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Mostrando postagens de 2014

Um bom fim de ano

A semana passada foi bem legal. Encontrei várias amigas aqui do Chile. Também foi a semana que escolhi para confraternizar com meus alunos de Português. Uma das melhores coisas dessa época de fim de ano são os reencontros, as pequenas e grandes celebrações do que passou e a esperança de que o novo ano vai trazer mais alegrias. Comecei a semana encontrando uma das minhas melhores e mais queridas amigas aqui, a Maggie. Estrangeira como eu, nos conhecemos em 2010 no nosso curso de Espanhol. Assim como eu, a Maggie se apaixonou por um chileno e trocou os Estados Unidos por esse pequeno país na América do Sul. Ela me ajuda muito aqui desde que cheguei. Esse ano foi bem divertido em termos profissionais. Terminei meu curso de Português numa empresa grande daqui. Nesse mesmo lugar, a Maggie começou a dar aulas de Inglês, recomendada por mim. Quando cheguei aqui, foi ela quem me recomendou no meu primeiro emprego como professora. Esse ano também a Maggie se separou do namorado chileno. E

Escrever ou não, eis a questão!

Em outubro, completei dois anos de Chile. A vida anda tão corrida que nem tive tempo de escrever e fazer um balanço sobre esse período. A melhor coisa que me aconteceu foi, sem dúvida alguma, a gravidez. Estou muito feliz e me sinto ótima! De resto, me sinto frustrada em vários aspectos, confesso. Ontem, foi um dia em que eu chorei bastante por conta de uma nova frustração. Lembram que eu comentei aqui que iria participar de uma oficina de criação literária? Pois então, até a semana passada eu estava bem motivada. Mas ontem jogaram um balde de água gelada na minha cabeça. Foi muito duro... Quero explicar primeiro a dinâmica da oficina: somos um grupo de oito mulheres de distintas áreas de formação. Nossa tarefa consiste em produzir textos, geralmente contos ficcionais, a partir de fotografias nossas ou que procuramos na internet. As condutoras da oficina são uma fotógrafa com mais de 80 anos e uma escritora que deve ter seus 40. Depois de escrever o material, devemos im

Um outubro diferente

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Outubro está chegando ao fim. O tempo está passando bem rápido e já estou com cinco meses de gravidez. Talvez essa passagem seja em alta velocidade porque esse mês foi um pouco diferente e bem especial. Viajamos. Adoro viajar! E não foi apenas uma vez, como já estava previsto, mas duas! Fomos ao sul no início do mês e ao litoral nesse fim de semana. Duas viagens curtinhas. Rapidinhas. Por isso mesmo, muito intensas! Fizemos várias coisas, visitamos vários lugares e nos divertimos muito! Aproveitamos demais! Adorei o sul do Chile. As cores, as casas, as pessoas, o ar limpo e puro, a paisagem tão   diferente de Santiago. Em três dias percorremos quase mil quilômetros. Viajamos de avião até Puerto Montt, onde chegamos numa sexta, de manhã. Ali, alugamos um carro e seguimos em viagem a Chiloé. Fomos direto a Castro, onde visitamos a praça, com uma igrejinha muito linda! Bem colorida! Almoçamos no restaurante “Descarriada” e comemos umas batatas chilotes deliciosas! Foi

Viagem romântica a três

Amanhã, vamos viajar ao sul do Chile. Nós três: eu, meu amor e nosso bebê, que me acompanha em tudo, por enquanto. Essa viagem é para celebrar o aniversário de 40 anos do meu amor. Afinal, é uma idade especial que merece uma grande celebração. É o meu presente de aniversário. Quando comprei as passagens, não sabia que estava grávida. Agora, vai ser muito especial porque vou aproveitar para fazer as primeiras fotos. Entrei no quarto mês de gravidez e já começou a aparecer a minha barriga. Estou muito feliz não só pela gravidez, mas por essa viagem. Moro há bastante tempo no Chile, mas não viajo tanto quanto gostaria. Por vários motivos. Um deles são as grandes distâncias nesse país nem tão grande. O chile tem um formato de uma pimenta, um chilli. É estreito e comprido. Para percorrer o país de norte a sul é uma tremenda logística. A parte mais linda do país na opinião de nove entre dez chilenos é o sul. Sei que muitos brasileiros e estrangeiros vão ao Deserto do Atacama, que

