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Mostrando postagens de 2013

Feliz 2014!

Entrei o ano de 2013 sem ter muitas certezas do que vinha pela frente... Morando num país novo, com uma nova família, novos amigos e sem trabalho... Aos poucos, o ano foi se revelando e as coisas, aconteceram no tempo certo. Ainda estou contruindo as minhas pontes e fortalecendo meus pilares. Ganhei uma família nova e bem diferente da minha.  Fiz novas amizades aqui e fortaleci algumas que já tinha desde 2010, quando morei no Chile. No trabalho, depois de muitas entrevistas frustradas, finalmente consegui um bom emprego e estou feliz com a minha profissão de professora de idiomas. O amor é uma descoberta nova a cada dia. Para quem ficou anos separada e se acostumou a viver muito bem sozinha, a entrega nem sempre é fácil! Tenho saudades... E, mais que isso, tenho vontade de fazer mais, conhecer mais, experimentar mais... Ficou tudo para 2014. E o melhor desse ano que vem é que não estou com nenhuma expectativa... Estou bem tranquila com o que vem pela frente.

Santiago para todos

Essa semana uma amiga me mandou o link para acessar o blog de uma prima dela que mora aqui em Santiago e escreve sobre gastronomia. De fato, revisei o blog e conclui aquilo que eu já imaginava: as dicas são ótimas, mas estão um pouco fora do meu padrão de consumo atual. Ainda bem que Santiago é uma cidade com ótimas opções de gastronomia para todos os gostos e bolsos. Eu também tenho alguns lugares para recomendar aquí. O primeiro deles e que é parada obrigatória de quem vem me fazer uma visita é o Galindo . O lugar é charmoso, bem localizado no bairro boêmio de Bellavista. Ali, é possível comer comida típica do Chile, num ambiente bem informal. Não saio muito em Santiago, mas pelo menos uma vez por mês saio com uma amiga do meu curso de Espanhol, estrangeira como eu, a Maggie. Geralmente, almoçamos, mas nos últimos tempos, por conta dos nossos horários de trabalho, começamos a nos encontrar para happy hour também. No meu aniversário, almoçamos num restaur

A apatia chilena com a política

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Acredite se quiser, mas o Chile está passando por uma importante eleição presidencial. Embora, siceramente, seja quase imperceptível. O voto no Chile não é obrigatório como no Brasil. Talvez isso explique a apatia dos chilenos quando o assunto é política. Parece estranho num país que viveu longos anos de ditadura militar e que restabeleceu a democracia recentemente. O país que elegeu uma mulher como presidente, que tem grandes líderes estudantis, que apresenta bons índices de educação... Mas então como explicar esse fenômeno? Apatia pura e simples. Em países onde a democracia é recente falta tradição democrática. Falta o exercício da cidadania. Eu sou a favor do voto obrigatório no Brasil, apesar de todos os problemas que ainda temos, como o da compra de votos. Trabalhei nas últimas eleições e fui testemunha de como essa prática pode ser decisiva numa eleição. Apesar de ser crime eleitoral, sabemos que os políticos compram votos. Ainda assim, acredito que é importante vot

Que negócio é esse?

Quase todos os meus leitores sabem que trabalho como professora de Português no Chile. Meus alunos sempre me pedem dicas de filmes e músicas brasileiras. Às vezes, eles encontram por conta própria e pedem minha opinião. Atualmente, vários me perguntam sobre o seriado O negócio , no ar na HBO. Não recomendo para nenhum deles. Além de utilizarem um linguajar com muita gíria e um vocabulário limitado, considero publicidade negativa para o Brasil. Explico: sou mulher, brasileira, no exterior. Todas nós, aqui, temos fama de puta. O Brasil passou anos vendendo sua imagem com bundas de mulatas sensuais. Na década de 70, a produção nacional de filmes investiu pesado em putaria. Nossa maior festa cultural é o carnaval, onde todo mundo bebe muito e dança com pouca roupa. Nosso principal atrativo turístico são nossas praias, onde estamos todos vestindo quase nada. É natural que os estrangeiros tenham uma visão parcial da nossa realidade. O que não é legal é um seriado da TV paga que

Por un verano sin neura!

