Um texto para Julia
Fiquei algum tempo sem escrever no blog. Tenho tido muito trabalho e quase não sobra um momento lúdico para refletir sobre a vida e escrever um bom texto.
Ontem, me pediram para escrever algo a respeito da minha experiência com promoção de turismo internacional. E me dei conta de que esse sempre foi um tema que me encantou.
Trabalhei durante quase dois anos numa agência de comunicação atendendo à conta da agência brasileira responsável pela promoção do turismo internacional.
Foi uma ótima experiência em todos os sentidos da minha vida: profissional e pessoal. Não só porque conheci lugares maravilhosos e fiz grandes amigos, mas também devido à minha paixão pelo tema.
Considero esse um dos períodos mais produtivos e criativos que vivi na minha trajetória profissional. A liberdade de pensar e propor ideias foi o grande diferencial nesse processo.
Trabalhei com gestores maravilhosos que sempre me incentivaram a opinar e propor. A ser pró-ativa, como dizem no jargão corporativo.
O resultado foram bons projetos bem aproveitados. Outros não foram adiante porque eram ousados demais. Talvez exigissem um pouco mais de trabalho para serem executados.
É interessante resgatar essa trajetória numa espécie de Flashforward. Na reta final, trabalhei muito. Lembro que teve um mês em que trabalhei todos os finais de semana.
Acompanhei uma press trip em Brasília, do início até a execução. Pensei no conceito da viagem (50 anos de Brasília), montei o roteiro, levantei custos e apresentei a proposta.
O cliente aprovou e a viagem foi executada com grande sucesso. O material publicado posteriormente foi aproveitado não só naquele ano, mas no ano seguinte, quando a cidade de fato completou 50 anos.
Uma galeria de imagens linda foi publicada na internet e, já afastada da conta e envolvida com outros projetos, consegui contemplar o resultado de mais esse trabalho.
Foi naquele mesmo maio da viagem que me preparei para acompanhar a cobertura de um importante evento internacional.
Era o principal evento mundial do turismo, com delegações de vários países. Nossa equipe foi responsável pela cobertura do evento.
Tínhamos um petit comité no quarto do nosso hotel. Trabalhamos com uma família de fotógrafos de Floripa super profissional.
Nosso material era produzido e disponibilizado num site de notícias. As parceiras traduziam e distribuíam-no para a imprensa internacional.
Lembro que, naquele momento, alguns dirigentes estavam pessimistas quanto ao turismo mundial por conta da crise econômica global e da gripe suína.
Também ouvi relatos de donos de resorts na América Latina que estavam otimistas com relação à recuperação do setor depois da passagem do surto.
Foi um desafio muito interessante escutar as apresentações em inglês e, depois, redigir os textos em português e espanhol.
Mais interessante ainda foi levar os jornalistas para passearem no último dia e conhecerem as belezas da ilha. Que passeio agradável!
O único momento difícil nesse evento foi lidar com uma senhora francesa que não entendia nada do que eu dizia em inglês.
Comentei com ela que tinha sido boa idéia trazer dois assessores para acompanhar o grupo porque o guia tinha ficado perdido diversas vezes.
Eu e minha boca! A francesa ficou super indignada. Claro, ela deve ter pensado: quem essa pentelha pensa que é para me dizer como eu devo fazer meu trabalho?
No final, ela teve que se render porque todos os jornalistas estavam encantados comigo e adoraram nosso trabalho, apesar do ar reprovação da madame.
Faz parte do meu trabalho lidar com as adversidades. Acho isso super natural. Já acompanhei grupos tão distintos e trabalhei rapidamente com pessoas tão diferentes.
Dessas experiências, guardo bons amigos. Um deles completou 50 anos no início desse ano. Fui ao seu aniversário e encontrei o ex-gestor da conta, ou seja, meu primeiro chefe.
Ele comentou comigo que aquela era uma conta tão especial, com possibilidade de fazer tantos projetos bacanas, mas que o cliente era um pouco conservador. Uma pena.
Acredito que fizemos um bom trabalho apesar dessas limitações. Sempre procurei vender o Brasil destacando o que temos de melhor: o brasileiro.
Nosso jeito, nosso estilo, nossa leveza. Desse mote, tive uma sacada bacana. O stand up paddle estava recém chegando ao Brasil. Nessa modalidade de surf, o surfista sobe na prancha e rema em pé.