Mãe

A maioria dos meus amigos já sabe da grande novidade. Sim, eu vou ser mamãe. Em abril de 2015, trarei ao mundo um chileninho ou uma chileninha. Ainda não sabemos. Eu soube da gravidez bem no início, mas por precaução, resolvi esperar um tempo antes de gritar para todo mundo. Fiquei muito feliz com essa novidade. Durante um período da minha vida, ser mãe foi um sonho. Quando me separei do meu ex, fiquei meio travada com a maternidade. Passei anos sem saber se queria ou não ter filhos. Nesse período, um dos melhores conselhos que ouvi veio da minha ginecologista de Brasília. “Antes de pensar em ter filhos, pense em ter um bom pai para os seus filhos”. E é verdade. Acho que é tão bom e ao mesmo tempo tão mais fácil quando se tem um bom parceiro pra ajudar nessa aventura que é criar um filho. Sou de uma geração em que várias mulheres assumiram sozinhas a maternidade. Nem sempre por um opção de produção independente. Muitas dessas mulheres, simplesmente, não tinham nada a

Amigos em toda parte

Caros amigos leitores do blog, muitos de vocês nem imaginam, mas estão presentes no meu cotidiano aqui no Chile. Alguns de vocês tomam café da manhã comigo, todos os dias. Outros me acompanham enquanto estou na sala vendo TV, ou lendo no quarto. E como isso é possível? Simples, vocês estão presentes nos lindos presentes que me entregaram durante a nossa convivência e que agora adornam a minha casa. Lembram que eu comentei que a tia Inês me deu de presente a cuia do chimarrão? Pois é, ela também me deu de presente um enfeite para a porta de casa e um açucareiro super charmoso, estilo colonial!   É parecido com um que a minha avó tinha. A tia Inês tem um igual na casa de praia. Quando ela viu que gostei, a danada foi lá e me comprou um igualzinho! Na minha cozinha, também uso uma toalha de mesa pequena que a Gy me trouxe da Austrália, quando voltou do seu intercâmbio. Está um pouco desbotada a coitada, mas é bastante usada aqui. A Alice trouxe um presente lindo do Rio

À procura da erva mate perfeita

Sou gaúcha, de Porto Alegre, e gosto muito de chimarrão. A maioria dos brasileiros acha um nojinho o chimarrão dos gaúchos. Quando eu morava em Brasília, várias pessoas comentavam comigo que achavam nojento as pessoas compartilharem a “baba” na mesma bomba. Sim, aquele troço onde se chupa o mate é a bomba. A parte grande, onde se coloca a erva e a água, se chama cuia. Aqui, no Chile, as pessoas tomam mate. A bomba se chama “bombilla” e a cuia, “matera”. No sul do Brasil, a gente toma mate em cuias gigantes. Mas aqui o mate é bem pequenininho, portanto, a cuia e a bomba são minúsculas. Isso não foi um grande problema porque eu ganhei uma cuia de presente da minha tia Inês. E comprei uma bomba proporcional ao mate grande em Porto Alegre. O problema é a erva mate. Não sei se são os metais pesados, recentemente encontrados em grandes quantidades na erva mate produzida no sul do Brasil, mas o fato é que a erva daí é muito melhor. Tem sabor. Aqui, o mate é amargo, amargo

Um milhão de amigos

Vocês certamente conhecem o refrão daquela música do Roberto Carlos em que ele canta todo animado: eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar. Pois é, essa música é bem famosa aqui no Chile. O Roberto Carlos, particularmente, é um artista bem conhecido, respeitado e querido pelos chilenos. É comum tocar algum clássico dele nas rádios do Chile. Na maioria das vezes, tocam as versões em espanhol. De vez em quando, em português. Apesar do sucesso aqui pelos Andes, duvido muito que Roberto Carlos tenha escrito essa letra pensando no Chile. Aliás, se ele realmente conhecesse os chilenos, jamais cantaria que quer ter um milhão de amigos. Oh, no ! Fato: é difícil amizades aqui. Comprovado pelas diferentes brasileiras com quem eu tenho conversado pessoalmente. Tenho uma amiga que mora aqui há mais de sete anos. Ela trabalhou aqui como vendedora em loja de roupas. Dessa experiência, ficaram apenas duas amizades, uma delas brasileira! Essa mesma amiga fez a

Que crônica é essa?

