Mercado de trabalho no Chile: 3 profissões em 6 anos
Essa semana comecei a dar aulas para um grupo de alunos. Desde que cheguei em Santiago, há quase 6 anos, iniciei minha trajetória como professora de português para estrangeiros.
Sou jornalista de formação, mas precisei me reinventar profissionalmente para continuar trabalhando.
O mercado
de jornalismo é muito competitivo e as oportunidades são escassas, mesmo para
quem tem bastante experiência, fala vários idiomas e tem muitos estudos, como
eu!
Por conta
disso, comecei a pensar no que eu poderia fazer para trabalhar no Chile sem ser
somente com jornalismo.
Dar aulas
de português me pareceu uma ótima alternativa para entrar no mercado de trabalho no Chile, já que durante dois anos
estudamos a Língua Portuguesa na faculdade.
Também
sempre fui uma ótima leitora devido à minha profissão, além de ter trabalhado
durante muito tempo como editora, o que exige um bom domínio da língua falada e
escrita.
Outro
aspecto que pesou bastante foi a minha experiência em sala de aula. Trabalhei
dando aulas em faculdades de comunicação logo depois do Mestrado e sempre
gostei.
Professora de português
Antes de
vir para o Chile, entrei em contato com uma amiga que dava aulas de inglês num
instituto especializado em oferecer aulas com professores nativos.
Vi que eles
ofereciam o idioma português e pedi para a minha amiga passar meu CV para o
dono do curso.
Quando
cheguei no Chile, depois de um tempo, ele me chamou para uma entrevista em inglês!
Foi super divertido e a primeira vez que fiz uma entrevista de trabalho em inglês.
(Abre parêntesis: vou escrever um post aqui no blog sobre entrevistas de trabalho no Chile contando algumas das minhas zilhares de entrevistas!)
Naquele
momento eu já tinha meu visto e meu carnê chileno, algo indispensável para ingressar no mercado de trabalho no Chile.
Foi assim
que comecei a dar aulas. A escola fornecia o material didático (livro e áudio).
Com o tempo, fui introduzindo materiais de apoio.
Com a ajuda
da minha amiga, que era professora de inglês, aprendi a usar recursos digitais
mais práticos e dispositivos menores para não carregar tanto peso.
O fato é
que eu realmente gostei de trabalhar como professora de português e acabei
conseguindo uma excelente oportunidade num anúncio na internet.
Uma empresa
grande precisava de professor de português e me chamaram para uma aula teste.
Eu fui, sem a menor vontade, porque não iriam pagar.
Mas era
pertinho de casa, uma hora de aula e eu já tinha o material pronto. Nessa época,
eu já havia adquirido um livro de português e estava dando aulas particulares.
Não
continuei no Instituto porque o valor da hora aula era pouco e os alunos
pagavam muito. Quando descobrimos isso, começamos a fazer aulas particulares
sem intermediário.
Eu não tinha
a menor ideia do que era um “gerente general” no Chile. É tipo o cargo mais
alto numa instituição.
Dei a aula
bem tranquila e fui espontânea, como eu costumo ser. O gerente adorou a aula e depois
me contrataram para ser professora particular dele e dos demais gerentes.
Eu ficava o
dia inteiro na empresa à disposição dos funcionários. Preenchia meus horários
dando aulas para os alunos quando eles tinham disponibilidade.
Foram quase
nove meses de uma experiência super boa. O ambiente era bom, o salário
excelente e o tratamento também.
Mas quando
acabou o curso e a empresa não avançou nas negociações com o Brasil, terminou a
minha sorte.
Lá fui eu
de novo procurar uma oportunidade no mercado de trabalho no Chile para não ficar parada.
Tradutora
Durante
todo esse período, trabalhei também como tradutora. Comecei fazendo traduções para
uma agência que tinha a conta da Latam.
Meu
trabalho era traduzir os cardápios dos voos e as cartas de vinho.
Eventualmente, tinha algum artigo da revista de bordo para traduzir.
Além disso,
em virtude da Copa América no Chile, eles produziram um guia para os turistas
brasileiros que eu também traduzi.
Esse
trabalho foi uma loucura porque no auge da produção, minha filha nasceu! Foi
uma correria doida, mas deu tudo certo!
Na realidade,
meu primeiro trabalho como tradutora foi para o site do Instituto de Idiomas
que eu trabalhava.
O dono
montou uma filial no Brasil e fez uma versão em português da página. A ideia
dele é bem legal porque um professor nativo é muito melhor e esse serviço pode
ser oferecido em qualquer lugar do mundo.
Até hoje faço
traduções e a mais recente foi de um guia de viagem sobre o sul do Chile. Também
fiz traduções para Chile Travel, o organismo responsável pela promoção de
turismo internacional do Chile no Brasil.
