Feijão tem gosto de saudade
Esse fim de
semana cozinhei uma feijoada aqui no Chile. É um desafio tentar reproduzir um
prato brasileiro em outro país.
Minha
feijoada não tinha farofa, impossível encontrar por aqui. Comprei o feijão a
granel num grande mercado local, La
Vega.
Os “porotos
negros” não fazem parte da dieta dos chilenos. Eles comem mais grão de bico ou
feijão branco.
Também me
custou bastante encontrar a couve. Primeiro, tentei descobrir como se dizia
couve em espanhol.
Nos
dicionários, me aparecia uma palavra que não dizia nada a enhuma chileno. O idioma
espanhol tem dessas coisas.
Na Espanha
se fala de um jeito; na América Central, de outro; e na do Sul, nem preciso
terminar a frase....
Depois de
constatar que ninguém sabia o que era zerba, tentei o jeito mais fácil. Mostrei
uma foto da folha de couve para o pessoal aqui.
Ficou na
mesma. Repolho, me diziam. Repolho não.
Eu podia
abrir mão da farofa e aceitar que minha feijoada não estaria completa sem um
dos principais ingredientes, mas sem a couve... Impossível!
Fui a um
supermercado grande que costuma ter produtos de vários lugares do mundo,
inclusive, café do Brasil.
Por sorte,
encontrei a couve. Aqui, ela é chamada de acelga. Mas como é que eu ia saber se
acelga no Brasil é totalmente diferente!!!
Ingredientes
comprados, feijão de molho de um dia para o outro, fui para o fogão. Minha tarefa
era preparar a feijoada sem panela de pressão.
Comcei a
cozinhar umas 11 horas da manhã. Até que meu fogão foi camarada. Por volta das
duas horas da tarde, o feijão estava prontinho!
Ficou um
delícia! Minha cunhada e minha sobrinha, que foram minhas cobaias, adoraram!
Claro que
era uma feijoada pobre porque não tinha muitos entulhos. Tive que ir a três
supermercados para encontrar bacon. E não tinha em cubinhos, somente fatiado.
No final,
valeu a pena! Minha cunhada pediu a receita e disse que vai tentar fazer também.
Minha sobrinha, que não come feijão preto, adorou e comeu dois pratos!
Não sei se
foi a feijoada ou o ato de cozinhar, mas deu aquela sensação gostosa de ser
brasileira. Um gostnho bom de saudade que não é sofrida.
Deve ser
porque como já cantaram As Frenéticas, a long time ago, feijão é “o preto que
satisfaz”
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Belinha, adorei o post! E adorei te imaginar na beira do fogão vigiando o cozimento do feijão - rs! Quando o irmão estava na Austrália e fui visitá-lo,levei quilos de farinha! Pense numa confusão pra explicar o que era e pra que servia aquilo!
ResponderExcluirSaudades de você, querida! Parabéns pela coragem!
beijos
Valeu Myla! Vou encomendar um quilo de farinha com minha mamita. Aí, ninguém me segura! Saudades! Beijo
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