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Mostrando postagens de 2025

Mãe, imigrante e amiga trabalhadora

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Fim de semana passado escrevi sobre os eventos do fim de semana e um deles foi bem especial: um churrasco com um grupo de brasileiros que moram no Chile. Já participei de vários grupos desse tipo, mas nenhum é tão animado e alto astral como esse. Tive muitas experiências com brasileiros aqui no Chile e algumas delas foram bem desagradáveis, diria até traumáticas. Sabe por que isso acontece? Porque muitas dessas pessoas assimilam o que existe de pior na sociedade chilena que é o “arribismo”. Antes que você fique em dúvida e se pergunte: o que é isso? Eu explico. O arribista no Chile nada mais é do que conhecemos como emergentes no Brasil, ou seja, pessoas de classe média que, às vezes, têm uma situação econômica um pouquinho melhor e já se acham novos ricos. É aquela pessoa ambiciosa que valoriza bens materiais, status, alguém que aparenta ter uma situação sócio econômica que, muitas vezes, não condiz com a sua realidade. Essas pessoas geralmente julgam os demais por coisas como: as rou...

Um fim de semana e três dias felizes na vida da imigrante

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Nem tudo são dramas na vida da imigrante brasileira no Chile. De vez em quando, os planetas se alinham e coisas boas acontecem. Foi o caso de um fim de semana desses em que teve show de mantras, encontro de brasileiros e atividade política. O fim de semana partiu com o show do rishna Das no Teatro Universidad de Chile, localizado no coração da capital chilena, na saída da estação de metrô Baquedano, da linha 1, ou “roja” (vermelha) como dizem os santiaguinos. Como eu moro a apenas uma estação dali –  Salvador – cheguei antes da minha amiga, a Ceres. Ela trabalha com turismo e julho é um dos meses mais movimentados da alta temporada de inverno. Tem muitos turistas do Brasil aqui e, graças a Deus, minha amiga está com a agenda lotada. Quando cheguei na entrada do Teatro fiquei observando atentamente as pessoas que passavam por ali. Alguns entravam, outros aguardavam por alguém mais – como eu – e muita gente simplesmente corria para pegar um ônibus na avenida Vicuña Mackena (que fica ...

De maio a julho a vida passou voando por aqui

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Dia 2 de maio comprei duas entradas para um show de mantras aqui em Santiago. Quando fiz a compra pela internet, julho parecia distante. Pensei: será que estou me precipitando? Será que vou conseguir ir? Terei alguém para me acompanhar? Posso ate ter me adiantado em alguns meses, mas o fato é que o evento é na próxima sexta-feira, daqui a dois dias. É a segunda vez que vou a um show de mantras e terei a companhia da mesma pessoa que me acompanhou na vez anterior, minha antiga instrutora de yoga e amiga, a Ceres. Estou bem animada para assistir ao Krishna Das em Santiago, no reformado Teatro Universidad de Chile. Tenho certeza de que será uma noite muito emotiva carregada de boas energias. Vai ser bom estar com pessoas na mesma vibração e intensidade, principalmente porque nossos dias têm sido um pouco pesados por aqui. Bem diferente de como passei o mês de maio que foi bem gostoso. Comecei o mês passeando em família e aproveitando a programação cultural do nosso bairro. Visitamos a ex...

Parle vous mapudúngun?

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Parle vous mapudúngun ? Eu não falo, mas aprendi várias palavras em Mapuche ao longo desses 12 anos de Chile. Afinal, o povo originário do Chile deixou sua herança não apenas nos traços físicos dos chilenos, mas também em vários aspectos culturais. Um deles, obviamente, é a língua falada neste país. Para come ç o de conversa é bom explicar a origem do povo Mapuche. Historicamente eles viviam entre os rios Itata e Toltén, na parte centro-sul do país. Seu grande legado foi a feroz resistência à dominação espanhola ao longo do século XVI sendo um dos nomes mais conhecidos nesta luta o de Lautaro, líder dos Mapuches. Uma das primeiras vezes que eu percebi a presença do idioma nas nossas vidas foi no Registro Civil quando estava solicitando meu novo RUT (a cédula de identidade chilena). No local, todas as placas com sinalizações tinham informações em espanhol, inglês y mapudúngun.  Mas não é apenas nas repartições públicas que se percebe essa preocupação com o respeito à cultura do prin...

