Gata callejera

Quando era criança, uma das minhas canções favoritas do musical “Os saltimbancos” tinha o seguinte refrão: nós gatos já nascemos pobres, porém, já nascemos livres.

Deve ser por isso que tenho tanto encanto pelos gatos. O jeito leve com que eles levam a vida, desprendidos de seus donos, seus lares...

Estão sempre elegantemente parados em frente ao prato de comida, mesmo quando estão famintos.

Aqui, no Chile, os cachorros de rua são muito comuns. Há milhares por onde quer que a gente ande. Mesmo assim, no edifício onde eu moro, aparecem alguns gatos de rua.

Eu já tenho a minha gata callejera. Ela aparece quando quer. Faz festa quando me vê. Para mim, não importa que ela me reconheça pelo fato de ser eu quem lhe alimenta.

Fico feliz pela festa que ela faz cada vez que me vê chegando. É uma gata branca, com manchas coloridas. Está sempre com o focinho sujo de graxa.

Charmosa, dengosa, manhosa... Livre! Eu me sinto meio gata callejera também. Sem destino certo, sem dono, com fome de viver.

Certamente, admiro muito os gatos pela sensação de liberdade que eles me inspiram. Ainda que eu saiba que gatos adoram rotina, adora estar em casa e ficam extremamente estressados quando precisam passar por alguma mudança.

Eu também sou assim. Gosto de saber que tenho um porto seguro para onde voltar. Gosto de pensar na idéia da minha casa, meu cantinho.

Mas também me encanta olhar pela janela e, a cada novo dia, ensaiar meu plano de fuga. Essa rotina é vital para seguir em frente.

Comentários

  1. Só o Brother não tem muito essa caracteristica,não é?Não gosta de liberdade,só do cantinho dele.....bjs Mili

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