Pequenas grandes coisas

Ontem, tomei a segunda dose da vacina contra o COVID19. Fui vacinada com a Sinovac, a vacina chinesa, repleta de fake news e boatos desnecessários. Não tive nenhum efeito colateral e até o momento não virei um jacaré. Na primeira dose, me disseram que o braço podia ficar um pouco dolorido, mas não senti nada. Dessa vez, sim. Ficou um pouco dolorido, mas acho que isso tem mais a ver com a pessoa que aplica a dose do que com a vacina propriamente dita. 

Foto: Hutomo Abrianto via Unsplash

Recebi a segunda dose e, agora, segundo o governo do Chile, posso esperar quinze dias e solicitar o que chamam de “Pase Movilidad”. Com isso, posso transitar dentro do Chile entre regiões que estejam com restrição por causa das quarentenas. O anúncio do governo foi na semana passada e gerou uma tremenda comoção por aqui.


O problema é que o Chile, apesar de ter avançado bastante no processo de vacinação, ainda não conseguiu controlar o rápido avanço da pandemia. Esta semana o número de casos ultrapassou os 8.600, o número mais alto desde o início da pandemia. 


Alguns hospitais já começaram a fechar suas urgências e a não recebem mais pacientes, como o Hospital Salvador e a Clínica da Universidad Católica, em Santiago. Por conta disso, essa semana, um dos bairros que estava em fase dois, voltou para quarentena total (Lo Barnechea). 


É mais do que óbvio que não adianta apenas a vacina se as pessoas não se cuidam e relaxam nas medidas de prevenção. Continuo me cuidando, claro que em comparação com o ano passado, hoje, saio mais, ando muito mais na rua, mas também me cuido bastante.


Já incorporei diversas mudanças na minha vida como o uso da máscara, mesmo não gostando, como todo mundo. Hoje mesmo, numa dessas conversas banais com o porteiro do nosso prédio, vi que ele estava usando a máscara N95, que é mais segura e protege melhor. Típica conversa dos novos tempos! Enfim, nesse bate-papo informal, ele comentou que detestava usar a máscara e eu respondi: ninguém gosta! Mas é necessário. Não tem jeito!


Também fiquei mais cuidadosa com a limpeza da casa nessa nova etapa em que estamos todos saindo mais. No ano passado, não me preocupava tanto com isso porque a gente quase não saia, apenas o Cristian. Outra coisa que cuido mais é a ventilação dos espaços, algo que é mais difícil no frio santiaguino... nem chegamos no inverno, mas as temperaturas já começaram a baixar por aqui!


Outra coisa importante que rolou nessa semana, especificamente hoje, foi que finalmente aconteceu a primeira audiência do divórcio do Cristián. Parece um milagre! Sim, ele até hoje está casado com a ex-mulher. O divórcio aqui no Chile é bem mais complicado que no Brasil (só foi legalizado em 2004), principalmente quando não é de comum acordo.


Já viram aquele filme “História de um casamento”? Então, é bem parecido... Foi ai que percebi que a lei chilena deve ser inspirada na dos Estados Unidos na questão do divórcio. Além do sistema judicial ser lento, a pandemia acabou interferindo no processo. A primeira audiência estava marcada para dezembro do ano passado, só que adiaram e jogaram para junho desse ano.


Até agora a gente não consegue acreditar que finalmente chegou esse dia! Foi uma baita luta e muitos anos de espera. Não se trata apenas de questões práticas como não poder comprar nada, mas principalmente o que representa o fim desse casamento. Mais uma vez estamos escrevendo um novo capítulo da nossa história, que já tem 13 anos! Mas é como dizem: antes tarde do que nunca. 

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