O esporte é ideal para curtir e apreciar belas paisagens, como o Rio de Janeiro. Entusiasmada, pensei em produzir uma matéria e vender para as nossas parcerias lá fora.
Pesquisei sobre o assunto, entrei em contato com os praticantes e consegui umas fotos bacanas. Mandei o material. Foi ótimo! Super bem aproveitado.
Hoje, essa é uma modalidade bem conhecida. Quando o Pearl Jam esteve no Rio, o vocalista da banda Eddie Vedder experimentou o stand up paddle. Achei o máximo!
No Brasil, a gente tem várias outras coisas legais acontecendo. Nem sempre as pessoas sabem. Aqui dentro, ou lá fora. Alguém precisa mostrar isso.
Não falo somente dos passeios ecológicos em paisagens únicas que temos aqui. Me refiro à cultura, que engloba também esse jeito de ser do brasileiro.
No meu curso de espanhol, uma das atividades consistia em falar sobre uma festa popular do seu país. Aproveitei o gancho para falar das festas de São João.
O carnaval é super popular, mas pouca gente conhece o São João. Minha professora e meus colegas ficaram encantados.
Também tivemos que fazer um trabalho sobre um ponto turístico de Santiago e associar a algum atrativo do nosso país de origem.
Minha apresentação foi sobre o Parque das Esculturas, em Providencia, e a minha comparação foi com o Instituto Ricardo Brennand, em Recife.
As pessoas têm vergonha de dizer que gostam do nosso país, de dizer que sentem orgulho do que temos aqui. É quase pornográfico publicar um vídeo bacana sobre a sua cidade.
Hoje mesmo uma amiga do FB publicou um vídeo sobre Brasília com a mensagem: momento ufanista Não é proibido gostar de Brasília.
Todos os lugares têm coisas boas e ruins. Admitir que sua cidade, seu estado, seu país, sua casa tem coisas feias é necessário. Gostar deles, apesar disso, é totalmente saudável.
Acredito que ter contato com outras culturas, ajuda a ter um novo olhar sobre o lugar de onde nos lançamos ao mundo.
Esse olhar deve nos educar para lembrarmos sempre que é possível melhorar, crescer e evoluir. Nunca deve nos diminuir diante do resto do mundo.
Na agência anterior que trabalhei, pediram-me um relato de alguma experiência profissional interessante. Não tive dúvida de que esse período tinha sido especial.
Em poucas palavras, com o título o melhor emprego do mundo, descrevi um momento muito importante da minha trajetória no mundo do trabalho.
Sinto falta não apenas das viagens, mesmo porque planejei muito mais viagens do que podia acompanhar.
Uma dessas viagens foi para o Rio de Janeiro, uma press trip para mostrar o metro quadrado mais caro da cidade e suas atrações, em Ipanema e no Leblon.
No meio da viagem, cheguei ao escritório e meu chefe estava radiante. “Bela, você não sabe o que aconteceu com os jornalistas?”. Na hora, gelei.
Fiquei morrendo de medo de que alguma coisa ruim tivesse acontecido a alguém daquele grupo. “Eles encontraram o Chico Buarque!”. Nossa, que alegria!
Eu me empolgava a cada gol que a nossa equipe marcava. Tinha uma motivação a mais que era a missão de conquistar mais e mais admiradores para o nosso querido Brasil.
Apesar de todos os problemas, temos condições de superar a imagem negativa que muitos de nós alimentamos e convencer as pessoas de que realmente acreditamos nisso.
Tenho saudade dos colegas, dos desafios que nos lançavam, das pesquisas e estudos que nos pautavam, da saudável atividade de pensar e propor.
Levo comigo esse entusiasmo pela terrinha onde quer que eu esteja. No Chile, um colega jornalista precisou de informações para fazer uma hot list do Brasil.
De todos os itens da minha lista, ele aproveitou 99%. Considero esse um ótimo termômetro. Até hoje, os jornalistas que me conheceram naquela época pedem uma força quando se apertam.
Apenas uma palavra pode explicar por que isso acontece: credibilidade. Acredito que meu trabalho de convencimento com esses jornalistas foi um sucesso.