Lembram que eu comentei aqui que estava numa oficina de crônicas? Pois é. Estava. Pretérito imperfeito mesmo. A oficina foi uma decepção, tão grande, que eu nem terminei. Explico: foi um erro de semântica. Quando me inscrevi na oficina de crônicas pensei que se tratava de literatura. Acontece que, aqui no Chile, crônica se refere principalmente a um gênero jornalístico. São as reportagens em primeira pessoa. Antes que vocês digam: ai, que ótimo, Bela, você é jornalista, então, está tudo bem! Nada disso. Abandonei o jornalismo já tem um tempinho. Estou buscando uma aproximação com a literatura justamente por isso. Quero seguir por novos caminhos. Adoro escrever! Mesmo que meu blog tenha poucos leitores, sempre quebro a cabeça pensando em algum tema interessante para escrever. Lembro de alguma história bacana ou divertida para contar. Nem sempre me dedico aos detalhes como fazem os grandes escritores e cronistas. Por isso, acredito que uma oficina é necessária. Par

Fora do ar

Sim, tive meus cinco minutos na semana passada. Na realidade, não foram cinco minutos. Foram longos dias, noites e horas... Saí do ar por um tempo, mas isso me ajudou a arejar a mente e encontrar inspiração para voltar a escrver no blog. Com a cabeça fervilhando de ideias, inclusive, ficou difícil decidir por onde começar. O que escrever? O que é mais importante? Ou mais divertido? E o que ainda não foi dito? Acho que a grande novidade nesses meus últimos dias foi a tardia descoberta do twitter e as infinitas possibilidades de interagir com pessoas completamente estranhas e tão conhecidas. Enquanto o facebook está cada vez mais chatinho e virou o balcão de lamentações de pessoas que nunca se engajaram em nada em sua existência, o twitter consegue disseminar informação. Consegue, ainda, promover interação. Pode ser usado para protesto, sim, mas tem sido mais utilizado para rir, fazer piada e protestar com humor e inteligência. Toda vez que tenho os meus cinco minutos, cancel

Viagem a Porto Alegre na Copa 2014

Como sobrevivi ao jogo Brasil x Chile

Nem bem me recuperei do susto do jogo entre Brasil e Chile e amanhã já tenho mais um jogo para testar a minha pressão: Brasil e Colômbia. Os chilenos não gostam muito dos colombianos que moram aqui. Costumam reclamar que eles trouxeram o tráfico de drogas e a violencia para o Norte do país. Apesar disso, tenho certeza de que amanhã o Chile inteiro vai torcer pela Colômbia. Existe um baita ressentimento não apenas pelo último jogo contra o Brasil, mas pela história da disputa entre as duas equipes. Não foi a primeira vez que o Brasil eliminou o Chile nas oitavas durante uma Copa do Mundo.   Esse acúmulo de frustrações gerou um clima nada amistoso nos dias que antecederam ao jogo. O consulado brasileiro no Chile recomendou aos brasileiros que evitassem sair 72 horas depois do jogo. A medida de precaução foi tomada porque depois do jogo Holanda e Chile, várias pessoas saíram pelas ruas destruindo o que encontravam pela frente. A imprensa chilena também ajud

Brasil a uma semana de você!

Não é propaganda enganosa... Daqui a uma semana, estarei no Brasil! Sim, vai ter Copa e eu estarei lá! Com ou sem protestos, nós vamos! Vamos porque essa é uma oportunidade única para vários sulamericanos. No Chile, em especial, é um sonho! Os chilenos são apaixonados pelo futebol como os brasileiros. É verdade que o futebol nacional não tem o mesmo nível do futebol brasileiro. Fato. O único time que ganho uma Copa Libertadores foi o Colo Colo, em 1991. A dupla mais famosa na seleção chilena foi Zamorano e Salas, que fez história na Copa de 98. O melhor resultado da equipe chilena, também conhecida como "La Roja", foi um terceiro lugar na Copa de 1962, que foi sediada no Chile! Depois disso, outro episódio marcou o futebol chileno. Nas eliminatórias da Copa de 90, em jogo contra o Brasil, o goleiro chileno Roberto Rojas fingiu que tinha sido atingido por um rojão jogado pela torcida brasileira, para forçar um abandono da partida. O Brasil ganhava o jogo por 1 a 0

Meu sangue latino

Esse fim de semana faleceu uma tia muito, muito, muito querida e especial. A tia Hilda. Ela era irmã do meu pai e nunca nos conhecemos. Falávamos por telefone, ríamos, conversávamos, rezávamos... A tia era super católica e sempre quería rezar quando falava com a gente por telefone. Tenho guardado vários cartões de aniversario que ela mandava quando a gente era  criança. Sentia uma conexão muito especial com a tia apesar de nunca ter trocado um beijo e um abraço com ela. Chorei bastante com essa noticia, principalmente, porque várias vezes eu disse que iria a Guatemala. Mas não fui. E sou uma mulher bem viajada... Fui deixando, deixando, deixando... Então ontem eu disse a minha mãe que devemos ir juntas assim que pudermos. Porque a morte da tia Hilda me deixou muito triste. Senti como se alguém estivesse apagado parte de uma história da minha vida. Uma história que eu ainda nem comecei a escrever. Esse capítulo da minha vida na Guatemala, conhecendo minhas raízes, minha fami

Banho de neve pra celebrar o aniversário!

