De mãe a madrasta: meu longo caminho

Quem me conhece de longa data, sabe o quanto foi e tem sido difícil exercer um dos papeis mais complicados da minha vida: o de madrasta.

Vamos combinar que ninguém quer ser madrasta. É algo que acontece e você não tem como fugir.

Ser mãe tem seus perrengues, mas ser madrasta é um porre. Porque você é algo sem ser nada. Simplesmente porque não são os seus filhos. Ponto.

Para piorar minha situação quando “virei” madrasta, meus enteados estavam entrando na adolescência.

Os dramas foram, e continuam sendo, intermináveis e isso a gente nunca sabe quando vai terminar. Pode ser que dure para o resto da vida. 

O que eu sei é que esse fim de semana vivi um dos meus melhores momentos como madrasta, depois do meu chá de fralda, que foi muito especial também.

Meu chá de fralda no Chile

Acontece que todos os anos, os meninos têm uma apresentação num festival de inglês na escola deles. Eu nunca pude ir, assim como não vou a nenhum evento social onde a mãe deles está presente.

Mas esse ano, ela não poderia ir, e o meu enteado mais velho (sim, ele mesmo!), nos convidou para irmos: eu, o pai dele e a irmãzinha dele.

Dias depois, o irmão menor reforçou o convite e, claro, nós fomos! Vocês não podem imaginar como eu esperei por esse convite.

Para coroar com chave de ouro, os dois tiraram primeiro lugar no festival! Eu disse a eles que a Gabi deu sorte!

Será que eu tava feliz?

Pode parecer algo bobo, mas para mim, significou muito. Eu só pensava naquela música do Cidade Negra: você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui...

Pois é. Foi um longo caminho. E dia desses, conversando com uma amiga sobre como estava a relação com os enteados, ela sabiamente lembrou: viu como é a vida?

É, a vida é assim mesmo. Leva tempo. No início, eu pirava e minhas amiga diziam: calma, eles vão crescer e não vão mais ir na sua casa sempre (risos).

Parecia impossível ter paz. Eu pensava que aquele drama não terminaria nunca. Além disso, como eu não era mãe, me preocupava demais com o que os meninos pensavam de mim.

Tudo me incomodava e eu me importava demais. Depois que nasceu a minha filha, relaxei. Porque a minha prioridade era ela. Se eles quisessem embarcar na minha, beleza. Se não, beleza também.

Me pegou!

Não me considero um gênio, nem perfeita, menos ainda maravilhosa! Apenas fico feliz e agradecida com as pequenas mudanças que acontecem na minha vida. Por isso, apesar da ausência, precisava dividir com vocês esse momento mais que especial. 

Também precisava agradecer cada palavra de carinho, apoio e incentivo nos piores momentos e nas piores crises. Acreditem, lembro de tudo e valeu mesmo!