O governo do Chile lançou uma campanha há uns dois meses para incentivar hábitos saudáveis. O lema da campanha é "por un verano sin polera". A tradução literal seria "por um verão sem camiseta". Ou seja, se você está alguns quilinhos acima do seu peso normal, não tire a camiseta, por favor! Vocês pensam que é exagero e implicância minha né? Mas não é, não. No meu primeiro verão aqui no Chile deu para sentir a diferença com o Brasil. No Brasil, a praia é um espaço democrático. Isso se traduz em milhares de pessoas usando biquínis, maiôs, sunga... sem se preocupar com uns quilinhos a mais. Mais importante: sem se preocupar com a opinião dos outros. Sim, porque essa também é uma obsessão chilena. Você pode até ter coragem de se jogar na praia de bíquini e exibir suas pelancas, mas pode ter certeza de que não vai faltar gente pra criticar. Quando eu fui à praia no verão, fiquei chocada com a quantidade de pessoas vestindo roupa. Não é por cau

Terapia internacional

Quando eu morava no Brasil, fiz terapia em duas ocasiões.  Na primeira vez, eu ainda vivia em Porto Alegre. Estava recém formada e tinha terminado um relacionamento de muitos anos... Precisava conhecer melhor a nova "eu" que nascia naquele momento. Muitos anos depois, quando já estava morando em Brasília, voltei para a terapia. Também tinha me separado, estava mudando de emprego e de endereço. Precisava juntar meus "caquinhos" para me fortalecer de novo e seguir em frente. Meus dois terapeutas foram homens. Me sinto melhor conversando com "eles", deve ser por isso que tenho tantos amigos homens, quanto mulheres. O meu primeiro terapeuta trabalhava com Freud e Jung e eu adorava as nossas sessões! Me divertia mesmo quando eu chorava... Foi uma fase muito boa de muito crescimento e de novas descobertas. Foi como se um novo mundo tivesse se descortinado na minha frente. Meu segundo terapeuta também me ajudou muito no meu desenvolvimento pessoal,

Um ano de Chile

Parece mentira, mas não é. Nesta quarta-feira, 23 de outubro de 2013 completo um ano de Chile. Ufa! Muita coisa aconteceu. Foi tão intenso que parece muito mais tempo... Há apenas alguns meses, eu não estaria tão tranquila e serena assim... Há um ano, deixei pra trás minha mãe, minhas irmãs, meus sobrinhos, minha família, meus amigos, meu trabalho, minha querência, minhas referências. No Chile, me despi de tudo o que eu sabia e conhecia do ser humano e do mundo também. Enfrentei um inverno gelado e a frieza de algumas pessoas. Conheci outro tipo de preconceito, além do de cor. Vivi dias lindos, de muitas risadas, esperanças e alegrias. Também tive dias de choro, medo e solidão. Em algum momento, ou melhor, em vários momentos, pensei em voltar. Mas eu sou um verso do Chico Buarque e como boa dura na queda, custo a cair em mim. Me desfiz do pouco que eu tinha para começar uma nova vida no Chile. Trouxe comigo o valente Fritz. Juntos, encaramos a baixas temperaturas do Chile

Loucas por viver

Ontem, terminei de ler um livro do Roberto Shinyashiki chamado Louco por Viver. Não adianta me olhar de cara torta. Quando eu preciso, leio mesmo livro de auto-ajuda. E super recomendo leituras desse tipo quando você sente a necessidade de resgatar suas forças interiores com ajuda externa. Adorei o livro e veio em muito boa hora. Consegui deixar no passado muitas histórias mal resolvidas. Também me abri para as mudanças que estão em curso na minha vida. Foi muito bom mesmo ler esse livro! Agora, o mais interessante disso tudo foi a sincronicidade da vida com a leitura. Explico: somente poderia ler esse livro agora para ter algum sentido na minha vida. Além disso, lembrei MUITO de uma amiga querida durante toda a leitura. Impressionante porque parecia que eu ouvia a voz da Stela conversando comigo. Lembrei de tantas coisas que ela me disse em muitas das nossas conversas tomando um bom vinho ou um chopp gelado em Brasília. Ou quando nos encontramos no Mercado Público de Por

De modelo a toda terra...