Quando me encontrei no Chile

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Essa semana andei revisando alguns textos que escrevi na última década. O que mais me chamou a atenção durante esse processo foi constatar que em 2017 e 2018 eu não escrevi quase nada. Foi justamente nesse período que voltei ao mercado de trabalho e tive que conciliar com a maternidade. Claramente, tive que fazer alguns sacrifícios e um deles foi o blog. Não estou culpando a maternidade porque tenho certeza que foi uma opção consciente e também uma questão de necessidade. Provavelmente, pela minha sanidade mental tomei essa decisão. Além disso, foi durante esse período que eu tinha uma coluna na plataforma Brasileira Pelo Mundo. Era um trabalho voluntário de várias brasileiras que escreviam sobre como era viver em determinado país. Geralmente, os textos eram informativos, com dados e exigiam um pouco mais de atenção e cuidado. Também trabalhei uma época como revisora de textos da plataforma e a gente tinha o compromisso de entregar um texto por mês. Como eu gostava muito desse projeto...

Despedida de mais uma amiga querida

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Semana passada eu soube que uma querida amiga que há anos lutava contra o câncer estava em estágio terminal. Eu queria muito vê-la, mas sabia que dependia totalmente da vontade e disposição dela. Afinal de contas, nessa fase, com todo o desconforto o que uma pessoa precisa é estar cercada de amor, da família, de paz. Mandei a mensagem e esperei pela resposta que, como sempre, veio num tom repleto de gentileza. Desculpando-se por não estar em condições de me receber e desejando que eu estivesse bem. Respondi que estávamos juntas em pensamentos e orações. Hoje eu soube que ela finalmente descansou. Minha querida amiga Monica. Uma guerreira que dividiu comigo muitas histórias de vida, do quanto ela andava pra cima e pra baixo com os filhos quando eram meninos e ela, uma filha de Valparaíso, andava de um lado pro outro por Santiago. Depois que os filhos cresceram e saíram de casa, ficaram os quartos vazios e um coração de mãe cheio de amor e orgulho. Vieram os netos e a casa ficou cheia de...

Maternar nesse mundo cão

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Nos últimos meses, tenho assistido menos aos canais de streaming . Prometi que esse ano dedicaria mais tempo à leitura e menos para as telas, isso inclui não apenas redes sociais, mas também os filminhos e séries. Aliás, também coloquei como meta ir ao cinema mais vezes. Sempre fui uma pessoa de ir ao cinema, hábito que consegui transmitir para a minha filha e só isso já me deixa muito orgulhosa. E isso diz muito do que eu penso sobre a maternidade e sobre ser mãe nesse mundo cão. Por isso, gostaria de recomendar com muito carinho que quem puder assista ao filme “ Canina ”. Eu assisti na Disney e o que me interessou foi justamente um trecho do início do filme, a cena inicial. A Amy Adams é a protagonista da história, uma artista que agora se dedica integralmente à maternidade. O marido passa a semana fora trabalhando e ela fica em casa com o bebê. Na cena em questão, ela encontra uma conhecida no supermercado que pergunta como vai a maternidade. Automaticamente ela discorre de forma mu...

A morte dos livros?

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Hoje tive uma conversa difícil no trabalho com colegas da agência. Esse tipo de situação me faz pensar que realmente preciso mudar de ramo. Nada a ver com o Jornalismo, que eu amo de paixão, mas trabalhar numa agência de marketing digital nunca foi e continua não sendo o meu sonho de consumo. Quando converso com meus colegas sobre assuntos que exigem um pouco mais de profundidade é impressionante como cada frase que sai da boca deles me deixa em estado de choque. Enquanto que para eles é algo absolutamente banal e corriqueiro. Tipo meu colega de 26 anos que disse com a maior naturalidade que: “os livros vão acabar porque vão deixar de ser necessários”. Porque todo o conhecimento será armazenado pela IA e ninguém mais vai precisar ler livros como “antigamente”. No que ele foi prontamente apoiado pelo colega ao lado que ainda complementou afirmando que muitos filmes mostram a realidade no futuro. E que esses filmes são feitos com consultorias à NASA para saber possíveis cenários e prepar...

Antes eu tinha um blog

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Desde que me entendo por gente, gosto de escrever. Quando tinha 10 anos, ganhei um concurso de crônicas. Me inscrevi na categoria contos e ganhei em crônicas. Porque adoro escrever na primeira pessoa. Aliás, meus livros favoritos são justamente aqueles em que a personagem principal é também narrador. Comecei com o blog em 2003 e, no princípio, era Bela em BSB. Eu escrevia sobre minha vida na capital do Brasil. Um dia, bateu uma crise e excluí o blog. Baixei um arquivo com todos os posts e encerrei as atividades. Um tempo depois, decidi retomar o blog e a escrita virtual. Comecei do zero com outro blog, desta vez, Bela por Aí. Uma amiga designer ajudou na parte visual e pronto. Com tempo, a plataforma passou por mudanças e tive que fazer um novo layout .  O blog ajudou muito em várias etapas da minha vida, mais recentemente, na pandemia. Eu conseguir escrever um posto por dia na última quarentena que tivemos no Chile.  Hoje, o que me motiva a voltar a escrever é a necessidade d...