de aprendizado solitário. Busco ajuda nas minhas irmãs, na minha mãe, nas amigas, nos livros, na internet, no meu parceiro...

A maioria das pessoas com quem eu conto não está por aqui. Entoa, tem sido tudo muito instintivo. Acho que está tudo bem.

A Gabi está super saudável e ganhando peso normalmente. Ela já ri, se comunica, brinca...

Acho que ela tem tanta vontade de falar porque eu converso muito com ela. Claro, ela é a minha parceira!

Nossos dias não tem uma rotina certa e quem comanda o show é ela. Por sorte, minha filha tem muito bom humor.

Eu curto bastante estar na companhia dela. Às vezes, me canso e sinto falta de uma rede feminina de apoio: mãe, irmãs e amigas.

Quando a gente diz que sente falta de apoio não é para ir ao salão de beleza, mas para ir ao banheiro fazer coco.

Eu chorei bastante quando minha mãe foi embora porque sabia que sem ela por aqui sentiria falta de alguém para me cuidar.

O Cristian me ajuda e muito! Mas ele também me ajuda com a nossa filha e obviamente falta tempo pra cuidar dele e de mim.

Quando minha mãe estava aqui, fazia suco pra mim, cortava fruta, servia bolo... Um doce! Além disso, cuidava da minha filha com muito amor e carinho.

Sei que esta é a fase mais difícil e também que vai passar. E vai passar tão rápido que vou sentir saudade.

Por conta disso, dou muito amor e carinho para a minha filha. Não quero lembrar dessa etapa como um período de rigidez militar.

Meus dias estão caóticos, sim, mas minha filha é muito amada e eu me sinto bem em entregar esse amor.

***






Comentários

  1. Também sou sua leitora, Bela! Adoro Sos textos. E o de hj é muito verdadeiro. Sabe que sempre que penso em vc com sua filhota aí em Santiago, te admiro. Vc é uma guerreira, amiga! E está super certa mas sua maneira de pensar e levar tudo de uma forma leve. Aproveite muito, pq passa muito rápido, qd vc vê, sei filho já tem um ano!!! Uau, como assim? E qd vierem aqueles momentos de insegurança, qd sentir necessidade daquela rede de apoio, pode gritar! Estou aqui, amiga, mesmo distante, mesmo por Facebook... Bjks

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    1. Oi Laura! Valeu amiga pela força, pelo carinho e incentivo. Você sabe que me ajudou muito na entrada nesse universo tão novo e fascinante que é a maternidade. Conto muito com você sim! E essa ajuda vale ouro. Muchas gracias! Beijão

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  2. Ô minha amiga.... Obrigada! Fiquei aqui toda vaidosa de ver meu nome escrito com sua letra! Sabe que também tenho isso dos emails mentais? Lembro muito de você, da sua risada, da sua sinceridade. Você faz falta, sabia? Sinta-se, mesmo daí, muito cuidada! Beijão pra vc e pra Gabi!

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    1. De nada Myla! Ei é que agradeço a sua ilustre audiência. Menina pense numa pessoa que ri quando está sozinha toda atrapalhada e a Gabi começa a chorar! Eu dou risada mesmo e curto! Doida para ir a Brasília rever meus amigos e apresentar a Gabi. Beijão pra você, Petit e cia

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