Isso só foi possível pela paixão que tenho pelo meu trabalho, pela liberdade que me deram de criação e por acreditar no potencial do Brasil!
Ontem, me pediram para escrever algo a respeito da minha experiência com promoção de turismo internacional. E me dei conta de que esse sempre foi um tema que me encantou.
Trabalhei durante quase dois anos numa agência de comunicação atendendo à conta da agência brasileira responsável pela promoção do turismo internacional.
Foi uma ótima experiência em todos os sentidos da minha vida: profissional e pessoal. Não só porque conheci lugares maravilhosos e fiz grandes amigos, mas também devido à minha paixão pelo tema.
Considero esse um dos períodos mais produtivos e criativos que vivi na minha trajetória profissional. A liberdade de pensar e propor ideias foi o grande diferencial nesse processo.
Trabalhei com gestores maravilhosos que sempre me incentivaram a opinar e propor. A ser pró-ativa, como dizem no jargão corporativo.
O resultado foram bons projetos bem aproveitados. Outros não foram adiante porque eram ousados demais. Talvez exigissem um pouco mais de trabalho para serem executados.
É interessante resgatar essa trajetória numa espécie de Flashforward. Na reta final, trabalhei muito. Lembro que teve um mês em que trabalhei todos os finais de semana.
Acompanhei uma press trip em Brasília, do início até a execução. Pensei no conceito da viagem (50 anos de Brasília), montei o roteiro, levantei custos e apresentei a proposta.
O cliente aprovou e a viagem foi executada com grande sucesso. O material publicado posteriormente foi aproveitado não só naquele ano, mas no ano seguinte, quando a cidade de fato completou 50 anos.
Uma galeria de imagens linda foi publicada na internet e, já afastada da conta e envolvida com outros projetos, consegui contemplar o resultado de mais esse trabalho.
Foi naquele mesmo maio da viagem que me preparei para acompanhar a cobertura de um importante evento internacional.
Era o principal evento mundial do turismo, com delegações de vários países. Nossa equipe foi responsável pela cobertura do evento.
Tínhamos um petit comité no quarto do nosso hotel. Trabalhamos com uma família de fotógrafos de Floripa super profissional.
Nosso material era produzido e disponibilizado num site de notícias. As parceiras traduziam e distribuíam-no para a imprensa internacional.
Lembro que, naquele momento, alguns dirigentes estavam pessimistas quanto ao turismo mundial por conta da crise econômica global e da gripe suína.
Também ouvi relatos de donos de resorts na América Latina que estavam otimistas com relação à recuperação do setor depois da passagem do surto.
Foi um desafio muito interessante escutar as apresentações em inglês e, depois, redigir os textos em português e espanhol.
Mais interessante ainda foi levar os jornalistas para passearem no último dia e conhecerem as belezas da ilha. Que passeio agradável!
O único momento difícil nesse evento foi lidar com uma senhora francesa que não entendia nada do que eu dizia em inglês.
Comentei com ela que tinha sido boa idéia trazer dois assessores para acompanhar o grupo porque o guia tinha ficado perdido diversas vezes.
Eu e minha boca! A francesa ficou super indignada. Claro, ela deve ter pensado: quem essa pentelha pensa que é para me dizer como eu devo fazer meu trabalho?
No final, ela teve que se render porque todos os jornalistas estavam encantados comigo e adoraram nosso trabalho, apesar do ar reprovação da madame.
Faz parte do meu trabalho lidar com as adversidades. Acho isso super natural. Já acompanhei grupos tão distintos e trabalhei rapidamente com pessoas tão diferentes.
Dessas experiências, guardo bons amigos. Um deles completou 50 anos no início desse ano. Fui ao seu aniversário e encontrei o ex-gestor da conta, ou seja, meu primeiro chefe.
Ele comentou comigo que aquela era uma conta tão especial, com possibilidade de fazer tantos projetos bacanas, mas que o cliente era um pouco conservador. Uma pena.
Acredito que fizemos um bom trabalho apesar dessas limitações. Sempre procurei vender o Brasil destacando o que temos de melhor: o brasileiro.
Nosso jeito, nosso estilo, nossa leveza. Desse mote, tive uma sacada bacana. O stand up paddle estava recém chegando ao Brasil. Nessa modalidade de surf, o surfista sobe na prancha e rema em pé.
