Sendo sincera...

Uma amiga me pediu para escrever sobre ser mãe. Pensei bastante no que eu poderia escrever. Não que eu não tenha nada a dizer. Absolutamente.

A questão é que a maternidade é um processo tão singular, particular, único e especial. E não existe certo ou errado.

O que existe é você tentando dar conta de aprender algo que nunca te ensinaram. Algo para o qual nunca te prepararam.

Uma experiência que cada mulher vive a sua maneira. Pode ser que eu esteja escrevendo uma série de clichês e frases feitas, mas é exatamente o que eu penso.

Porque cada mãe vê a maternidade de uma maneira. É lindo? Sim. É cansativo? Sim. É gostoso? Sim. É estressante? Sim.

E há tantas outras perguntas com múltiplas respostas. Parto normal, cesárea ou natural? Amamentação no peito ou na mamadeira? Mae solteira ou não?

Tenho lido muita coisa a respeito da maternidade. Uma das coisas que eu mais faço enquanto estou amamentando é ler. Ler, ler, ler.

E encontrei de tudo. Textos bons, outros nem tanto. Procuro textos que me ajudem a aceitar melhor as minhas limitações.

Porque nesse momento a maior juíza das minhas ações sou eu. Eu que me critico. Eu me policio.

Entre tanta coisa lida encontrei um pediatra espanhol que adorei, o Carlos Gonzalez. Ele defende a criação dos filhos à moda antiga, como as nossas mães e avós faziam.

No livro “Besame mucho” ele explica que decidiu escrever algo para ajudar as mães já que tudo  que existe atualmente prega uma série de regras e rotinas que só nos deixam mais piradas.

Para o Gonzalez, a gente pode dar peito como quiser, pode pegar no colo, pode colocar o bebê na cama para dormir junto. Perfeito!

Também tive muitas dúvidas com relação à amamentação e descobri que não existe instinto materno. Li, vi vários tutoriais no youtube, fiz curso pela internet, mas nada ajudou.

Quando comecei a dar de mamar para a minha filha recebi uma ajuda super boa no hospital das enfermeiras.

Passei alguns perrengues em casa até conseguir engatar. Primeiro a Gabi só queria o peito esquerdo, depois não conseguia fazer a pega correta... Um saco!

Nesse sentido, várias amigas e minhas irmãs deram excelentes dicas! E i que tudo o que tinha visto antes era falacioso.

Porque nenhum vídeo mostrava os bebês agitados como eles ficam quando nada dá certo! Depois que nasceu a minha filha, uma amiga me mandou um link para um vídeo super bom!

E a partir daí comecei a acompanhar o site Amamentar é. Ali sim encontrei informação útil, acolhedora, orientadora. Inclusive para as mulheres que não dão peito porque não querem, não podem ou seja lá qual for a razão.

Por isso é que eu disse e repito: não existe certo ou errado.

E, finalmente, existe uma questão de gênero que ainda não foi superada, infelizmente. E que joga para as mulheres uma carga maior de responsabilidade na criação de um filho, em especial, logo após o nascimento.

Por mais que os pais ajudem (e olha que o pai da minha filha ajuda muito!), eles não ficam seis meses dando exclusivamente peito aos bebês. E essa é uma tarefa exaustiva que te consome.

E foi ai que me deparei com essa entrevista com a filósofa Elisabeth Badinter, autora da teoria de que o instinto materno não floresce naturalmente.

Não gosto de pensar que a maternidade é um mundo cor de rosa onde o coco é perfumado, o choro é uma sinfonia e qualquer dor nas costas se cura com um sorriso. É mentira.

Tem muita coisa chata que a gente precisa lidar. E tem momentos maravilhosos com os filhos. Nunca gostei dos maniqueísmos e acho que a relação mãe é filho não é toda maravilha, nem toda tragédia.

A gente busca um equilíbrio no meio do caos que se instaura momentaneamente em nossas vidas. Mas não importa o quanto você leia, estude e pesquise. A única maneira de saber é vivendo.

Eu queria viver isso. Procuro viver da melhor maneira que sei: entendendo, refletindo, compreendendo a minha realidade sem generalizar ou idealizar.

Quero que a minha relação com a minha filha seja baseada em um amor verdadeiro, sincero e espontâneo e não em premissas que escutamos como certas quando se trata da maternidade.

E vocês?

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