“Números, números, números, o que é, o que são, o que dizem sobre você”, já dizia uma música da banda gaúcha Papas da Língua. Aqui, no Chile, o pessoal adora números. No início do mês, o país lembrou dos 40 anos do 11 (de setembro). Essa semana foi a vez de celebrar o 18 (de setembro, também), mas ninguém precisa dizer o mês. Basta dizer o número que todo mundo já sabe do que se trata. A comemoracão do 18 (de setembro) lembrou demais da Semana Farroupilha celebrada no Rio Grande do Sul. No sul do Brasil, celebramos o 20 de setembro, “precursor da liberdade”. A gauchada canta, danca, bebe e come muita carne. Aqui no Chile, é a mesma coisa. O pessoal danca muita cueca. O ritmo é parecido com a música tradicional gaúcha. A roupa idem. Provei das bebidas típicas. Comi bastante carne! E fui num dos eventos típicos das festas pátrias chilenas. Deu saudade. De casa, de Porto Alegre, da querência amada. Sempre dizem que a gente leva a casa dentro da gente. É es

Setembro

Há 40 anos do golpe militar no Chile, este é o meu primeiro onze de setembro em Santiago. Eu não tinha ideia de como essa data ainda é sinônimo de dor e tristeza no Chile, pelo menos na capital, Santiago. Os conselhos começaram sem muito alarde e davam conta de que os protestos aconteciam de madrugada. De repente, alguém disse que cortam a luz. Perguntei por quê? Porque as pessoas provocam cortes de luz. “É bom comprar velas”, me disseram. Depois, me disseram que é bom ir cedo para casa. De novo, eu perguntei, mas por quê? Porque as ruas do centro são tomadas por barricadas. Tem fogo e confronto direto dos manifestantes com os carabineros. Tem caminhão de água e gás lacrimogênio da polícia. Tem confusão para todo lado! Tenho conversado com algumas pessoas e o sentimento geral é de que as pessoas estão cansadas disso. Por conta dos transtornos causados pelos protestos, os chilenos preferem deixar o passado para trás. Eles querem virar a página e seguir em frente. É justo

Conduzindo Miss Bela

Uma das coisas mais bacanas do meu trabalho atual é ser chamada de “profe” e “Miss”. Exatamente, Miss, como eles se referem aqui no Chile às professoras de inglês. É verdade que, às vezes, eu demoro a atender quando me chamam de “profe”. É tudo muito novo... e muito bom. É muito bom ser profe e ser bem tratada, com carinho, respeito e atenção. Coisas básicas, mas que viraram artigo de luxo nos tempos de hoje. São gestos, valores, atitudes simples, que fazem falta no mundo laboral e, mais ainda, no meio educacional. Ser professor é uma tarefa bem árdua. Muito além dos rituais de preparar e apresentar aulas está a difícil missão de educar, ou seja, passar o conhecimento a outra pessoa. A gente pode acumular muita bagagem, ter muita cultura e leitura, mas de nada adianta tudo isso, se guardamos com a gente o que aprendemos na vida. Ser professora de Português em outro país é uma alegria diária, uma conexão permanente com as minhas raízes. Quantas pessoas têm a

Just breath

Um dos aprendizados mais importantes que tive com a yoga foi a respirar bem. Inspirar e expirar é algo tão automático que, muitas vezes, não colocamos a devida atenção. Sempre que intensifico a minha prática, sinto a melhora na minha respiração e em outros aspectos da minha vida. Respirar bem nos ajuda a relaxar, mas há outras coisas que também funcionam como uma boa respiração porque trazem novos ares e movimentam muita energia. Dois eventos importantes neste mês de agosto proporcionaram essa troca enérgica na minha vida: o novo trabalho e a visita do meu querido sobrinho, William. Comecei a trabalhar no início de agosto. Muita correria! E na mesma semana recebi a visita do William aqui em casa. Foi difícil conciliar o novo trabalho, mas com a ajuda do meu amor, deu tudo certo! O William adorou Santiago! Conseguimos passear no fim de semana e fomos à neve e também estivemos no litoral, em Valparaíso e Viña del Mar. Foi bem importante a visita do William pa

Essa tal sincronicidade

Quem faz terapia, estuda Psicologia ou simplesmente é curioso, certamente, já ouviu falar na palavra sincronicidade. Sincronicidade é um conceito desenvolvido de Jung “para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado”. É mais ou menos assim: as coisas acontecem em sincronia não por uma simples coincidência, mas porque se relacionam no tempo certo. Quantas vezes a gente passa por determinada situação e não entende o motivo, mas pensa que lá na frente a gente vai entender o por quê? Se identificou com esse trecho do texto? Pois é, mesmo que você nunca tenha ouvido falar nessa tal sincronicidade ela faz parte da sua vida. Dia desses, mais uma vez, ela bateu na minha porta. Há alguns anos uma amiga me mandou um vídeo do youtube. Era um comercial de TV de uma loja que eu não conhecia, nem nunca tinha ouvida falar na minha vida. O vídeo publicitário parecia mais uma obra de palestra motivacional do que qualquer

