A primeira ida ao shopping e a segunda eleição na pandemia

Essa semana falhei na atualização do blog. Costumo publicar algo no domingo, mas eu tava tão cansada que não consegui. O fim de semana foi bem intenso por aqui com a eleição. Eu escrevi sobre esse assunto e relatei a minha experiência num post para o Blog da Lola Aronovich, então, vou apenas deixar o link para vocês lerem aqui. 


Ficamos muito felizes com o resultado da eleição e acho que o mais importante que fica é a certeza de que os chilenos querem mudanças e querem participar desse processo de transformação do país. Não escolhendo representantes da velha política, mas pessoas independentes que possam escrever não apenas uma nova constituição, mas uma nova história para esse Chile tão sofrido.
 

Desde domingo, todos os dias pela manhã, depois que deixo a Gabi na escola, venho escutando canções chilenas e sentindo um orgulho tão grande de morar aqui. Quando começaram os protestos em 2019, confesso que tinha muita apreensão e medo de que o Chile pudesse repetir a experiência brasileira em 2013. Felizmente, eu estava errada.


É tão bom fazer parte desse capítulo da história do Chile, relatar minha experiência nesse momento, contar o que estou vivenciando e, além disso, efetivamente, participar porque sou cidadã e posso votar. Fico tentando traçar um paralelo entre os dois países, Brasil e Chile, para entender porquê no Brasil as pessoas ainda não começaram a reagir e mostrar a força que o povo tem para os políticos. 


Por aqui, nessa semana que passou, seguimos adaptando-nos aos novos tempos de pandemia. Na terça-feira, comemoraram o dia do estudante aqui no Chile. Por conta disso, a Gabi não teve aulas no turno da tarde. Aproveitei para levá-la ao shopping para comprar sapatos novos.


Compro quase tudo pela internet, mas sapatos prefiro experimentar, principalmente, na idade dela. Foi a primeira vez que entrei num shopping desde que começou a pandemia. A sensação é bem estranha e aí a gente realmente percebe que nossas vidas nunca mais serão como antigamente.


Logo na entrada, como em todos os comércios por aqui, tinha um cartaz indicando o limite máximo de pessoas que podem entrar. Um guarda da equipe de segurança nos ofereceu álcool gel, mas ninguém mediu a nossa temperatura. É assim também nos supermercados aqui. 


Muitas lojas estavam com as portas fechadas e vários locais fecharam definitivamente. Imagino que manter uma loja num shopping seja quase impossível nesses tempos... Apesar disso, nas lojas que estavam abertas, havia muitos clientes. Uma das coisas que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas da melhor idade passeando no shopping. 


Nas lojas em que entramos, para controlar a quantidade máxima de clientes, havia uma cordinha na entrada. Cada pessoa entrava, limpava as mãos com álcool gel e era atendida. Numa das lojas que entramos, estava quase impossível de caminhar porque as caixas que chegaram com a mercadoria ainda estavam esperando por algum funcionário desocupado (coisa rara) para organizar tudo.


Imagino que a demissão e a redução de pessoal têm exigido que os funcionários trabalhem no limite. Por isso, tarefas como organizar estoque e repor mercadoria acabam ficando para depois na escala de prioridades.


Entramos em apenas duas lojas para comprar tênis, um par de botas, meia calça (para usar por baixo da calça no inverno) e uma blusa segunda pele, tudo para a Gabi. Odeio shopping e só vou realmente quando preciso comprar algo muito específico. Por isso, não é sacrifício nenhum entrar, comprar e sair correndo, depois de pagar, é claro. 


Antes de ir embora, comprei para a Gabi uns donuts que ela adora e sempre faz parte dos nossos passeios no shopping. Como a gente não ia há mil anos, foi parada obrigatória. O problema é que não existe um espaço para sentar. Nenhum! Expliquei pra ela que ela teria que aguentar e esperar até chegar em casa para comer. Comprei um suco de manga e com isso, ela aguentou bem.


Para meu desespero, entramos num táxi que estava recém lavado. Eu morrendo de medo que ela virasse aquele copo de suco, mas por sorte, não aconteceu nada. Só a sola das minhas botas que ficaram escorregadiças de tanto silicone que o taxista passou nos tapetes, mas tudo bem...


Tava até esquecendo que na segunda, fui numa depiladora brasileira aqui. Não tenho carro, então, se saio em horário tranquilo, uso o metrô. Mas quando preciso me locomover em horário de pique, prefiro usar táxi ou Uber. Nesse dia, voltei de táxi e para minha falta de sorte, o taxista era um chileno mala que morou no Brasil por 20 anos. O cara queria falar português e usava a máscara debaixo do nariz! E assim foi por 45 minutos de engarrafamento... enfim, coisas da pandemia. 


Na quarta-feira, levei a Gabi para tomar a vacina contra a influenza. Aqui, a vacina para crianças e idosos é grátis. Aproveitei que uma colega do Cristián deu o dado de um local que estava bem vazio e, realmente, foi super rápido. Fomos depois da aula dela. Ela chorou, mas quando ganhou dois adesivos nem lembrou da dor...


A semana terminou numa chamada de vídeo para a minha família, já que era aniversário da minha mana Mili. Ela passou o aniversário em quarentena, tadinha, já que logo depois do dia das mães testou positivo para COVID19. Que saco! Por sorte, ninguém mais na minha família se contagiou. Mas foi um susto, eles tinham se reunido no domingo e todo mundo ficou com medo.


Essa semana sou eu quem sopro velinhas na quinta-feira. E na sexta tem feriadão aqui, então, terei mais tempo para escrever no blog no domingo (espero). Depois conto para vocês como foi mais essa celebração de aniversário nesses quase nove anos de Chile.


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