Cortando um dobrado


Gosto sempre de ler as previsões do zodíaco mensalmente. Talvez porque eu me considere bem taurina e aceite, para o bem e para o mal, as minhas características.

Pois bem. Nesse início de ano também fui atrás da previsões astrais para os nascidos em abril e maio. E lá estava ela, a palavrinha mágica que tem me perseguido tanto nos últimos tempos: paciência.

Essa nao é a minha principal virtude. Pelo contrário, como boa parte da minha geracão sou uma pessoa bem ansiosa e agitada. Procuro me acalmar lendo, correndo, meditando.

Muitas vezes o mix relaxante funciona. Em outras, não tem jeito. Nesses casos, somente duas solucões são possíveis: calmantes naturais e choro, muito choro.

Não sou adepta de antidpressivos, mas abro uma excecão para os fitoterápicos. Depois que terminei os comprimidos de Calman, trazidos do Brasil, comecei a tomar um tal de Gea Pax.

Se realmente gera paz, não sei. Mas que estou me sentindo menos ansiosa, isso sim. A bula do remédio dizia duas cápsulas de dia e duas de noite. Tomo uma por dia.

Talvez esteja na hora de aumentar a dosagem... Como disse uma amiga minha, recentemente, estou cortando um dobrado aqui nesse tal de Chile.

Viver em outro país, onde as pessoas falam outro idioma, gostam de outras comidas e bebidas, vestem outro tipo de roupa e curtem um outro corte de cabelo, não é tão simples assim. Sem contar a música que eles ouvem...

Tem vezes em que eu simplesmente não entendo nada do que as pessoas dizem, apesar de falar espanhol, ou castelhano como disse outro dia uma senhora super antipática que me entrevistou para um posto de trabalho.

Quando eu digo que não entendo nada, não estou exagerando. Dia desses, na fila do caixa, no supermercado, um cara fez um comentário comigo, em tom de brincadeira. Não tenho a menor ideia do que ele disse... até hoje!

Também num dia desses, eu andava bem faceira pela feira, com meu carrinho cheio. Parei para comprar dois quilos de batata. Paguei e o filho do feirante brincou comigo.

Não entendi nada do que ele falou. Mas vi também que era em tom de brincadeira. Retribui com um sorriso para não ser antipática.

Caminhei um pouco me afastando da banca, mas olhei de volta quando aquele menino comecou a gritar atrás de mim: casera, casera! Lá vinha ele com o saco cheio de batatas que eu deixei prá trás...

E assim é a vida aqui. Uma loucura!

Brincadeira. Estou cortando um dobrado mesmo é com esse lance de ser madastra. Eita coisinha complicada!

Ser mãe deve ser bem difícil, mas ser madastra, meu deus, que problema! Não tem sido fácil. É preciso muita paciência, mais do que eu tenho, confesso.

Outro tema que tem me tirado do sério é a questao do emprego. Todo mundo diz que dois meses é pouco tempo num país para estar trabalhando.

Concordo, mas não consigo convencer ainda meu ego de que aqui vai custar um pouquinho mais para conseguir meu lguar ao sol.

Já fiz algumas entrevistas, participei de processos seletivos mais elaborados, enfim, tudo vai me ajudando a ter seguranca.

Quando converso com outras pessoas, muitas me sugerem tentar algo como colaboradora de alguma empresa no Brasil e não algo aqui no Chile. Pelo menos, nesse início.

Outro dia pedi conselhos a uma amiga que mora nos Estados Unidos e também passou por essa experiencia de ir morar fora por causa de um relacionamento.

Ela foi bem clara: a gente tem que se reinventar! Para isso, mente quieta, espinha ereta e coracão tranquilo. Será que eu consigo? 

Comentários

  1. Bela, dá uma olhada no meu blog... que fala sobre temperamentos, segundo Hipócrates e sua relação com os signos e os elementos...
    Belo texto... Parabéns
    www.aprendendoameconhecer.blogspot.com

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  2. Own! Valeu prima! Super dica! Vou lá agora mesmo! Beijo

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