De maio a julho a vida passou voando por aqui
Posso ate ter me adiantado em alguns meses, mas o fato é que o evento é na próxima sexta-feira, daqui a dois dias. É a segunda vez que vou a um show de mantras e terei a companhia da mesma pessoa que me acompanhou na vez anterior, minha antiga instrutora de yoga e amiga, a Ceres.
Estou bem animada para assistir ao Krishna Das em Santiago, no reformado Teatro Universidad de Chile. Tenho certeza de que será uma noite muito emotiva carregada de boas energias. Vai ser bom estar com pessoas na mesma vibração e intensidade, principalmente porque nossos dias têm sido um pouco pesados por aqui.
Bem diferente de como passei o mês de maio que foi bem gostoso. Comecei o mês passeando em família e aproveitando a programação cultural do nosso bairro. Visitamos a exposição inspirada no livro “Alice no País das Maravilhas” em homenagem ao Dia do Livro celebrado em 23 de abril.
No mesmo espaço – a Fundación Cultural de Providencia – havia uma instalação com capas de livros famosos, não apenas de autores chilenos, mas de escritores do mundo todo. No pátio, de forma permanente, é possível levar um registro fotográfico ao lado da Mafalda, personagem criada pelo argentino Quino, que ganhou uma escultura sentada em um dos bancos ao ar livre.
Foi um passeio super agradável e o melhor de tudo custou zero pesos, totalmente grátis! Maio também teve Dia das Mães (na mesa data que o Brasil) e gostei bastante porque ganhei os presentes que eu pedi. Minha sogra fez uma rara aparição por aqui e almoçou com a gente e passou o resto da tarde comigo e com a Gabi, já que o Cristián trabalhava naquele domingo.
Depois de ser bem celebrada veio o meu aniversário no dia 20 e aí as coisas começaram a desandar. Tínhamos planejado uma viagem curta a Pucón, no sul do Chile, na Região da Araucanía. É um lugar muito turístico e pequeno, mas tem aquela típica paisagem de vulcão e rios cercados por bosques e com muita neve que eu adoro. Além disso, tem algumas térmicas na zona que eu quero conhecer há anos, como as Termas Geométricas.
As Termas Geométricas são fontes termais localizadas na região de Los Ríos que ficam numa propriedade privada, a Fazenda Cajón Negro. São 18 piscinas de água termal pura e não filtrada em meio às florestas nativas do Parque Nacional Villarrica. O acesso é por uma estrutura de madeira pintada de vermelho que contrasta com o verde do bosque formando uma paisagem espetacular.
A gente tinha sido convidado por um colega do Cristián que mudou pra lá durante a pandemia. Atualmente, ele fica entre idas e vindas a Santiago por conta do trabalho, mas em breve vai se instalar por lá definitivamente. Eu estava cheia de planos e muito animada. Só que na última hora o Cristián deu pra trás, colocou a culpa nos gatos: quem vai cuidar deles?
Eu argumentei que todas as vezes que viajamos eu consigo alguém, mas aí ele ficou dizendo que o Fritz está velho, que chora de manha cedo pedindo comido, que os vizinhos iriam reclamar, enfim, para tudo que eu dizia A, ele tinha um B. Não viajamos. Como eu queria celebrar meu aniversário, convidei algumas amigas e fomos a uma pizzaria. Adorei rever minhas amigas, rir, conversar, comer e beber bem.
Apesar desse perrengue em maio, o resto do mês continuou entregando muito como dizem por aí. O último final de semana também foi de passeios familiares dessa vez para celebrar o Día de Los Patrimonios Culturales. No sábado, participamos de um tour guiado pelo parque gráfico do jornal El Mercurio, o mais antigo e importante do Chile, onde o Cristián trabalha há mais de 20 anos como fotógrafo. Foi bem bonito o recorrido e interessante já que várias das máquinas usadas na impressão do jornal foram compradas do jornal brasileiro O Globo. Na saída, um corredor reunia as capas mais importantes do jornal e em várias delas estavam fotos do Cristián.
No domingo, eu e Gabi fizemos outro passeio, dessa vez, sozinhas. Estávamos em casa e escutei que a cada certo tempo passava um carro do Corpo de Bombeiros e tocava as sirenes. Fiquei curiosa já que aqui pertinho tem uma estação, a número 13. Terminei a faxina e disse: vamos Gabi? Fomos caminhando meio sem saber o que iríamos encontrar e justamente quando chegamos estava saindo um tour pela casona onde ficam os bombeiros.
Para quem não sabe, o Chile é um dos únicos lugares do mundo onde este trabalho é voluntário, quer dizer, quem é bombeiro, não vive disso, não recebe um salário e trabalho nas suas horas livres. Durante o tour, conhecemos a história da companhia, fizemos um exercício para simular o uso de extintor de incêndio, vimos os quartos dos voluntários e até mesmo as roupas que eles usam.
O passeio terminava com uma volta no caminhão dos Bombeiros com direito a sirenes ligadas, por isso eu ouvia o barulho quando eles passavam. A Gabi adorou o passeio e eu também curti muito. Ainda bem que maio foi um mês generoso porque junho e julho tem sido bem calmo, até demais.
Nas férias de inverno da Gabi, por exemplo, não viajamos para lugar nenhum. Não rolou nem um passeio até a montanha para ver neve. Aliás, esse inverno tem chovido pouco, quase nada, o que também influencia na paisagem da cordilheira.
Por isso, esse show na sexta-feira vai ser uma excelente oportunidade de escapar da rotina dos últimos dias (quem sabe até dos mais recentes meses). Sair, cantar, ver gente, estar com uma amiga, tudo ajuda. Principalmente, se for para entoar mantras e energizar o corpo para receber agosto abençoada. Namastê geral!
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