O antes e o depois
Faz muito tempo que eu não
escrevo no blog. Uma eternidade. E eu tenho um milhão de ideias a cada segundo.
Me falta é tempo!
Hoje, eu também não tenho
tempo, mas há coisas que são inadiáveis e intransferíveis. Então, hoje, eu
PRECISO escrever esse post.
Mesmo que eu não tenha
tempo para mais nada! Preciso escrever esse post! Porque ele é urgente. Ele fala
de amor, de família, de perdão... isso é urgente!
Eu tenho uma amiga no facebook
que perdeu a irmã há muitos anos de câncer. Eu não lembro se era de mama porque
faz muito tempo.
Eu fui ao velório e
acompanhei a triste despedida da família. Os filhos chorando a morte da mãe e
tanta gente presente para dizer adeus.
Durante o luto, uma das
frases que escutei dessa minha amiga ficou pra sempre guardada na minha
memória.
Ela disse: Bela, uma
família é antes e depois de um câncer. Infelizmente, eu só fui compreender o
sentido daquelas palavras anos depois quando meu pai foi diagnosticado com um
linfoma.
E, realmente, a nossa
família era uma antes do câncer. E hoje somos outra família. Somos muito
melhores, graças a Deus. Mas doeu. Foi uma lição bem dura de vida!
Agora, a vida me deu
outra lição. Minha cunhada que eu gosto tanto está em plena radioterapia.
Depois de uma mastectomia para a retirada da mama, ela luta bravamente contra o
câncer de mama.
Eu a acompanho daqui de
longe, em Santiago. Atualmente, ela mora no sul do Chile, bem longe da gente.
Falamos quase
diariamente e fico sabendo de tudo: dela, do tratamento, do lugar onde ela fica
hospedada nos dias em que ela faz radio longe de casa e da família.
Eu e Claudinha, como nós
a chamamos na minha família, nos conhecemos numa das minhas tantas visitas ao
Chile.
De cara eu simpatizei
com ela. A gente se dava super bem quando eu vim morar em Santiago.
Naquela época, o toque
do celular dela era uma canção do Keane e o telefone dela tocava toda hora!
Por isso, sempre que
ouço Keane só penso numa pessoa, na Claudinha! Quando ela descobriu o câncer, estávamos meio separadas.
A gente se desentendeu
numa viagem por besteira e não tínhamos mais a mesma cumplicidade de antes.
Mas nós também não escapamos
à velha máxima: uma família é antes e depois de um câncer.
Então, sim, nos
reaproximamos de novo! E toda a minha família também tem sido super solidária,
amorosa e atenciosa com ela nesses dias.
Ela está atravessando um
deserto praticamente sozinha, já que o tratamento é feito em outra cidade, diferente
de onde ela mora com o marido e as filhas.
Ela me contou que a casa
onde ela fica hospedada é cheia de velhinhos e ela é a única “garotinha” por
lá.
Ela me fala como está o
clima: se tem sol ou chuva. Também conversamos sobre os tremores de terra que
nem sempre se sentem em todos os lugares no Chile, ou pelo menos, não com a
mesma intensidade.
Eu mando fotos e vídeos da Gabi pra que ela acompanhe, mesmo que de longe, o crescimento e as descobertas da mais nova sobrinha.
Eu mando fotos e vídeos da Gabi pra que ela acompanhe, mesmo que de longe, o crescimento e as descobertas da mais nova sobrinha.
Eu sei que sou uma
pessoa teimosa e cabeça dura, mas agradeço a Deus por ele me iluminar e me dar
a humildade necessária para rever meus julgamentos.
Sem isso eu não poderia
estar ao lado da Claudinha agora nessa travessia. E, para mim, é um grande
prazer poder participar desse momento e acompanhar a luta dessa guerreira.
Quem sabe assim aprendo
mais coisas com a vida!
Gente, como sempre, deixo aqui um comentário para quem quiser comentar! Está meio lento mesmo! Insistam! Beijo
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