Quarentena no Chile, dia 4

Hoje foi dia de fazer compras por aqui. E não eram umas comprinhas simples da semana, mas a compra do mês. Não sei se é porque não temos carro, ou se é porque somos uma família pequena, mas a gente não costuma fazer compra grande. Do tipo de estocar coisas. 

Foto: Charles Gao (via Unsplash)


Nunca fui assim, sempre compro o justo e necessário, de vez em quando, claro, algo para a dispensa, em especial, alimentos não perecíeis e produtos de limpeza e higiene pessoal, mas essa coisa de estocar rolos de papel higiênico, aqui, nunca rolou.


Sempre fazemos listinha e seguimos, literalmente, à risca. Nossa geladeira também é pequena, por isso mesmo, não somos adeptos de comida pronta e congelada. Aliás, adoro comprar na feira. Uma das minhas maiores tristezas foi não poder mais frequentar a feira durante a semana depois que voltei a trabalhar. Final de semana sempre tinha uma perto da nossa antiga casa, mas era muita gente - por ser fim de semana - e eu evitava.


Agora que mudamos, não temos mais feira por perto, mesmo assim, o Cristián vai aos domingos e compra frutas e verduras frescas. Além de ser mais gostoso, é muito mais em conta que o supermercado aqui em Santiago.


Apenas alguns itens a gente compra no super, tipo palta (avocado) porque a gente pode escolher preços e o produto (na feira, nem sempre, depende do feirante), maçã também em geral é melhor no super que na feira. E aí também nunca gastamos muito. Fazemos a listinha e economizamos bastante.


Esse estilo econômico e pouco consumista, nos ajudou bastante durante a quarentena anterior e nessa também. A gente não pira e podemos usar com moderação as duas autorizações temporais que nos dão para fazer as compras de insumos básicos. Imagina ter que fazer uma compra grande em apenas duas horas e sem carro! Ficaria bastante caótico...


Perto da nossa casa, temos três supermercados, dos quais um deles tem os preços bem mais em conta, o Líder. Foi ali que o Cristián fez as compras hoje. É um supermercado que não tem muita variedade, mas dá para comprar o essencial e abastecer a geladeira e os armários da cozinha perfeitamente.


Os supermercados aqui têm um limite máximo de pessoas e, na entrada, além de medir a temperatura, sempre oferecem álcool gel para que as pessoas higienizem as mãos. Já faz algum tempo que o Chile aboliu as sacolas plásticas, então, fica mais fácil evitar contágios porque basta lavar as sacolas de tecido ao chegar em casa. Nos também usamos o carrinho da feira para carregar as compras já que estamos sempre prá lá e prá cá sem carro...


Todos os supermercados daqui oferecem o serviço de entrega a domicílio, mas nós evitamos e usamos somente em caso necessário. Porque geralmente quando tem mais demanda, aí mesmo é que o serviço não funciona muito bem. Antes da pandemia, já tinha usado algumas vezes as compras online em supermercados, mas tive experiências ruins com todos.


Por isso, hoje, preferimos usar em caso extremamente necessário. O Chile tem essa característica: aqui tem muito investimento em tecnologia e comércio eletrônico, o problema é a logística depois das entregas que ainda funciona super mal. Outra vantagem de comprar diretamente na loja é a limpeza depois, já que se evita a entrada de pessoas estranhas no seu endereço residencial. 


Ainda sobre as compras, vi numa rede social um meme que me fez rir. Por causa da restrição do governo que passou a exigir receita médica para comprar de anticoncepcional, junto com a venda de produtos somente considerados essenciais, o que impede as pessoas de comprarem roupa interior e permite que elas possam adquirir bebida alcoólica, provavelmente, muita loucura vai rolar por aqui nos próximos dias. Quem viver, verá...

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