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Mostrando postagens de junho, 2013

Os protesto no Chile e no Brasil

No meu último post, aproveitei para analisar o jornalismo chileno numa comparação com o que é praticado no Brasil. Agora, diante dos protestos histéricos dos brasileiros, acho que vale a pena uma análise das manifestações que eu vi aqui no Chile. O Chile tem tradição em protestos. Afinal , o país viveu uma ditadura militar por 17 anos que acabou em 1990, ou seja, bem recentemente. Isso quer dizer que um jovem de vinte e poucos anos tem na memória a lembrança do toque de recolher. Essa proximidade com o que aconteceu num passado bem terrível ajuda a compreender o espírito aguerrido dos chilenos. As pessoas acompanharam e viveram as transformações que consolidaram a democracia no país. O principal motivo das marchas no Chile é a educação. Diferente do Brasil, os chilenos não têm a oportunidade de estudar numa universidade grátis. Aqui, o ensino superior é pago. O si, o si . As universidades públicas também cobram mensalidade. Para conseguir uma bolsa, o

Jornalismo chinelão

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Pouco antes de eu viajar para o Chile, comentei com o meu então chefe sobre a minha mudança. Ele brincou comigo: tu vais virar um chinelona, opa, uma chilenona! É piada pronta mesmo, mas o jornalismo chileno é muito chinelão, em especial, o jornalismo na TV. É bem verdade que o impresso não fica atrás. No guia Santiago de A a Z, a escritora Martha Medeiros relata um fato bem bizarro. A coluna social do principal jornal do Chile, El Mercúrio, faz parte do primeiro caderno. Isto significa que as notinhas sobre os eventos do high society têm o mesmo destaque que as principais notícias do dia. É uma escolha jornalística bem questionável. Mas o jornalismo chinelo (ops, chileno) na televisão é o campeão das barberagens. A mais recente foi na semana passada e virou hit nas redes sociais. Durante a intensa cobertura sobre as chuvas em Santiago, a TV local mostrou uma foto da principal estação do metro lotada, um caos. “Uma imagem incônica”, disse o apresentador em