Setembro

Há 40 anos do golpe militar no Chile, este é o meu primeiro onze de setembro em Santiago.

Eu não tinha ideia de como essa data ainda é sinônimo de dor e tristeza no Chile, pelo menos na capital, Santiago.

Os conselhos começaram sem muito alarde e davam conta de que os protestos aconteciam de madrugada.

De repente, alguém disse que cortam a luz. Perguntei por quê? Porque as pessoas provocam cortes de luz. “É bom comprar velas”, me disseram.

Depois, me disseram que é bom ir cedo para casa. De novo, eu perguntei, mas por quê? Porque as ruas do centro são tomadas por barricadas.

Tem fogo e confronto direto dos manifestantes com os carabineros. Tem caminhão de água e gás lacrimogênio da polícia. Tem confusão para todo lado!

Tenho conversado com algumas pessoas e o sentimento geral é de que as pessoas estão cansadas disso.

Por conta dos transtornos causados pelos protestos, os chilenos preferem deixar o passado para trás. Eles querem virar a página e seguir em frente.

É justo? Talvez não para aquelas pessoas que se sentem prejudicadas pelos anos de ditadura que o país viveu.

O fato é que amanhã eu vou sair para trabalhar, como todos os dias. Provavelmente, vão nos dispensar mais cedo para que todos possam chegar em casa em segurança.

Até hoje à tarde, pensei que era tudo muito exagero, mas mudei de ideia quando sai para dar as minhas aulas e passei por um edifício, aqui ao lado.

Os vidros estavam cobertos com tapume. Daí, caiu a ficha. Lembrou Porto Alegre na última vez que eu fui, em julho.

Amanhã vai ser outro dia. E depois conto para vocês como foi!



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