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Mostrando postagens de setembro, 2012

Mundinho pequeno

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Morar numa cidade pequena é como colocar uma lente de aumento na alma do ser humano. Tudo aumenta, amplia, cresce, assombra e intimida. A gente percebe mais claramente a simplicidade das coisas, da vida e das pessoas. Vive intensamente momentos que passam batido na cidade grande. Aqui, plantei a minha primeira árvore. Ontem à noite, vi um céu estrelado, como há muito tempo não via. Mas não é só de romantismo e coisas boas que vivem as cidades pequenas. Domingo a cidade morre, literalmente. Nada fica aberto, nem os restaurantes. Cansei de contar a quantidade de vezes em que perguntaram: tu não é daqui né? Não é muito diferente do que ouvir em Brasília: você e gaúcha? Ou do que escutar em Santiago: Colombiana? Venezuelana? Ah, brasileña. Já me acostumei a ser uma estrangeira dentro do meu próprio país. Já fui estrangeira vivendo em outro país. Não consigo ter esse sentimento de pertencimento a nenhum lugar porque me sinto filha do vento e com direito sobre todo o espaço terre

People are strange

Esse trabalho na campanha vai deixar muitas lembranças e várias histórias para contar. Algumas divertidas, outras deprimentes e muitas delas bizarras. Entre as mais esquisitas está o evento de ontem. Parada, na frente do hotel, esperando minha carona para mais uma noite de trabalho, um carro estacionado em frente abre a janela. O sujeito lá de dentro me cumprimenta e eu respondo educadamente, pensando que ele vai pedir alguma informação ou coisa do tipo. Não é nada disso. Na maior cara de pau ele me pergunta: quer fazer programa? Eu, pasma, pergunto: o que? E ele repete. Por alguns segundos não consigo assimilar o que está acontecendo. E novamente estarrecida pergunto: o que? Quando ele se dá conta de que cometeu um tremendo erro, fecha a janela e arranca o carro. Demorou um tempo para entender o que tinha acontecido. São situações como essa que fazem a gente se sentir muito mal num lugar estranho. A única coisa que supera são os comentários dos nativos com relação a quem vem