Community manager
Para Chile
Travel, também trabalhei como community manager que é a pessoa que produz conteúdo
para redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram).
Já tinha trabalhado
anteriormente com isso para uma agência digital aqui em Santiago. Eles tinham a
conta do Casillero del Diablo Brasil e eu produzia os conteúdos deles para o mercado brasileiro.
(Abre parêntesis: também vou produzir um texto novo meu sobre o ambiente de trabalho nas empresas chilenas em breve! Já tinha escrito sobre isso no blog Brasileiras Pelo Mundo.)
Esse trabalho
me ensinou muito porque é sempre bom aprender a dominar as novas tecnologias. Mas
costumo dizer que é um trabalho que qualquer pessoa pode fazer.
Basta ver a
quantidade de influenciadores digitais que existem por aí bombando na internet
e que nunca estudaram nada de marketing.
Qual a minha profissão favorita no Chile?
Hoje, estou
num momento de avaliação da minha trajetória profissional no mercado de trabalho no
Chile.
Continuo
dado aulas de português e, eventualmente, faço meus bicos como jornalista
(escrevendo textos) e community manager (cobrindo eventos para redes sociais).
Adoro dar
aulas e gostaria muito de investir na vida acadêmica aqui no Chile. Meu maior empecilho
é entrar nesse meio que é super fechado.
Outro
aspecto fundamental é ter um tema de estudo que seja relevante para a comunidade
acadêmica e que me garanta uma bolsa de estudos.
Todo mundo
que faz doutorado aqui tem bolsa porque é muito caro e inviável. Resolvi
pesquisar sobre esse assunto, mas já sabendo que é algo a longo prazo.
Conciliar a maternidade com esse projeto também vai ser um grande desafio. O ideal é que a minha filha ja esteja um pouquinho maior e estudando em turno integral para que eu possa me dedicar.
(Abre parêntesis de novo: essa experiência também será uma oportunidade para escrever novamente sobre como é estudar no Chile! Até hoje recebo mensagens de pessoas pedindo dicas depois de lerem meu texto no blog Brasileiras Pelo Mundo.)
Conciliar a maternidade com esse projeto também vai ser um grande desafio. O ideal é que a minha filha ja esteja um pouquinho maior e estudando em turno integral para que eu possa me dedicar.
(Abre parêntesis de novo: essa experiência também será uma oportunidade para escrever novamente sobre como é estudar no Chile! Até hoje recebo mensagens de pessoas pedindo dicas depois de lerem meu texto no blog Brasileiras Pelo Mundo.)
Enquanto
isso, seguimos com passinhos de formiga, trabalhando muito, ganhando pouco, mas
não dá para ficar parado!
Se você está planejando morar e trabalhar no Chile, deixe aqui seu comentário para ver se posso te ajudar com minha experiência!
***
Deixo aqui o vídeo com minha entrevista sobre meu trabalho como professora de português ao programa Gente da minha querida amiga Maureen Berger!
Mulher, estou numa dessa também!! Trabalhei 5 anos com TI no Brasil, vim com meu noivo pra Santiago mas quero mudar de área. No momento estou pensando entre Arquitetura e Turismo mas ainda não sei o que é mais promissor além de que vamos nos mudar em breve. Alguma dica?
ResponderExcluirE você tem dicas sobre dia a dia aqui em Santiago ? Estou enfrentando dificuldades ainda pra me acostumar com a água, pele e cabelo! :/
Oie! Super normal, viu? Depois que publiquei esse texto, várias amigas que mudaram de país comentaram sobre as mudanças que elas experimentaram na vida profissional. A gente tem que tentar mesmo, o importante é não ficar parada. Como brasileira, vejo mais oportunidades na área de turismo. Com relação à água, tem um gosto diferente mesmo. Eu me acostumei, mas conheço muita amigas que estão aqui há mais tempo que eu e compram água filtrada de galão. Para a pele e o cabelo, tem que hidratar bastante porque é muito seco mesmo. Eu acho que não estranhei tanto porque morei muitos anos em Brasília e lá também é seco demais. Obrigada por deixar seu comentário e se quiser mais dicas, estou sempre aqui! ;)
ResponderExcluirMuito obrigada pelas dicas!! hahahaahaha
ExcluirVou tentar mais turismo mesmo por agora e ver o que da! Pode deixar que vou perguntar sim!! hahaha Aliás, tu tem algum outro perfil em redes sociais ?
Olá! ótimos textos e dicas que você dá no seu Blog.
ResponderExcluirEu estou pretendendo morar no Chile, tenho formação em marketing e mba em marketing digital e não consigo encontrar muitas informações sobre o mercado de trabalho. Voce poderia me informar sobre um pouco?
Att,
Renata.