Sossego
Hoje é domingo,
dia em que muita gente está descansando depois de uma semana intensa de trabalho. Outros estão procurando emprego em classificados de jornais ou
em portais de emprego na internet.
Sou uma
dessas milhares de pessoas. Apesar de já estar trabalhando no Chile como
professora de Português, continuo me candidatando a vagas para jornalista.
Na última
sexta-feira, participei de mais um processo seletivo. Já fiz tantas entrevistas
aqui que acumulei alguns episódios e causos para escrever um post.
O que mais
me chamou a atenção aqui foi a complexidade dos processos seletivos. A seleção
começa sempre com uma primeira entrevista, geralmente, com um psicólogo.
Nessas
entrevistas, em duas ocasiões, tive que fazer um teste de Rorschach. Eu só
descobri sobre esse teste depois de fazê-lo.
Fiquei
curiosa e resolvi pesquisar o signficado daqueles borrões que mostram pra gente
e perguntam o que a gente vê naquilas figuras. Meu Deus!
Consultei
uma amiga que estuda Piscologia e ela me disse que esse é um teste bem
antiguinho... É bem a cara do Chile utilizar um teste convencional.
O fato é
que na primeira vez em que fiz o teste me saí muito mal, tenho certeza. Porque
fui pesquisar o signifcado das figuras e qual é a melhor resposta.
Como se
tratava de uma entrevista para um canal de TV esportivo, eu disse que via dois
meninos jogando futebol. Depois, descobri que aquela lâmina falava sobre a
sexualidade...
Imagina o
que a psicóloga pensou de mim... No mínimo, deve ter me achado uma depravada,
para não dizer que me considerou pedófila...
Outra coisa
que me chama a atenção aqui é que nunca te dizem o salário. Ou seja, você está
concorrendo a uma vaga de emprego.
Você quer
trabalhar? Então, se você conseguir passar por todas as etapas e se tiver a
honra de ser selecionado, aí sim, vamos dizer quanto iremos te pagar. É mole?
Também me
pareceu bem diferente o fato de que nunca te avisam quando você foi não foi
selecionado. Descobrir a razão pelo qual foi rechacado? No way!
Lembro que
como coordenadora de imprensa, várias vezes, tive que selecionar jornalistas
para a minha equipe.
Sempre tive
a delicadeza de pedir às secretárias que ligassem para os candidatos que não
tinham sido selecionados para agradecer e avisar que a vaga tinha sido
preenchida.
Numa das
entrevistas que eu fiz, fiquei realmente confusa. Me mandaram um email
agradecendo pela participação no processo seletivo e informando que,
infelizmente, eu não tinha sido selecionada.
Ah, ok,
pensei. Dois dias depois, recebo um telefonema me chamando para uma capacitação.
Na
realidade, era só para cobrir folgas e eu não tinha interesse nessa vaga, mas
achei tão confuso aquilo tudo que imagino que é por isso mesmo que eles nem
agradecem quando você não é selecionado.
Com tanta
confusão, é melhor manter o ritmo desacelerado e curtir um pouco a vida. Depis de
tantos anos trabalhando, agora, quero sossego, como já dizia Tim Maia!
Comentários
Postar um comentário