Flexibilidade

Comecei a praticar yoga em 2011 depois de um ano terrível de muito estresse. A yoga para mim é uma maneira de buscar paz interior, equilíbrio e concentração. Durnate esse período, li e pesquisei mais sobre a yoga. Aqui, em Santiago, procurei uma academia no início do ano. Acabei desistindo porque não era Hatha Yoga, que é meu estilo favorito. Além disso, como ainda estava sem trabalhar, estava fugindo um pouco do orçamento disponível. Em meio à tanta loucura na minha vida, encontrei uma alternativa: tenho o yoga mat (tapete) e também decorei a minha série que fazia em Brasília. Retomei a prática em casa, o que tem me feito muito bem. Uma das coisas que descobri nas minhas leituras foi que a yoga pode ser adaptada a cada signo do zodíaco. Descobri que os taurinos, como eu, devem trabalhar com mais intensidade as posturas invertidas porque precisamos desenvolver a nossa flexibidade diante da vida. Sempre tive dificuldade nesses psoturas que são as que mais me fas

Uma vida nem tão bela assim

Quando eu era criança, lembro que uma noite meus pais tiveram uma discussão. Devia ser outono ou inverno porque lembro que minha mãe vestiu uma parka linda que ela tinha, vermelha com um forro xandrez, pegou a bolsa e saiu. Eu e minhas irmãs ficamos chocadas! Éramos muito pequenas. Ficamos assustadas e pensamos: Meu Deus, e agora? Onde ela foi? Será que volta? Não sei quanto tempo minha mãe ficou fora, mas o fato é que ela voltou. Engoliu sei lá o que o meu pai disse ou fez e voltou. Por nós. Porque sei que ela nos amava muito como ama até hoje. Desdes antes disso, eu já sabia que casamento não era uma coisa fácil. Lembro de ter conhecido meus avós já desquitados. Eles não moravam juntos há muitos anos. Viviam no mesmo terreno. Cada um na sua casa. Não eram um casal moderno. Nada disso. Apenas viviam perto um do outro. Também já fui casada, por apenas três anos e sem filhos, é verdade, mas já vivi essa experiência. Quando me separei, um amigo perguntou: tu pensa em

Como os estrangeiros enxergam o Chile?

Esse fim de semana, o jornal El Mercúrio publicou uma reportagem com depoimentos de vários estrangeiros analisando a sociedade chilena. O jornal ouviu relatos de dois equatorianos, um brasileiros, um norteamericano e uma espanhola. Todos os entrevistados tiveram que escrever uma carta para os pais. A ideia era dar um relato bem verdadeiro sobre o que pensam do Chile. Para mim, o depoimento do brasileiro deixou claro que ele é um cara de São Paulo e que vive na parte rica de Santiago. Não me senti contemplada em nada do que ele falou. No entanto, tomei a liberdade de traduzir o depoimento que, na minha humilde opinião, se aproxima bastante da minha visão do Chile e dos chilenos. É de um norteamericano, que é ator e escritor, e mora no Chile há um ano e oitos meses. Ele é casado com uma chilena e diz que depois daqui a dois meses vai morar no Brasil. Por que será? Concordo totalmente com esse gringo e, assim como ele, também espero um dia poder viver novamente no Brasil. Es

Os protesto no Chile e no Brasil

No meu último post, aproveitei para analisar o jornalismo chileno numa comparação com o que é praticado no Brasil. Agora, diante dos protestos histéricos dos brasileiros, acho que vale a pena uma análise das manifestações que eu vi aqui no Chile. O Chile tem tradição em protestos. Afinal , o país viveu uma ditadura militar por 17 anos que acabou em 1990, ou seja, bem recentemente. Isso quer dizer que um jovem de vinte e poucos anos tem na memória a lembrança do toque de recolher. Essa proximidade com o que aconteceu num passado bem terrível ajuda a compreender o espírito aguerrido dos chilenos. As pessoas acompanharam e viveram as transformações que consolidaram a democracia no país. O principal motivo das marchas no Chile é a educação. Diferente do Brasil, os chilenos não têm a oportunidade de estudar numa universidade grátis. Aqui, o ensino superior é pago. O si, o si . As universidades públicas também cobram mensalidade. Para conseguir uma bolsa, o