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Na semana pasada, foi meu aniversario. Foi um dia normal. De muito trabalho. Uma terça-feira quase normal, não fosse pelo carinho dos amigos e da familia. O primeiro parabéns veio do meu amor, logo depois da meia noite. Ganhei de presente um CD que eu quería muito. De manhã cedo, saí para trabalhar. Emendei uma aula após a outra... Na hora do almoço, pausa para encontrar uma amiga querida do Brasil. Duas brasileiras juntas no Chile comendo comida chinesa!!! Foi muito agradável o nosso encontro e muito divertido também. Ganhei mais presentes da mina amiga: uma Caixa de bombons deliciosos! Com o coração quente e alguns quilinhos a mais, continuei meu dia super agitado. Fui buscar um carro que tinha alugado para um passeio no dia seguinte. Decidi comemorar meu aniversário na quarta porque era feriado aquí no Chile. Quando chegamos na locadora, por uma burocracia e falta de informação, ficamos sem carro... E agora, o que fazer, pensei. Liguei para outra locadora, onde sempre

Redes anti-sociais

Entrevista ao programa Gente

Dia de santo rei

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Semana passada, tive um dia bem agitado. Foi justamente no dia em que todo mundo no Brasil celebrava o dia de São Jorge, 23 de abril. Eu já comente aqui no blog que agora tenho outro blog, para divulgar meu trabalho como professora de Português no Chile. O fato é que pedi para vários amigos chilenos me ajudarem a divulgar o blog e o meu trabalho também. Uma dessas amigas me convidou para dar uma entrevista num programa de TV. Explico: minha amiga é jornalista como eu e tem um programa de entrevistas na TV chilena que se chama "Gente". Claro que eu aceitei! O que eu mais preciso agora é de exposição. Timidez, nesse momento da minha vida, só atrapalha. Por isso, aceitei o convite e fui bem feliz para a tal da entrevista. Foi bem legal a experiência. Nesse exato momento em que atualizo o blog, está no ar a última oportunidade de ver a entrevista ao vivo! Está passando agora em  http://www.quintavision.cl/portal/ Nesse mesmo dia, também recebi a resposta de uma oficin

Sobre tragédias e humanos

Hoje, grande parte dos brasileiros deve ter lido, visto ou pelo menos escutado em algum lugar o nome do Chile. É que durante o fim de semana teve um incêndio florestal terrível em Valpraíso, importante cidade turística do Chile, localizada a uma hora e meia de Santiago. Mais de 500 pessoas perderam tudo: casa, roupas, pertences... E até o momento foram confirmadas 10 mortes. Muito triste! Diante dessa tragédia, uma amiga brasileira que mora aqui no Chile postou no seu mural do face: que ano horrível, chega de tragédias! Realmente, se a gente for parar pra pensar os chilenos estão dando chinelada pra tudo quanto é lado: primeiro, o terremoto no Norte; agora, o incêndio aqui perto de Santiago... O que mais pode vir? Deus me livre se eles tiverem uma campanha ruim durante a Copa no Brasil. Os chilenos estão apostando todas as suas fichas aí, talvez porque seja um sopro de esperança em meio a tantos desafios... O fato é que rapidamente a solidariedade se manifestou. Chegaram vo

Música de igreja

Eu, super empolgada e inspirada, ouvindo Moby cantar "The perfect life" e o amor grita lá da sala: amor, está escutando música de igreja? Bem que podia ser né? Domingo é dia de missa... Mas não era bem esse o caso. Estava escutando músicas inspiradoras. Minha irmã vai se formar e me pediu uma opinião, pois está em dúvida entre duas músicas. Acabei caindo no Moby e cantarolando The perfect life . Talvez porque meu finde não tenha sido tão perfect assim. De novo, acumulei dois fins de semanas com meu enteado aqui em casa. Tadinho, ele não tem culpa. Fico meio deprimida não com a presença dele, mas por pensar no abandono da mãe dele. É bem revoltante conviver com esse tipo de coisa e, simplesmente, ter que aceitar. O menino chegou aqui em casa de bermuda e camiseta no sábado, sem mochila. Detalhe: estamos no início do outono de Santiago. O que isso significa? Sábado, máxima de 24 graus. Domingo, dia nublado e máxima de 15 graus. A sorte é que tinha um jeans velho do

