Uma mensagem para 2018
Estou
em Porto Alegre e esse foi meu último fim de semana por aqui, mas antes de ir
embora gostaria de escrever sobre algumas coisas que vivi aqui.
Antes de mais nada quero dizer que super recomendo para todo mundo esse documentário. Incluí aqui no post o trailer e um dos trechos que adorei e que me tocou bastante.
Passado o choque depois de entender essa realidade, concluí que acima de tudo o filme me tocou fundo. Tocou porque despertou a vontade de retomar a prática assim que pisar meus pés no Chile.
Uma
delas foi ter ido ao cinema sozinha (coisa que comecei a fazer depois que fui
morar no Chile porque antes eu não lidava bem com ideia, mas hoje vou numa
boa).
Não
é sobre a experiência de encarar uma sessão de cinema sozinha, ou de constatar
que apenas eu e mais três corajosos escolhemos um documentário na sexta-feira de
tardinha.
Ali MacGraw and Erich Schiffmann - Foto: Michael O'Neill |
Essas
coisas são fáceis de analisar e explicar na nossa sociedade. Estamos cada vez
mais individualistas e valorizando cada vez menos a companhia uns dos outros.
Além disso, poucos doidos encaram uma sala de cinema para ver um documentário, principalmente, sobre yoga!
O
assunto que me motivou a escrever esse post foi algo que me chamou bastante a atenção
no documentário “Om Yoga: Arquitetura da Paz”, do brasileiro Heitor Dhalia.
Om Yoga: Arquitetura da Paz
Antes de mais nada quero dizer que super recomendo para todo mundo esse documentário. Incluí aqui no post o trailer e um dos trechos que adorei e que me tocou bastante.
O
ponto de partida é a história do fotógrafo Michael O’Neill, um
cara super famoso e bem-sucedido que passou por uma cirurgia por conta de um
problema que acabou afetando o braço.
Todo
mundo sabe que a fotografia é uma arte e as mãos, junto com o olhar, são um dos
instrumentos de trabalho indispensáveis para o fotógrafo.
Diante
da possibilidade de nunca mais conseguir usar o braço para fotografar, o cara começou
a buscar outras alternativas e encontrou a meditação.
Nessa
busca, o cara se apaixonou pela yoga e iniciou um projeto onde ele registrava
os grandes Mestres praticando e, com isso, teve a incrível oportunidade de
meditar e aprender com grandes gurus.
Parece
perfeito, né? Mas sabem o que realmente me chamou a atenção nessa narrativa?
Não
foi a fotografia maravilhosa, a trilha sonora perfeita, as mensagens que
tocaram fundo. Nada disso.
Onde estão as mulheres?
Senti
falta de ver mulheres praticando yoga no documentário. Vários gurus e Mestres são
entrevistados. Muitos deles, depois de uma bonita sessão de ásanas.
As
mulheres também são fontes em alguns momentos, mas elas não aparecem
praticando.
Mesmo
a guru do fotógrafo, praticante de yoga Kundalini, Gurmukh Kaur Khalsa,
aparece no filme durante um relato, mas não durante a prática.
Gurmukh Kaur Khalsa - Foto: Michael O'Neill |
Em
outros momentos, quando as mulheres estão praticando lindamente algumas posturas
com seus parceiros, são eles os que falam sobre a filosofia da yoga.
Como
sou curiosa por natureza comecei a pesquisar sobre o assunto e achei um artigo
interessantíssimo da Luiza Antunes do blog 360meridianos sobre como é a vida das mulheres na Índia.
Foi
aí que caiu a ficha. O machismo na Índia é fortíssimo e o filme mostrou
simplesmente a realidade.
Na
Índia, tiveram que proibir ecografia porque quando as
pessoas descobrem que é uma menina, matam as crianças antes do final da gestação.
Existe
a tradição do dote e isso também provoca o sequestro e assassinato de noivas. Se
você quer mais detalhes, tudo isso está lá no artigo da Luiza Antunes.
Depois disso, fechei mais uma Gestalt por aqui. Desde que cheguei já fechei umas três, juro!
Percebi que algo tornou-se muito forte em mim com o passar dos anos e depois de tanta viagens e vivências com pessoas diferentes: meu olhar de viajante e estrangeiro.
Sempre tive em mim essa capacidade de colocar-me no lugar do outro, algo bem forte mesmo.
Acho que isso nunca esteve adormecido e que vai me acompanhar para sempre. Sempre vou lembrar de quem ou do que está faltando.
Sempre vou comparar um lugar com o outro e, claro, sempre serei a chatinha que "se importa".
Fechando círculos
Depois disso, fechei mais uma Gestalt por aqui. Desde que cheguei já fechei umas três, juro!
Percebi que algo tornou-se muito forte em mim com o passar dos anos e depois de tanta viagens e vivências com pessoas diferentes: meu olhar de viajante e estrangeiro.
Sempre tive em mim essa capacidade de colocar-me no lugar do outro, algo bem forte mesmo.
Acho que isso nunca esteve adormecido e que vai me acompanhar para sempre. Sempre vou lembrar de quem ou do que está faltando.
Sempre vou comparar um lugar com o outro e, claro, sempre serei a chatinha que "se importa".
Por que esse filme me tocou fundo?
Passado o choque depois de entender essa realidade, concluí que acima de tudo o filme me tocou fundo. Tocou porque despertou a vontade de retomar a prática assim que pisar meus pés no Chile.
Não
deixei de praticar aqui, mas faz tempo que não estudo a filosofia da yoga. Isso foi
algo que desenvolvi bastante no centro YogaCrecer, de Santiago.
Em
janeiro, eles vão organizar uma oficina de yoga para mulheres e gostei bastante
do programa.
Para
mim, a meditação e a prática são combustíveis que me ajudam a relaxar e, ao
mesmo tempo, encontrar a energia e o equilíbrio necessário para lidar com as
adversidades.
Por
isso, eu destaquei aqui um trecho que me marcou profundamente no documentário e
que talvez não seja casualidade o fato dele estar justo no final.
É
uma entrevista com a guru Naga Sannyasini Shri Uma Giri Ji onde ela fala sobre
a importância de impedir alguns pensamentos que dominam a nossa mente e tiram a
nossa paz.
Espero
que vocês gostem e reflitam. E que esse seja o nosso mantra em 2018: parar os
pensamentos que nos dividem internamente.
O motivo? Abrir espaço para os pensamentos que podem nos levar adiante!
O motivo? Abrir espaço para os pensamentos que podem nos levar adiante!
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