Jornalismo chinelão

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Pouco antes de eu viajar para o Chile, comentei com o meu então chefe sobre a minha mudança. Ele brincou comigo: tu vais virar um chinelona, opa, uma chilenona! É piada pronta mesmo, mas o jornalismo chileno é muito chinelão, em especial, o jornalismo na TV. É bem verdade que o impresso não fica atrás. No guia Santiago de A a Z, a escritora Martha Medeiros relata um fato bem bizarro. A coluna social do principal jornal do Chile, El Mercúrio, faz parte do primeiro caderno. Isto significa que as notinhas sobre os eventos do high society têm o mesmo destaque que as principais notícias do dia. É uma escolha jornalística bem questionável. Mas o jornalismo chinelo (ops, chileno) na televisão é o campeão das barberagens. A mais recente foi na semana passada e virou hit nas redes sociais. Durante a intensa cobertura sobre as chuvas em Santiago, a TV local mostrou uma foto da principal estação do metro lotada, um caos. “Uma imagem incônica”, disse o apresentador em

Eu e las nanas

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Quando morei em Santiago, em 2010, asissiti a vários filmes chilenos. Entre eles, destaco “La nana”, ganhador de alguns prêmios internacionais. O roteiro é simples, mas muito interessante. Trata-se da história de uma típica empregada doméstica que trabalha na casa de uma tradicional família chilena. O Chile não tem a mesma tradição escravista do Brasil, por isso, aqui é mais parecido com o modelo europeu. Em geral, a maioria das pessoas, inclusive eu, faz a sua faxina, literalmente. Somente as famílias muito ricas, em áreas super nobres, têm o luxo de uma empregada. Nesses casos, tem inclusive mais de uma empregada: tem faxineira, cozinheira e babá, no caso de quem tem filhos pequenos. O filme retrata super bem a sociedade chilena e como é forte o que chamam aqui de “clasismo”. Basicamente, é a definição de uma pessoa com base no lugar onde ela estudou, no bairro em que ela vive e no sobrenome que ela carrega. Não pretendo me aprofundar neste tema aqui, tal

Angelina e seus peitos

Definitivamente, o assunto da semana foi Angelina Jolie e sua mastectomia, a tal cirurgia para retirar os seios com propensão ao câncer de mama. Claro que foi uma ação coordenada pela assessoria da Angelina não só porque ela é uma personalidade super famosa e tal, mas também pela importância e delicadeza do tema. Agora estão dizendo que a Angelina está pensando em fazer uma cirurgia para tirar também os ovários, pois teme o aparecimento de câncer. Eu fiz essa cirurgia, uma ooforectomia. Na realidade, a intenção do meu médico não era retirar um ovário, mas pelo tamanho do tumor, foi necessário. Sim, eu fiz uma cirurgia para retirar um tumor benigno do ovário. Era um cisto no ovário, causado por uma má formação congênita. A minha ginecologista depois me explicou que, provavelmente, era um irmão gêmeo que não vingou. E o que sobrou do feto, foi absorvido por mim! Meio bizarro, mas é a mais pura verdade! O fato é que durante todo o processo o médico foi super clar

Sossego

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Hoje é domingo, dia em que muita gente está descansando depois de uma semana intensa de trabalho. Outros estão procurando emprego em classificados de jornais ou em portais de emprego na internet. Sou uma dessas milhares de pessoas. Apesar de já estar trabalhando no Chile como professora de Português, continuo me candidatando a vagas para jornalista. Na última sexta-feira, participei de mais um processo seletivo. Já fiz tantas entrevistas aqui que acumulei alguns episódios e causos para escrever um post. O que mais me chamou a atenção aqui foi a complexidade dos processos seletivos. A seleção começa sempre com uma primeira entrevista, geralmente, com um psicólogo. Nessas entrevistas, em duas ocasiões, tive que fazer um teste de Rorschach. Eu só descobri sobre esse teste depois de fazê-lo. Fiquei curiosa e resolvi pesquisar o signficado daqueles borrões que mostram pra gente e perguntam o que a gente vê naquilas figuras. Meu Deus! Consultei uma amiga que estuda