O bonito e o feio

Há duas semanas, fui de oito a oitenta. Vi um lado bonito dos brasileiros e outro feio, bem feio. Num dia, fiquei super lisonjeada porque lembraram do meu nome para trabalhar como jornalista na campanha presidencial. Claro que a gente fica feliz cada vez que acontece algo assim. É bom ser lembrada pelo trabalho realizado e pelo profissionalismo. Infelizmente, na mesma semana vivi exatamente o oposto desse sentimento. Fui a uma entrevista de trabalho aqui em Santiago e me senti ofendida. Ofendida com o valor ridículo que ofereciam pela hora aula, como professora de Português. Decepcionada porque a dona do curso em questão é uma brasileira como eu. Depois, pensando melhor, entendi que ela tinha me chamado apenas para me sondar. Deve ter ficado curiosa em conhecer uma brasileira que chegou há pouco por aqui e já chegou chegando. Explico: esse mês termino o meu primeiro curso de Português em uma empresa grande do Chile. Realizei esse trabalho em 7 meses. Trabalho com um livro

A próxima visita

Estou aqui num grande dilema: preciso criar um novo blog e não consigo encontrar um bom nome. Não vou aposentar o Bela por aí, apesar de andar meio relapsa...  Na verdade, tenho andado pouco por aí. Ando mais por aqui mesmo. E o pior é que gosto dessa vida nova. Explico: recebo muita gente aqui no Chile. Literalmente, recebo. Tem gente que fica hospedada aqui em casa. Outros, em hotel. Mas sempre convidamos pra virem aqui em casa. E, também, oferecemos generosamente dicas de passeios, lugares, compras, restaurantes, transporte e segurança. Não, nós não somos uma agência de turismo familiar. Somos apenas viajantes experientes com o barco ancorado no porto. Nessas idas e vindas, já recebi aqui minha mâe várias vezes! Também veio a prima Dani com o seu loiríssimo Beto. Recebemos vários casais de amigos aqui, talvez porque o Chile seja mesmo romântico! De Brasília, vieram a Alice e o Felipe e a Pri e o Fabiano. De São Paulo, a Fabi com o Clayton. E também recebi a visita do

Orgulho

Tenho uma sobrinha super parecida comigo, a Vivian. A gente se chama de "mini me" e "big me". A Vivian é um doce de pessoa e com pouca idade já mostra que tem personalidade, como eu. Tento imitar o jeito dela: meigo, sereno e sensível. Qualidades que temos mais afloradas quanto mais jovens somos e que os anos de vida tentam levar. Desse jeito doce, veio uma boa resolução de ano novo, talvez a mais importante e difícil: criar uma boa relação com meus enteados. Nesse ano e quase quatro meses de Chile, superei barreiras de idioma, culturais, térmicas, gastronômicas... Mas a questão afetiva ainda tem lacunas. Relacionar-se com enteados é uma tarefa ingrata por si. Pior ainda quando você passa a fazer parte de um ambiente familiar cheio de mágoas e rancores. Depois de algumas tentativas frustradas de me aproximar dos meninos, me rendi. Decidida a ficar na minha, me protegia no argumento de que estava respeitando o espaço deles. Só que esse espaço criou um a

Outras palabras

Hay palabras y palabras... Em português ou espanhol, existem muitas palavras parecidas. Isso ajuda e, muitas vezes, atrapalha. Meus alunos têm certa dificuldade com algumas palavras: relógio, vírgula, âncora, médica... Que raro, dizem eles, o que literalmente quer dizer "que estranho". E algumas palavras então são quase impossíveis de se encontrar um sinônimo. Ai, meu deus, o tal balcão... O que é um balcão? Em espanhol, um balcón é uma sacada e uma terraza é uma varanda. Mas o móvel balcão pode ser um aparador, uma cômoda... Cada um tem o seu parecer quando vê o desenho do balcão. Sim, essa aula é com ilustrações para facilitar a compreensão. E avô e avó? Quem consegue entender a diferença tão sutil no som dessas duas palavras. Avôa? Me perguntam uns. Não, avó! De novo, avó. Eles acham uma graça colher porque parece um palavrão bem feio aqui no Chile. E aí começa a palhaçada: fulano, traz uma colher! Professsora, um chopinho é um chop? Isso mesmo, respondo. E u