A última despedida
Essa foto foi tirada em
fevereiro de 2003, na véspera da minha mudança para Brasília. Meu pai tinha
terminado o tratamento contra o câncer e estávamos todos felizes celebrando.
Esse
dia foi muito especial. Era verão. Fazia calor. Chamei alguns familiares e
amigos e fizemos um galeto de despedida.
Meus
pais me apoiaram bastante na minha decisão. Eu estava desempregada e numa
situação financeira bem difícil.
Aceitei
ir pra Brasília porque queria encarar novos desafios. O salário não era nada
tentador, mas era um começo.
Foi
uma despedida animada, divertida, com muita alegria. Nada de tristeza e de
lágrimas. Uma
despedida cheia de alegria.
Que
bom se a gente pudesse ter todas as despedidas assim. Imaginem se os velórios
fossem uma festa?
E se
o enterro tivesse banda de música? E se a música fosse a mais animada e não
triste e melancólica?
Pois
depois de 12 anos, quero lembrar desse 22 de agosto tão triste, frio e
melancólico como um dia que marcou profundamente a minha vida.
Mas
não quero reviver aquela tristeza. Decidi reviver a alegria da minha última
despedida de verdade do meu pai.
Porque
quando eu cheguei ao hospital meu pai estava em coma induzido. Eu não o vi
consciente. Portanto, essa despedida não conta.
Por
outro lado, naquele fevereiro de 2003, a nossa despedida foi tão divertida, tão
gostosa e celebrada, que dá gosto de lembrar.
Naquela
ocasião nenhum de nós pensava sequer na palavra metástase, nem em quimio, muito
menos no fim da luta pela vida.
O pai
morreu, mas ele vive em cada uma das filhas e netos. E o sorriso do
guatemalteco, do Marroquin, do Meme segue vivo e sobrevive a cada geração nessa
família.
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