À procura da erva mate perfeita

Sou gaúcha, de Porto Alegre, e gosto muito de chimarrão. A maioria dos brasileiros acha um nojinho o chimarrão dos gaúchos.

Quando eu morava em Brasília, várias pessoas comentavam comigo que achavam nojento as pessoas compartilharem a “baba” na mesma bomba.

Sim, aquele troço onde se chupa o mate é a bomba. A parte grande, onde se coloca a erva e a água, se chama cuia.

Aqui, no Chile, as pessoas tomam mate. A bomba se chama “bombilla” e a cuia, “matera”. No sul do Brasil, a gente toma mate em cuias gigantes.

Mas aqui o mate é bem pequenininho, portanto, a cuia e a bomba são minúsculas. Isso não foi um grande problema porque eu ganhei uma cuia de presente da minha tia Inês.

E comprei uma bomba proporcional ao mate grande em Porto Alegre. O problema é a erva mate.

Não sei se são os metais pesados, recentemente encontrados em grandes quantidades na erva mate produzida no sul do Brasil, mas o fato é que a erva daí é muito melhor.

Tem sabor. Aqui, o mate é amargo, amargo, amargo. Muito pau, pouca erva moída. E a cor... estranha! Parece cocô de bebê! Por aí vocês já imaginam o gosto...

Tenho feito várias tentativas. Comprei uma erva no supermercado. Argentina. Não curti. Depois, na feira aqui perto de casa, tem um carinha que vende várias marcas.

Provei duas até agora: uma argentina e outra paraguaia. As duas horríveis! E olha que eu adiciono uma bolsinha de chá para dar gosto de algo... Mas não tem jeito!

A consistência da erva também é estranha. Sabem o montinho que a gente monta na preparação do chimarrão? Ele se desmorona no primeiro mate! Horrível!

Eu não sou expert em chimarrão, mas com as ervas que trouxe do Brasil para cá, algumas vezes, sempre fica bom meu chimas.

Em outubro, uma amiga de Porto Alegre vem a Santiago. Obviamente, que já encomendei um pacote de erva.

Bem embalada, não tem problema nenhum para entrar aqui no Chile. Os produtos “in natura” é que são problema.

E como a erva mate do Rio Grande do Sul é rica em metais pesados, ela vem beeeeeeeem embalada!