Quarentena no Chile, dia 19
Quarentena no frio ou no calor? O que você prefere? Hoje, Santiago amanheceu com muito frio para um dia de outono. Onze graus de manhã cedo com névoa e o cerro San Cristóbal coberto por nuvens.
Foto: Andrea Leopardi (via Unsplash) |
Até caiu uma chuvinha... que não estava prevista pela meteorologia. Chuvinha não, foi uma garoa. Mas, enfim, umidade em terra seca é sempre muito bem-vinda. Só fico em dúvida com o frio... Não sei se realmente quero frio agora para enfrentar essa quarentena.
Como já comentei em outro texto aqui, o friozinho é uma delícia para ficar em casa, mas em mim bate uma preguiça. Vontade de comer pipoca, ficar deitada, debaixo de uma mantinha, descansando e com a cabeça vazia vendo alguma comédia... Em compensação, no calor, me sinto melhor, com mais energia, motivada.
Sábado e domingo são os dias em que aproveito o horário da quarentena de manhã cedo para correr. Investi em comprar roupa adequada para correr com qualquer clima e amanhã vai ser a prova dos nove.
Depois, óbvio, vou contar pra vocês aqui como me sai. Sei de muita gente que encarou aulas online, inclusive, com modalidades que exigem bastante esforço físico dentro de casa. Nunca curti muito academia, então, pra mim o confinamento é uma desgraça, principalmente, nesse sentido.
Sempre gostei de fazer atividade física ao ar livre. Caminhadas no bairro onde minha mãe mora em Porto Alegre eram uma boa oportunidade para encontrar as amigas e colocar o papo em dia.
Depois, comecei a correr e consegui evoluir bastante na corrida. Chegava a fazer 4 quilômetros fácil. A corrida era uma ótima opção de esporte quando morava sozinha em Brasília e uma tremenda oportunidade para espairecer.
Foi o que me salvou também quando morei sozinha no Chile em 2010. Eu fazia meu circuito no Parque O’Higgins e tinha a energia necessária para acompanhar meus colegas de 20 e poucos anos.
Depois que voltei a morar no Chile, em 2012, foi bem difícil incluir a corrida na minha rotina. Demorei a me acostumar com o clima frio. Além disso, o fato de morar no Centro, numa região pouco arborizada e acolhedora, também me travou.
Quando veio a maternidade, aí sim piorou. Era impossível conciliar meus tempos e dedicar um pouquinho só de tempo para mim. Quando a Gabi cresceu um pouquinho, logo vieram os protestos e o setor onde a gente morava, que já era ruim em termos de parques, ficou pior.
Os dois parques próximos do edifício onde a gente morava eram sempre palco de confronto entre policiais e manifestantes. Como se não fosse suficiente, 2020 trouxe a pandemia e as quarentenas.
Quando vi que o governo criou esse horário para a gente fazer exercícios físicos, tomei coragem, finalmente. Por isso, investi em ter roupa adequada para calor e frio, porque não quero que a temperatura seja uma desculpa, já que tenho vários argumentos para não fazer nenhuma atividade física.
Mas eu e meu organismo sabemos que me sinto muito melhor com a corrida. O benefício é muito mais que o bem-estar físico, mas tem um ganho em saúde mental que somente uma boa sessão de terapia poderia proporcionar.
Mandem boas energias, por favor, porque a última coisa que eu quero é sucumbir à cara feia do tempo lá fora, amanhã de manhã quando olhar pela minha janela. Sair cedo para fazer atividade física não é o meu forte... sempre gostei de correr de tardinha, ou por volta das onze da manhã.
Viu como tenho vários contras? Apesar de todos os prognósticos negativos, preciso encarar tudo isso e continuar correndo. Torçam por mim! Amanhã eu conto como foi!
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