Nossas pequenas conexões

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Essa semana publiquei um desabafo indginada no Facebook sobre a ausência de algunas pessoas que estão, mas não se fazem presentes nas nossas vidas. É claro que tenho consciência de que nem todos os amigos que estão nas nossas redes sociais são, de fato, amigos. O Facebook, inclsive, te dá a opção de “classificar” os teus amigos em outras categorias: melhores amigos, conhecidos, e por aí vai. Também é possível excluir pessoas da sua lista de amigos, bloquear, enfim, existem medidas nem tão “sociais” dentro da rede social. A pergunta que me fiz essa semana foi sobre as pessoas que fazem parte da minha lista de amigos, mas que nunca interagem. De vez em quando, limpo a minha lista. Excluo aquelas pessoas com quem nunca tenho qualquer tipo de atividade. Aquelas pessoas que nunca comentam, curtem e quase nunca publicam algo não se encaixam nessa faxina porque está claro que elas não são muito adeptas das redes sociais. Isso é bem diferente daquelas pessoas que

Old lady step

Dia desses, vivi uma situação surreal. Dessas que a gente só escuta em piadas ou conversa de bar. Ajudei uma velhinha a atravessar a rua! Mas uma velhinha de verdade, corcunda, com cabelo branco, casaquinho e bengala! Ela estava saindo do táxi com a maior dificuldade. Me deu pena e resolvi ajudar. Quando ela conseguiu firmar o pé na calçada, me olhou com aqueles olhinhos esbulhados de gatinho do Shreck e pediu: “Hija, me ajuda a atravessar a rua?”, como dizer não? Peguei a véia pelo braço e parti para a minha missão quase impossível. Pense numa velhinha que caminhava beeeeeeeeeeeeeeeem devagar. Olhei para a esquina e calculei que seria impossível caminhar com ela até o semáforo. Atravessamos ali mesmo, segundos antes do semáforo abrir e os carros avançarem em nosso direção. Enquanto ela dizia como eu era linda e que iria rezar por mim, eu agradecia e dizia “que é isso, tia”, pensando em como tínhamos sorte em não sermos atropeladas as duas!!! Conseguimos a

Um outro Chile é possível!

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Minha mãe veio me visitar no Chile pela segunda vez. A primeira foi em 2010, quando visitamos praticamente todos os museus e espa ços culturais da cidade. Restavam poucas opçõess e novidades para conferir. O que fazer então? O programa preferido de 9 entre 10 brasileiros que visitam o Chile é fazer compras. Confesso que passear no shopping e fazer compras não está entre as minhas atividades de lazer favoritas, inclusive, em viagens. É certo que eu sempre recomendo aos meus amigos brasileiros que visitem os maiores shoppings daqui porque os preços são muito mais em conta, na comparação com o Brasil. Vamos deixar claro que aqui me refiro a roupas e eletrônicos. Quando se trata de comida, os chilenos gastam muito mais que nós brasileiros. Imagino que isso possa ser explicado pelo fato de que produzimos de tudo e muito! Enquanto isso, aqui no Chile, eles compram muita coisa barata da China e da Índia. Os turistas brasileiros que invadem o Chile no inverno e no ver

No trem do recuerdo

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Uma das coisas mais bacanas de ser estrangeiro em qualquer lugar do mundo é a minha confortável condição de curiosa pelas coisas desconhecidas. Aqui, no Chile, descobri que existem vários passeios de trem. Como nunca tinha viajado em trem, pensei que essa era a grande oportunidade. O sonho ficou bem perto da realidade depois que meu amor cobriu a viagem inaugural de uma linha para o Sul. Sabendo da minha vontade de viajar de trem, ele fez alguns contatos e conseguiu uma cortesia para nós dois. No sábado, então, pegamos o trem “del recuerdo”, que parte da estação central rumo a San Antonio, cidade portuária no litoral chileno. A viagem é linda! O trem antigo pertence à Empresa de los Ferrocaliles del Estado, que junto com a Associação de Patrimônio Ferroviário, organiza a viagem. É um passeio histórico porque foi desativad há 20 anos. Ali é possível percorrer 110 quilômetros entre a capital do Chile e o litoral. No caminho, é lei abanar para quem está pelo