Sozinha, de novo...

Essa semana começou uma obra na frente da minha casa para a construção de uma creche.

A fundação revirou a terra vermelha do chão. Hoje ä noite, reparei que tinham umas corujas ali por perto.

Provavelmente, elas moravam em alguma toca que foi destruída com o início das obras. A coruja buraqueira, típica do Cerrado, faz o ninho na terra, num buraco.

Enquanto eu observava aquelas corujas voando meio sem direção, pensei em mim. Estou como a coruja buraqueira, sem ninho.

Tenho a minha casinha aqui em Brasília, mas meu ninho foi abalado por uma escavadeira bem mais feroz: a da vida.



















Minha companheira e colega de casa, a Stelinha, está se preparando para bater em retirada de Brasília.

Essa notícia mexeu demais comigo. Fiquei meio perdida. Sei que não dou mais conta de ficar sozinha em Brasília.

Aliás, desde que voltei, não fiquei sozinha. Primeiro, morei na casa da Juju, que me acolheu super bem.

Depois, quando vim pra minha casa, a Stelinha também veio. Foi a primeira vez, depois de muito tempo, que tive boas companhias na minha vida candanga.



















O ano está acabando e, como quase todo mundo, estou fazendo os meus balanços. E olha que 2010 foi um ano muito intenso, muito bom e maravilhosamente generoso.

Deixar a Stelinha ir embora, de Brasília e da nossa convivência diária, está sendo mais um exercício de desapego para fechar esse ano de 2010 evoluindo.

Stelinha é uma grande amiga querida. Nos conhecemos ainda na faculdade, lá pelos idos de 1900 e bolinha.

Seguimos rumos diferentes, mas trabalhamos juntas algumas vezes. Acabamos nos reencontrando em Brasília.

Depois, ela foi para o Ceará e eu, cansada de Brasília, para o Chile. Mesmo quando tínhamos uma cordilheira entre a gente, não deixamos de manter contato.

Tivemos longas conversas pelo gtalk e, em muitos momentos, Stela me enchia de confiança e otimismo.

Stelinha tem uma energia que contagia quem tiver por perto. Um brilho de esperança nos olhos que os anos de vida não conseguem ofuscar.

Ela rema no barco da vida enquanto admira calmamente a paisagem. Mesmo na pior tempestade, você não vai ver Stelinha em pânico. Ela segue o ritmo das ondas.

Por todo o amor e carinho que sinto por essa amiga tão especial, desejo que ela tenha muito sucesso nesse novo ciclo.

Amiga, chegou a sua hora. Estou torcendo por ti!

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