O esporte é ideal para curtir e apreciar belas paisagens, como o Rio de Janeiro. Entusiasmada, pensei em produzir uma matéria e vender para as nossas parcerias lá fora.
Pesquisei sobre o assunto, entrei em contato com os praticantes e consegui umas fotos bacanas. Mandei o material. Foi ótimo! Super bem aproveitado.
Hoje, essa é uma modalidade bem conhecida. Quando o Pearl Jam esteve no Rio, o vocalista da banda Eddie Vedder experimentou o stand up paddle. Achei o máximo!
No Brasil, a gente tem várias outras coisas legais acontecendo. Nem sempre as pessoas sabem. Aqui dentro, ou lá fora. Alguém precisa mostrar isso.
Não falo somente dos passeios ecológicos em paisagens únicas que temos aqui. Me refiro à cultura, que engloba também esse jeito de ser do brasileiro.
No meu curso de espanhol, uma das atividades consistia em falar sobre uma festa popular do seu país. Aproveitei o gancho para falar das festas de São João.
O carnaval é super popular, mas pouca gente conhece o São João. Minha professora e meus colegas ficaram encantados.
Também tivemos que fazer um trabalho sobre um ponto turístico de Santiago e associar a algum atrativo do nosso país de origem.
Minha apresentação foi sobre o Parque das Esculturas, em Providencia, e a minha comparação foi com o Instituto Ricardo Brennand, em Recife.
As pessoas têm vergonha de dizer que gostam do nosso país, de dizer que sentem orgulho do que temos aqui. É quase pornográfico publicar um vídeo bacana sobre a sua cidade.
Hoje mesmo uma amiga do FB publicou um vídeo sobre Brasília com a mensagem: momento ufanista Não é proibido gostar de Brasília.
Todos os lugares têm coisas boas e ruins. Admitir que sua cidade, seu estado, seu país, sua casa tem coisas feias é necessário. Gostar deles, apesar disso, é totalmente saudável.
Acredito que ter contato com outras culturas, ajuda a ter um novo olhar sobre o lugar de onde nos lançamos ao mundo.
Esse olhar deve nos educar para lembrarmos sempre que é possível melhorar, crescer e evoluir. Nunca deve nos diminuir diante do resto do mundo.
Na agência anterior que trabalhei, pediram-me um relato de alguma experiência profissional interessante. Não tive dúvida de que esse período tinha sido especial.
Em poucas palavras, com o título o melhor emprego do mundo, descrevi um momento muito importante da minha trajetória no mundo do trabalho.
Sinto falta não apenas das viagens, mesmo porque planejei muito mais viagens do que podia acompanhar.
Uma dessas viagens foi para o Rio de Janeiro, uma press trip para mostrar o metro quadrado mais caro da cidade e suas atrações, em Ipanema e no Leblon.
No meio da viagem, cheguei ao escritório e meu chefe estava radiante. “Bela, você não sabe o que aconteceu com os jornalistas?”. Na hora, gelei.
Fiquei morrendo de medo de que alguma coisa ruim tivesse acontecido a alguém daquele grupo. “Eles encontraram o Chico Buarque!”. Nossa, que alegria!
Eu me empolgava a cada gol que a nossa equipe marcava. Tinha uma motivação a mais que era a missão de conquistar mais e mais admiradores para o nosso querido Brasil.
Apesar de todos os problemas, temos condições de superar a imagem negativa que muitos de nós alimentamos e convencer as pessoas de que realmente acreditamos nisso.
Tenho saudade dos colegas, dos desafios que nos lançavam, das pesquisas e estudos que nos pautavam, da saudável atividade de pensar e propor.
Levo comigo esse entusiasmo pela terrinha onde quer que eu esteja. No Chile, um colega jornalista precisou de informações para fazer uma hot list do Brasil.
De todos os itens da minha lista, ele aproveitou 99%. Considero esse um ótimo termômetro. Até hoje, os jornalistas que me conheceram naquela época pedem uma força quando se apertam.
Apenas uma palavra pode explicar por que isso acontece: credibilidade. Acredito que meu trabalho de convencimento com esses jornalistas foi um sucesso.
Isso só foi possível pela paixão que tenho pelo meu trabalho, pela liberdade que me deram de criação e por acreditar no potencial do Brasil!
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