La gloria de la vida y de la muerte

Tenho pensado bastante na vida e na morte nesses últimos dias. Em parte, por conta do filme sobre a vida de Violeta Parra que viveu intensamente e cometeu suicídio.

É loucura pensar que uma pessoa que escreveu uma música chamada Gracias a la Vida morreu de uma maneira tão triste...

Além do filme, quando cheguei ao Brasil, fiquei sabendo que faleceu um amigo jornalista. Na realidade, era um amigo de um amigo...

Minha amizade com o Chico Daniel terminou quando me separei. Numa separação, em geral, os amigos são obrigados a escolher um lado. Enfim, ele ficou no time dos amigos do meu ex.

Fiquei chateada porque quando eu soube que o Chico estava doente, ele já estava super mal. Internado, numa UTI, em coma induzido. Um quadro bem parecido com o do meu pai, que também morreu em decorrência de um câncer.

Não éramos próximos, dividimos poucos momentos, que foram muito agradáveis. Lembro de duas ocasiões bem legais.

Numa delas, fizemos um almoço lá em casa no segundo turno de uma eleição. Fazia um calor danado e tínhamos uma banheira de hidromassagem no apartamento.

O Chico estava com a Clarinha e colocamos a pequena para tomar banho de banheira e se refrescar um pouco. Foi um dia super gostoso! Nesse dia, conheci Gotan Project num CD que o Chico nos emprestou. Adorei!

Mas o que me entristeceu foi um email dele aos amigos que li hoje na internet.

Era uma carta explicando sobre a doença, pedindo ajuda para resolver algumas pendências e terminava com uma mensagem otimista: não vou desanimar.

Naquele relato, ficou claro que a situação era super delicada e bem complicada. Mesmo assim o Chico se dispôs a tentar lutar contra a doença e brigar pela vida.

A nossa vida é uma batalha diária. Estamos sempre com contas atrasadas para pagar, enfrentamos aborrecimentos no trabalho e no transito, discutimos com quem amamos por coisa pouca.

Em algum momento da vida a gente precisa parar e olhar a lua cheia no céu, ou o céu estrelado sem lua, ou cinza por causa da chuva, mas a gente tem que parar e curtir.

Aproveitar pequenas coisas, momentos rápidos que depois passam. A gente precisa ter mais paciência com a vida porque se as coisas são desse jeito, elas simplesmente são.

O melhor que a gente pode fazer é seguir aquele princípio budista da aceitação. Aceitar as coisas como elas são acaba com o desejo e com a frustração.

Tento ver esse episódio da morte do Chico como algo que já estava escrito na história dele e ele conseguiu lidar da maneira que podia com isso. E pronto.

Estou certa de que ele está descansando depois dessa batalha pela vida.

***

Essa eu dedico ao Chico:

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